A sessão do Conselho Universitário da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), realizada nesta quinta-feira (17), aprovou a ata da reunião realizada no dia 30 de setembro, com a recomendação da destituição do reitor Marcelo Recktenvald.

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Naquela oportunidade foi colocado o pedido em votação, que teve 35 votos favoráveis, 12 contrários e duas abstenções. Na avaliação do reitor, o pedido não foi aprovado pois o regimento interno do Conselho Universitário prevê a necessidade de aprovação de 2/3 dos 54 conselheiros.

Outros conselheiros entenderam que havia somente 51 conselheiros com direito a voto, pois um conselheiro não havia sido nomeado, o reitor era parte interessada e outro conselheiro que presidiu a sessão também não poderia votar. O reitor e quem comandava a reunião consideraram a sessão encerrada e se retiraram. Mas como houve um pedido de ordem de alguns conselheiros houve a nomeação e uma nova presidência da sessão, e a reunião teve sequência, sendo aprovada a destituição.

O motivo do pedido é que parte da comunidade universitária não aceita a nomeação de Recktenvald, pois ele ficou em terceiro na consulta pública que elaborou a lista tríplice encaminhada para apreciação do presidente da República. No entanto, ele acabou escolhido por Jair Bolsonaro.

O pedido deve ser encaminhado pelo próprio reitor, embora este tenha manifestado que duvida que o presidente vá mudar de ideia.

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Já o conselheiro Vicente Ribeiro, que é membro do Sindicato dos Docentes da UFFS, entende que a questão está avançando no Conselho Universitário, onde a oposição do reitor é maioria, e também no Congresso Nacional, onde foi aprovada uma moção contra a nomeação de reitores que não ficaram em primeiro nas listas tríplice. Até agora, são seis reitores que foram nomeados nessa situação.

– Creio que há uma abertura muito grande no Congresso pelo fim da lista tríplice. Achamos que é possível avançar por ali também – disse Ribeiro. Ele aguarda que o reitor, como presidente do Consuni, encaminhe o pedido.

No entanto, o reitor Marcelo Recktenvald disse que não vai encaminhar o documento.

– Não reconheço a continuidade da reunião anterior pois a votação já havia sido encerrada com a não aprovação do pedido de destituição. Isso que foi publicado oficialmente. Houve um pedido de reconsideração e encaminhamos o recurso para a consultoria jurídica do Ministério da Educação – afirmou.