É comum associar a Serra Catarinense ao Morro da Igreja, à Pedra Furada e à Serra do Rio do Rastro. Mas a região tem outros lugares ótimos e pouco visitados.

Continua depois da publicidade

Seis deles são entre São Joaquim e Urubici. Para visitar todos os pontos, reserve pelo menos três dias. Aí, é só escolher o destino. Veja os roteiros abaixo e mais informações na tabela.

Gruta pertinho do Centro

É tão pertinho do Centro de São Joaquim, que fica difícil acreditar que pouca gente tenha ido até lá e que o lugar ainda não tinha conquistado espaço na mídia. A bela Gruta do Moleque fica em um terreno particular na localidade de Morro Agudo.

Depois de uns 40 minutos de caminhada pelo mato, sem grande dificuldade, chega-se à incrível gruta. Com cinco metros de altura, 10 de profundidade e 30 de largura, serviu de abrigo aos tropeiros que passaram pela região até meio século atrás.

Continua depois da publicidade

Uma queda d’água na gruta torna o lugar ainda mais belo, ajuda a matar a sede e, no verão, a refrescar com um bom banho. O retorno é um pouco mais demorado, cerca de uma hora morro acima. Qualquer pessoa pode entrar, se o dono Romeu Bertollo, deixar. Para ter autorização, vá até a entrada da casa e converse com o caseiro.

De repente, os xaxins

O Snow Valley (Vale da Neve) é um ótimo lugar para comer à beira da rodovia. Mas lá também é possível ter contato muito próximo com a natureza. Além de atividades como tirolesa, arvorismo, pêndulo, muro de escalada e hospedagem, vale conferir as trilhas das cascatas e dos xaxins gigantes.

Os biólogos calculam que o xaxim cresce, em média, um centímetro por ano. São cinco belas quedas d’água e xaxins a perder de vista, com trilhas que somam três quilômetros.

Fé e natureza lado a lado

Um dos lugares mais bonitos da Serra, reserva espaço ao lazer e à religiosidade. A Gruta Nossa Senhora de Lourdes foi construída aproveitando um grande paredão de pedra. Dois altares foram feitos. Um com imagens e fotos. Outro, com bancos para celebrações.

Continua depois da publicidade

O lugar tranquilo tem até barulho de água, que cai de uma altura de 20 metros, num lago. A Via-Sacra está reproduzida na gruta. Um quiosque com sete churrasqueiras está à disposição.

O mergulho é o limite

Perfeita para quem curte os esportes radicais como rapel, a Cascata do Pirata tem fácil acesso, permite respirar o ar puro e acompanhar de pertinho o choque da água com as rochas.

A cascata tem cerca de 30 metros de altura, e é preciso ter cuidado ao chegar perto do penhasco, pois não há mirante ou parapeito. Apesar de ser uma área particular, os donos permitem a entrada. Pode acampar e até fazer aquele churrasquinho. As únicas regras: mantenha tudo perfeitamente limpo e não destrua nada.

A araucária que parece não ter fim

Uma das preciosidades da Serra, a araucária gigante atrai curiosos e estudiosos interessados em decifrar o seu mistério. A árvore fica em uma área particular de 1,4 mil hectares, onde existem cerca de 80 mil araucárias de todos os tamanhos.

Continua depois da publicidade

Para chegar até ela é preciso andar 15 minutos em um caminho rodeado de enormes xaxins. A chegada à árvore é emocionante.

Segundo pesquisadores, o imponente pinheiro tem cerca de 900 anos, 42 metros de altura e 15 metros de circunferência perto do solo. O tronco da araucária tem um vão de sete metros de altura.

Dá para passar a cavalo por baixo. Existem algumas teorias para a abertura: foi provocada pela ação do tempo; pelos morcegos que habitam a árvore; por fogueiras feitas pelos índios durante as sapecadas de pinhão; ou, ainda, pelos povos mais recentes, que queimavam a madeira para extrair o cerne e fazer sabão.

Chatô passou por aqui

O precursor da televisão no Brasil, Assis Chateaubriand, escapou de ser fuzilado em São Joaquim durante a Revolução de 1930 graças à sua assinatura na carteira de jornalista de um joaquinense. Você sabia disso? No museu que leva o seu nome, no Centro de São Joaquim, estão expostas preciosidades como os cerca de 12 mil artigos escritos por Chateaubriand. Tem também livros de sua autoria e que abordam a sua vida.

Continua depois da publicidade

O prédio tem 80 anos. Serviu de moradia dos juízes que passavam por São Joaquim. Dentro, há cerca de 5 mil peças, todas doadas ou emprestadas, entre pedras, minerais, ferramentas, utensílios urbanos e rurais, móveis, televisores, aparelhos de som, máquinas de costura, câmeras fotográficas, instrumentos musicais, discos de vinil.

Se for até o museu, não perca as esculturas do artista joaquinense Elson Outuki, morto em acidente de trabalho em outubro de 2007. Do lado de fora, tem ainda uma breve exposição sobre o ciclo madeireiro e o tropeirismo.

Confira o especial sobre as cidades serranas

Conheça os atrativos da Serra catarinense