Nem todo mundo pode curtir as noites de Natal ou Ano-novo em casa, ao lado da família e de amigos. Em muitas profissões é preciso manter plantão até mesmo nas noites de festas. O bombeiro Gabriel Magri, de Jaraguá do Sul, conta que o Natal e o Ano-novo ganharam um sentido diferente há cinco anos. Para ele, assim como para outros companheiros de equipe, é difícil ficar longe dos familiares, mas a união da corporação transforma o quartel em um segundo lar.

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Segundo Magri, os bombeiros efetivos de Jaraguá do Sul não tiram férias entre o dia 15 de dezembro e 15 de janeiro, pois esta época é destinada ao descanso dos bombeiros voluntários, que exercem outros trabalhos paralelos.

– A corporação fica com 60 efetivos, que se revezam durante os plantões. O número ideal de pessoas no plantão é 25, alguns voluntários ficam para ajudar. E se tivermos uma equipe reduzida e tivermos uma ocorrência que necessite de reforços, todos vêm prontamente – explica.

Mas não é porque a noite é de trabalho que precisa deixar de ser feliz. Assim como ocorre em casa, os bombeiros arrumam a mesa e preparam uma típica ceia de Natal. Magri conta que ele e outros colegas ficam responsáveis por cozinhar. Mas, é claro, param tudo se aparece alguma ocorrência, pois é hora de trabalhar.

– Nestes cinco anos, uma vez tivemos que parar a ceia porque houve um princípio de incêndio na antiga estação ferroviária. Perdemos três horas na ocorrência – relembra.

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No Ano-novo, os bombeiros têm uma tradição de colocar todos os veículos da corporação em frente ao quartel. Assim que o próximo ano chega, as sirenes e os giroflex são ligados. Conforme Magri, a população assiste ao show das luzes e o barulho das sirenes chama atenção da comunidade.

No hospital também tem alegria

Nos hospitais da cidade, enfermeiros, médicos e técnicos em enfermagem também trabalham nestas datas. Há 16 anos, Nádia Andrade trabalha no Natal ou no Ano-novo.

– Quando você escolhe uma profissão, já sabe o que terá de abrir mão – diz.

Ao contrário do que muitos pensam, é possível fazer festas alegres nos hospitais. Segundo a enfermeira, todos os pacientes têm direito à ceia, cada um com sua restrição alimentar. As crianças recebem a visita do Bom Velhinho.

– Como temos cirurgias de emergência, sempre vamos ter pacientes internados. Por isso, fazemos decoração e o possível para deixar o ambiente mais agradável – afirma.

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Uma vez, Nádia foi o Papai Noel e achou a experiência recompensadora. Conforme a enfermeira, tanto as crianças quanto os adultos esperam que o Bom Velhinho passe nos quartos para visita.

– Aqui é como um lar. A equipe médica é uma família que abraça todos os pacientes – destaca.

No Ano-novo, depois da meia-noite, Nádia costuma ligar para os familiares e. claro, sempre tem que ouvir piadas como “estou fazendo festa por você”.

Nádia relembra um fato que marcou uma virada de ano. Ela ainda trabalhava no pronto-socorro. Faltavam cinco minutos para a meia-noite quando um casal de idosos chegou ao pronto atendimento.

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– Eles falaram que o senhor estava com dor. Demos um remédio, deu 15 minutos e foram embora. Neste meio tempo, abraçamos os velhinhos e desejamos feliz Ano-novo – relembra.