A segunda fase da Liga Nacional de Futsal começa nesta segunda-feira e tem a presença de quatro clubes de Santa Catarina. Krona, Jaraguá, Floripa e Concórdia superaram a primeira etapa – Blumenau e Tubarão ficaram pelo caminho – e desafiam os rivais de outros Estados em busca do tão cobiçado troféu brasileiro.

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Uma característica marca as quatro equipes: todas têm em seus elencos atletas com identificados com os times e as cidades nas quais defendem. Ao DC, Mithyuê, Dian, Antônio e Paludo narram sua trajetória e contam sobre a paixão por seus clubes.

Krona

A persistência de Mithyuê

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Em oito anos muita coisa pode acontecer na vida de uma pessoa. Mithyuê que o diga. Aos 25 anos, e já com o currículo de um veterano, o ala da Krona tem muita história para contar no esporte – verdadeiras lições de persistência. E é com esta carta na manga que a equipe tricolor pretende surpreender na segunda fase da Liga Nacional para ir em busca do tão sonhado título.

O time joinvilense já participou de duas decisões de Liga, uma em 2007 e outra em 2012. Pode parecer improvável, mas Mithyuê não só estava lá na primeira vez, com apenas 17 anos, como foi um jogador decisivo para a equipe chegar até onde chegou.

O rápido sucesso nas quadras fez o atleta ir em busca do sonho de jogar futebol de campo. Foi aprovado no Grêmio, mas uma lesão no joelho atrapalhou a sequência na carreira. Perambulou sem destaque por clubes como

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Atlético-PR, Juventude, CSA e Pelotas. O insucesso não fez com que Mithyuê abaixasse a cabeça. Com o sonho de vencer no esporte, decidiu voltar ao futsal e à equipe com a qual mais se identificou. O acerto foi em agosto do ano passado.

– Quando cheguei, pensei que ia ser mais fácil a readaptação, mas senti bastante dificuldade. Agora, estou me sentindo muito bem. Ainda posso dar mais, mas estou confiante – garante.

Com Vander Iacovino, o mesmo técnico que lhe abriu as portas no time adulto em 2007, Mithyuê espera repetir a parceria de sucesso que colocou a Krona na final daquela temporada. Assim como naquele ano, Joinville não avançou para a segunda fase entre as primeiras posições e teve uma campanha irregular na primeira fase.

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– Mas nós crescemos no momento certo. A dificuldade da primeira fase vai ser boa para que a gente não se acomode e entre mais concentrado – aposta o ala. ?

Jaraguá

Um pequeno entre os gigantes

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A camisa sete do Jaraguá Futsal tem o peso de um nome: Dian Miotto. O ala paranaense ocupa essa vaga há quase oito anos, sendo o atleta com mais tempo de casa, e faz parte das principais conquistas do time mais vitorioso de Santa Catarina.

Sua história no futsal começa com influencia do pai, que também foi jogador. Dian cresceu com a bola no pé nas quadras de Guarapuava (PR). Para realizar o sonho de ser jogador de futebol, saiu cedo de casa e foi jogar futsal em solo gaúcho. Com 15 anos para 16 anos, o jovem atleta mudou para Jaraguá do Sul.

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– Fiquei dois anos no futsal de menores para entrar no time adulto do Jaraguá. O que mais pesava era o corpo, porque não sou forte, daí compenso com a agilidade – revela.

Dian jogou ao lado de Falcão e tantos outros nomes que marcaram a era Malwee do futsal jaraguaense. O jogador em começo de carreira levava a responsabilidade de jogar ao lado de gigantes. Dian se destacou e conquistou sua primeira convocação para Seleção Brasileira de Futsal Sub-20 em 2010.

Após o fim da era Malwee, o jogador acertou uma proposta em São Paulo em 2011. No entanto, a falta de estrutura do time paulista e o novo projeto do Jaraguá Futsal fizeram voltar em 2012 e permanecer até hoje na equipe.

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Agora com 24 anos, Dian tem uma resposta na ponta da língua sobre o time e a cidade:

– Jaraguá do Sul é a minha casa. Casei com uma jaraguaense e pretendo morar aqui depois que me aposentar como atleta.

Floripa

Sangue pelo time

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São 18 anos como profissional, sendo 15 deles defendendo a camisa de Florianópolis. Essa é apenas uma parte da história do fixo Antônio Rogério Mafra, um verdadeiro patrimônio do futebol de salão de Santa Catarina.

Aos 36 anos, mas ainda treinando como se fosse um garoto, o jogador do Floripa Futsal encara mais uma Liga Nacional com disposição e otimismo para levar a equipe da Capital o mais longe possível na competição.

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– Temos um bom time, com jogadores que ainda vão crescer. Vejo condições de irmos às quartas de final e sei que podemos brigar por uma das quatro vagas da segunda fase, mesmo em uma chave encardida como a nossa – conta.

Capitão e referência, Antônio comanda uma equipe cheia de jovens, uma marca do Floripa Futsal.

A carreira do atleta começou no Instituto Estadual de Educação (IEE), passou pelo LIC e chegou em 1996 no Colegial, do Colégio Catarinense, comandado por Valci Moreira, que hoje é o presidente do Floripa Futsal.

No ano seguinte já estreou entre os adultos e só saiu de lá em 2005 para fazer parte de um dos melhores times da história do futsal brasileiro, a Malwee de Jaraguá, composta pelo craque Falcão e cia. Lá, ganhou a Liga Nacional, Taça Brasil, Sul-Americano e muitos outros troféus. Ainda defendeu a Ulbra (RS) e a Krona antes de retornar ao Floripa, em 2008.

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– Todo ano aparecem propostas, mas não pretendo mais sair daqui. Eu invisto todo o meu sangue dentro de quadra para poder manter esse projeto. A gente trabalha com o coração, porque muitos são da cidade, mas falta a iniciativa privada apoiar mais o futsal – dispara Antônio, que já se divide entre as quadras e a faculdade de educação física.

Concórdia

Desde os primórdios do clube

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Desde a fundação da Associação Concordiense de Futsal (ACF), em 2006, o beque Eduardo Paludo defende as cores do time. Natural de Faxina dos Guedes, também no Oeste, ele já jogava nos juvenis da Fundação Municipal de Esportes de Concórdia há dois anos, quando foi criado o time profissional.

Logo no primeiro ano o time subiu da Primeira Divisão para a Especial do Catarinense. No ano seguinte, eliminou o badalado time de Jaraguá do Sul, e chegou às semifinais. Em 2008 foi campeão da Liga Sul, título que repetiria em 2010. Em 2011, o time chegou à final do Catarinense.

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Naquele ano o time também disputou pela primeira vez a Liga Nacional. Paludo disse que a chegada do técnico Serginho ajudou a profissionalizar a equipe. Ainda no início da liga, o time viajava de ônibus.

– Uma vez fizemos quatro mil quilômetros de ônibus para jogar em Brasília, Uberlândia e Belo Horizonte, em 15 dias de viagem – diz Paludo.

Depois o time começou a viajar de avião um dia antes dos jogos e a ficar em hotel. O resultado é que Concórdia chegou ao vice-campeonato da Liga Nacional em 2013, perdendo a decisão para Orlândia.

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Paludo guarda todas as camisas, troféus e medalhas do time. Ele é muito identificado com o clube e a torcida.

– O pessoal já me considera patrimônio do clube – brinca.

O contrato do atleta termina em 2016, mas, aos 30 anos, ele pretende continuar defendendo as cores de Concórdia. Afinal, Paludo já virou jogador símbolo da ACF.

JOGOS

Grupo A

Orlândia-SP

Lajeadense-RS

Jaraguá-SC

Krona-SC

Guarapuava-PR

São José-SP

São Paulo-SP

1ª rodada*

Segunda

20h15min – Orlândia x São José

20h15min – Lajeadense x Krona

20h15min – Jaraguá x São Paulo

* Folga Guarapuava

Grupo B

Carlos Barbosa-RS

Assoeva-RS

Concórdia-SC

Floripa Futsal-SC

Brasil Kirin-SP

Umuarama-PR

Corinthians-SP

1ª rodada*

Segunda

19h15min – Corinthians x Umuarama

20h15min – Carlos Barbosa x Floripa

Terça

20h15min – Brasil Kirin x Assoeva

* Folga Concórdia

Regulamento: As equipes se enfrentam em turno e returno até outubro. Os quatro primeiros de cada grupo avançam às quartas de final. A partir daí, a disputa será realizada em mata-mata, em jogos de ida e volta, até a decisão.

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