O presidente do Conselho Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação de Joinville (Comciti), Marcos Vieira, tem uma ambição bem definida: transformar Joinville na capital nacional da inovação.

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Potencial para isso existe, embora ele admita que a cidade ainda não é uma referência na área.

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A força do polo industrial e a qualidade da educação e da logística são fatores que podem impulsionar a conquista deste título. Outras ações dão ainda mais fôlego. Joinville foi a primeira cidade brasileira a criar uma lei municipal de inovação, em 2011.

Conta com a Softville e o Inovaparq, que aproximam a academia e o meio empresarial, funcionando como um berço para o desenvolvimento de novas ideias. E a construção de um parque tecnológico está voltando à pauta.

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Além disso, há casos de iniciativas bem-sucedidas, como o 5º Fórum de Inovação e o 2º Prêmio de Inovação, que reconhecem iniciativas que buscam melhorar a competitividade das empresas – ambos ocorreram nesta semana. Ou seja, as diretrizes para se chegar lá estão sendo plantadas.

Vieira é economista formado pela Univille e mestrando em engenharia de produção na UniSociesc. Atuou por mais de dez anos no mercado financeiro. Além de presidir o Comciti, é também diretor executivo da Secretaria de Desenvolvimento Econômico.

Polo industrial

– Joinville é um importante polo empresarial, em especial da área da indústria. Este polo nasceu nos anos 60-70 e evoluiu nas décadas seguintes. Atualmente, a cidade e a região são consideradas ambientes de excelência para recepcionar novos investimentos. Exemplos neste sentido são as fábricas da GM (motores) e da BMW, em Araquari, e o Perini Business Park.

Razões

– Empresas de fora vieram para cá justamente porque perceberam haver elementos a favorecer maior produtividade e resultados a médio e longo prazos. Qualidade de educação e logística são dois destes fatores. No caso da BMW, não é proibido sonhar com o centro de desenvolvimento e pesquisa para cá, mas não há nenhuma conversa a respeito.

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Inovação

– A inovação é um instrumento essencial no mundo corporativo. Serve para dinamizar a organização e permite um olhar para o futuro. A inovação, de fato, só acontece quando se passa da concepção da ideia ao seu desenvolvimento, depois à produção e posterior colocação no mercado, com compra dos produtos pelos consumidores.

Parque tecnológico

– A constituição do Parque Tecnológico do Norte Catarinense, a ser construído no Sul de Joinville, faz parte do plano de governo da administração Udo Döhler. O debate em torno do assunto está sendo retomado e o diálogo com universidades, empresas e entidades empresariais vai ser detalhado.

Maioria

Joinville criou a primeira lei municipal de inovação do País, em 2011. O Comciti, que reúne 25 conselheiros, tem só seis do poder público. Isso mostra a presença majoritária da sociedade civil num organismo de formulação de políticas públicas voltadas à inovação. A realização do fórum, que aconteceu nesta semana, é um estímulo. Indica nosso interesse pelo tema e auxilia a reconhecer bons projetos, tanto da academia quanto da iniciativa privada empresarial.

Pesquisa

– A universidade é fundamental para fomentar o surgimento do pensamento criativo. Sabemos que a inovação passa pelo tripé universidade-empresas-poder público. O apoio às universidades é super importante.

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Queremos fazer um levantamento junto às instituições de ensino e com as empresas com o objetivo de conhecer as necessidades e interesses do empresariado em relação ao tipo de cursos superiores novos que podem surgir. O trabalho está embrionário. Deve ficar pronto em março de 2015.

Legislação

– Projeto de lei que modifica o Pró-empresa pretende ampliar os benefícios, incluindo elementos atrativos para pequenas empresas, sem prejudicar a arrecadação da Secretaria da Fazenda. O formato, a ser atualizado, ainda precisa ir à análise da Procuradoria do município e, depois, para a Câmara de Vereadores de Joinville.

Abrangência

– A Softville (incubadora com mais de 30 negócios potenciais lá dentro) poderia ser mais abrangente e abrir editais e estabelecer conversas, apoiando ideias inovadoras nascidas na academia. Já o Inovaprq, união de forças da Univille, Udesc, UFSC e Católica, opera como incubadora, mas lá há algumas empresas instaladas. Tem muito para crescer.

Inspiração

– Procuramos conhecer o trabalho do Sapiens Park e o da Fundação Certi, ambos em Florianópolis. Não fomos ainda verificar polos tecnológicos de São Carlos e Novo Hamburgo. Nós, de Joinville, temos estrutura montada para sermos referência nacional em inovação. Hoje não somos. Temos a ambição de nos tornarmos a capital nacional da inovação.

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