Ricardo João Peluso Alba, ou apenas Alba nas urnas, ganhou projeção em Santa Catarina no último domingo ao conquistar o maior número de votos deste pleito para o cargo de deputado estadual: 62.762. Vereador eleito pelo PP, em Blumenau, na eleição de 2016, Alba – que está no PSL desde março deste ano, legenda do candidato à presidência Jair Bolsonaro – foi o único entre os 10 parlamentares blumenauenses que concorriam ao pleito que teve sucesso na votação, conseguindo se eleger para uma vaga na Assembleia Legislativa de SC (Alesc).
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Deixando a cadeira na Câmara de Vereadores na metade do mandato para o suplente Cezar Cim (PP) assumir, Alba agora mira o exercício parlamentar que o espera na Alesc. No discurso pós-vitória, ele se diz conservador, de direita e cristão. Confira na íntegra a entrevista feita na manhã desta quarta-feira:
Perfil
Nome: Ricardo João Peluso Alba
Partido atual: PSL
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Partidos anteriores: DEM, PSDB, PP e PEN
Idade: 33 anos | 23/12/1984
Nasceu em: Blumenau
Profissão: oficial de Justiça, concursado do Tribunal de Justiça, e professor universitário do curso de Direito em cadeiras de direito constitucional e direito internacional, há quase 10 anos. Bacharel em Direito, pós-graduado e mestre.
Como você entrou na política? Como foi a sua trajetória política?
O que me motivou a colocar meu nome como vereador em 2016 foi a insatisfação política, não me sentia representado e achei que naquele momento ser eleitor era insuficiente. Eu tinha que fazer mais pela democracia, mais pelo meu país. Foi isso que me motivou a colocar meu nome como vereador em 2016, quando tive uma votação expressiva. E, esse mesmo sentimento, depois de um trabalho bem feito, de um trabalho realizador aqui na Câmara de Vereadores, me levou a colocar meu nome à disposição para concorrer a uma cadeira a deputado estadual. Obtivemos sucesso nessa eleição de forma muito forte, fui um dos mais votados do Estado.
Em 2016, quando foi eleito vereador, você já era do PSL?
Não, eu era do PP. Me elegi vereador em 2016 pelo PP, mas sempre fui um seguidor do Bolsonaro, sempre me manifestei na defesa dos valores conservadores, na pauta da nova direita que surgiu no Brasil. Onde Bolsonaro for, eu vou. Acabei indo para o PSL, tocamos o partido a nível estadual. Faço parte da executiva estadual, percorremos o Estado inteiro. Em seis meses, fundamos mais de 140 diretórios municipais. Consegui levar meu nome para diversos municípios do Estado, o que fez com que a gente tivesse essa votação grandiosa.
Você já era filiado ao PP quando concorreu para vereador ou se filiou apenas para concorrer?
Nunca tive atuação partidária. Procurei me filiar a um partido político justamente para concorrer ao pleito eleitoral. O que me levou à política, realmente, desde o início, foi a insatisfação com a representação política. Foi isso que me motivou a colocar meu nome como vereador, fazer diferente, fazer cortes de gastos utilizando menos de 2% da verba de gabinete, batalhar pela educação, pela segurança pública. A gente conseguiu mostrar o nosso trabalho, não só pro Vale do Itajaí, mas para todas as regiões do Estado. Rodamos todas as regiões, e isso foi muito bem aceito.
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Na época, por que você se identificou com o PP? Como ocorreu essa transição?
O que me fez mudar de partido foi não ter espaço no PP. Isso me fez mudar de partido. Justamente, também, seguir nossa liderança a nível nacional, que é o Bolsonaro.
Você já tinha essas convicções como as do Bolsonaro, por exemplo, em relação a família tradicional e ideologia de gênero? Já se reconhecia nessa bandeiras?
Eu sou direita, declaradamente direita. Sou conservador, cristão, de direita. Bato no peito com muito orgulho. Defendo a família tradicional, defendo as pautas conservadoras, pautas cristãs. Claro, tolerando a diversidade, respeitando todos, mas os valores que eu defendo são princípios que eu carrego na minha vida e, com certeza, que eu carrego na minha atuação política também.
Você apoia Bolsonaro, um político com discurso polêmico ao falar, por exemplo, sobre a mulher e ao salário da mulher, questões LGBT e negros, armamento. Concorda com todos esses pontos? Como irá abordar esses temas durante o mandato como deputado estadual?
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Bom, primeiro que o Bolsonaro não falou nada disso. Ele não é contra as mulheres, ninguém é contra as mulheres. Ele não é contra os gays, ninguém é contra os gays. Nós somos contra a ideologia de gênero das escolas, é bem diferente. Cada um que faça sua decisão por sexualidade como bem entender, ninguém é fiscal da vida dos outros. Agora, ideologia de gênero nas escolas, não. Não tem nenhum discurso dele, muito menos meu, contra os homossexuais, inclusive, tenho amigos que são homossexuais.
Você comenta que, em princípio, exceto pela ideologia de gênero nas escolas que o senhor é contra, os outros temas considerados polêmicos ao longo da campanha de Bolsonaro, que diz apoiar, enquanto deputado estadual, como vai tratar esses temas na Alesc?
Vou trabalhar pelo desenvolvimento econômico. O que cada um faz da sua vida é problema de cada um. Se é heterossexual ou homossexual é problema de cada um. Eu vou trabalhar para desenvolver o Estado de Santa Catarina, trabalhar para o governo do Estado olhar para os municípios, para melhorar a vida das pessoas, para as obras serem concluídas, para valorizar a polícia, professores, família. Vou trabalhar para combater essa criminalidade, isso que eu vou fazer. Cada um que faça o que quiser da sua vida.
Agora, então, eleito deputado, o senhor deixará o cargo de vereador em Blumenau na metade do mandato. Qual é a avaliação que o senhor faz desses dois anos?
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Foi excelente. Conseguimos fazer um mandato realizador. A comprovação está nas urnas de Blumenau. Tivemos 36 mil votos só em Blumenau. Isso nos tornaria deputado só com a votação de Blumenau, mas fizemos votos em 254 municípios. Ou seja, foi uma votação e uma avaliação extremamente positiva do nosso trabalho.
Ao que você credita essa vitoria expressiva nas urnas? O senhor era mais conhecido na região de Blumenau e do Vale do Itajaí, mas acabou ganhando votos do Estado todo.
Ao nosso trabalho, a forma como a qual a gente conseguiu divulgar o nosso trabalho, viajando por todo o Estado, através das redes sociais. E também à onda 17 que varreu Santa Catarina, dando um recado, um grito de liberdade nas urnas, um grito de liberdade do cidadão catarinense que não quer mais essa velha política do toma lá, dá cá. Agora, nosso objetivo no segundo turno é eleger o Jair Bolsonaro presidente e o comandante Moisés, também para fazer a mudança completa na política catarinense.
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