Em pouco mais de 30 dias a Secretaria Municipal de Promoção da Saúde registrou 540 casos de conjuntivite. No município, no ano passado, os sete centros de saúde registraram 1.330 diagnósticos da doença. Uma média de 110 por mês.

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Até terça-feira, conforme a assessoria da pasta, o Ambulatório Geral do Badenfurt concentrava a maioria dos casos. Ao longo de todo o ano passado esse mesmo AG diagnosticou a doença em 179 pessoas e, neste ano, até a semana passada, já haviam sido registrados 129 casos. A coordenadora do AG do Badenfurt, Janara Caroline Ribeiro, explica que no geral a infecção dura em média de sete a 10 dias e que até o momento ainda não se sabe o que tem causado os surtos. No entanto, acredita que, por estar se alastrando com rapidez, a infecção deve ser viral (quando o contágio ocorre pelo ar) e não bacteriana (quando se dá por meio do contato).

– Sempre vão ter casos de conjuntivite. Tem mês que tem cinco, tem mês que tem 20. A gente até fez uma análise do ano passado para poder comparar e a média ficou entre 10 e 12 por mês. No outono ainda aumentou um pouco, mas depois baixou novamente. Até dezembro e janeiro, onde voltou a aumentar. Janeiro, deste ano, a gente já teve 16 casos, passa para fevereiro com menos casos e aí chega em março com 80 casos — contextualiza a coordenadora.

Janara ainda explica que é denominado surto todos os casos que não são isolados, como, por exemplo, quando há diagnostico da doença em mais de um membro de uma família ou até da vizinhança.

— É o número de casos num mesmo contexto, como uma casa onde duas pessoas já apresentam a infecção, daí não é um caso isolado. É feito o acompanhamento desses casos por 10 dias para avaliar a evolução do problema — garante.

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De acordo com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive-SC) por a infecção nos olhos não ser considerada uma doença de notificação obrigatória, não há dados estaduais disponíveis sobre o contágio. A tabulação dessas informações é feita com base nos registros municipais, quando há surto, e então notificados para a Dive. Até terça-feira, conforme a assessoria do órgão estadual, Blumenau não tinha enviado nenhum aviso sobre o aumento no número de casos na cidade.

Questionada sobre a notificação, a administração local informou que os surtos foram notificados para Vigilância Epidemiológica do município e ressaltou que para controlar a situação as unidades de saúde da rede municipal receberam orientações específicas para adotar medidas de prevenção e também de conscientização, como a adoção de alguns cuidados diários (confira abaixo).

Entre os principais sintomas da infecção, estão olhos avermelhados, sensação de desconforto ocular, inchaço do olho ou da pálpebra, sensibilidade à luz, visão borrada e lacrimejamento. Durante o período em que está com a doença, o paciente é orientado a usar gaze umedecida com água filtrada, mineral ou soro fisiológico para fazer a limpeza dos olhos.

FIQUE POR DENTRO

O que é conjuntivite

É uma inflamação da conjuntiva ocular, membrana transparente e fina que reveste a porção anterior da parte branca do olho e a face interna das pálpebras, que dura em torno de sete a 10 dias. A transmissão ocorre de pessoa para pessoa por meio de contato com secreções ou objetos contaminados. A doença se espalha rapidamente em ambientes fechados, como escolas, creches, escritórios e fábricas.

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Transmissão

De pessoa para pessoa, por meio de contato com secreções ou objetos contaminados. Se for viral, também pode ocorrer o contágio pelo ar, já que o vírus possui maior capacidade para transitar.

Principais sintomas

  • Olhos avermelhados.
  • Secreções (prurido).
  • Sensação de desconforto ocular.
  • Inchaço do olho ou da pálpebra.
  • Lacrimejamento.
  • Sensibilidade à luz.
  • Visão borrada.
  • Pode ocorrer febre, dor de garganta e dores pelo corpo.

Principais cuidados

  • Procurar orientação médica para o diagnóstico.
  • Quando confirmado, usar gaze umedecida com água filtrada, mineral ou soro fisiológico para limpeza dos olhos.
  • Fazer compressas frias para amenizar o desconforto.
  • Em alguns casos, é preciso tomar medicação e aplicar colírio.
  • Evitar coçar os olhos.
  • Lavar com frequência o rosto e também as mãos.
  • Evitar aglomerações e locais públicos como piscinas públicas ou de academias.
  • Não compartilhar objetos pessoais, como produtos de beleza e sabonete.
  • Aumentar a troca de toalhas de banho e rosto.
  • Evitar ambientes com bebês.
  • Não usar lentes de contato.

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Blumenau