Quando o diretor José Padilha filmava Tropa de Elite 2, filme que apresentaria o ator Irandhir Santos ao Brasil, classificou sua performance no set como “espantosa”. Desde então Irandhir se estabeleceu como uma das maiores revelações da dramaturgia brasileira, emendando grandes atuações (é o poeta maldito de A Febre do Rato) com participações em grandes longas (Viajo Porque Preciso, Volto Porque te Amo, no qual é o narrador-protagonista).

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Um de seus trabalhos mais comentados é O Som ao Redor, programado para a noite desta quinta-feira no Palácio dos Festivais.

– Cheguei às 3h da manhã vindo de Petrolina (PE), ainda estou tonto – disse um calmo e bem-humorado Irandhir a ZH, enquanto circulava por Gramado durante a tarde.

– Precisava acompanhar esta exibição. É a primeira do filme no Brasil, e eu não pude acompanhar quase nada da carreira nos festivais internacionais. Fico feliz que esta sessão seja numa edição importante de Gramado, um festival tão tradicional que eu ainda não conhecia.

Em Petrolina, o ator participava da pré-produção do primeiro longa do ótimo diretor de curtas-metragens Camilo Cavalcante, A História da Eternidade (mesmo título de um de seus curtas). Terá uma passagem rápida pela serra gaúcha, pois deve voltar aos trabalhos no interior de Pernambuco ainda na sexta-feira.

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Em O Som ao Redor, Irandhir interpreta um dos moradores de uma rua de classe média do Recife que é impactada pela instalação de uma milícia de segurança. Trata-se do primeiro longa de ficção de Kleber Mendonça Filho, crítico e diretor dos excelentes curtas Recife Frio e Vinil Verde e do documentário Crítico. Entre outras distinções internacionais, O Som ao Redor faturou o prêmio da crítica no prestigiado Festival de Roterdã, um dos mais importantes da Europa.