Hola, se alquila, bienvenido. O sotaque da Praia Brava, no Norte da ilha de Florianópolis, é latino e é ouvido a todo momento por quem passa por aqui. É comum encontrar com algum trabalhador das areias do local, brasileiro, que lhe cumprimente e ofereça algo na língua espanhola. Nos guarda-sóis e barracas, grupos cantam e brincam, alegres, também portanto o sotaque estrangeiro que já não é mais novidade na Brava. Diga-se de passagem, há bastante tempo.
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Argentinos, paraguaios, uruguaios, chilenos e até alguns bolivianos, começam a chegar nas terras catarinenses, geralmente, na metade do mês de janeiro e permanecem até meados do carnaval. Para os ambulantes fazem a diferença nas vendas, como conta a maranhense Adélia de Souza: "Eles (os estrangeiros) ainda não vieram como a gente esperava, mas vão vir e gostam de comprar nossos produtos" – referindo-se aos chapéus que carrega nas mãos.
O tatuador que trabalha com henna, de nacionalidade uruguaia, Carlos Patrício, parece estar acostumado a desenhar as letras do time do país vizinho, Boca Juniors. "Não é meu time e nem do meu país, mas todos nós o conhecemos"- diz, sorrindo, após realizar o trabalho na pele de um turista, provavelmente, argentino.
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Brasileiros dividem espaço com hermanos com tranquilidade, inclusive no jogo de altinha de duplas (esporte em que os jogadores não podem deixar a bola encostar no chão, com todos a tocando). O surfe também é praticado por todos e já não se ouve mais a velha piada de que Pelé é melhor que Maradona e vice-versa. Na Brava, o espaço é eclético e respeitoso, indicando que a rixa causada pelo futebol entre os latino-americanos ficou num passado distante. E que assim permaneça!