Autora de romances policiais com 12 livros publicados, Katia Rebello lançou neste ano “E se eu contar a verdade?” sobre uma vingança malsucedida e, atualmente, dedica-se a escrever “Um crime literário”, com previsão para chegar às livrarias em 2023. São quatro décadas voltados a desvendar assassinatos, sequestros e outros delitos inspirada por duas paixões: livros e filmes, especialmente os longas-metragens de mistério.
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Começou na literatura escrevendo poemas como o pai, que era funcionário público do Estado e gostava de declamar e criar versos. Escolheu cursar Biblioteconomia na faculdade e frequentava as aulas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) quando se interessou em participar do Varal Literário, realizado no campus. As duas poesias que apresentou no evento foram escolhidas para a edição da “Antologia do Varal Literário” (1983), organizada pelo professor e poeta Alcides Buss.

Mas sua imaginação em criar personagens e enredos a levou para a prosa. Ainda nos anos 80, produziu seu primeiro romance policial “A casa da praia”, envolvendo uma família em indícios de um homicídio no imóvel recém-comprado. A autora inscreveu-o no edital da Fundação Catarinense de Cultura de 1988, que oferecia como prêmio a publicação da obra vencedora. Conquistou sua primeira edição impressa e o ingresso solo no mercado literário.
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A premiação também foi um incentivo para bater na porta das editoras para a publicação do segundo livro. “Homicídio em dó maior” narra a ameaça de um crime durante o festival de música clássica, referência a outra paixão da escritora influenciada pelo pai. A obra foi lançada em 1996, pela Papa-Livro, de Florianópolis, e iniciou uma parceria que se prolonga por 26 anos. A editora investiu na proposta da escritora em contar histórias policiais e publicou os demais livros que escreveu. “Coincidência!”, de 1999, recebeu o troféu Boi de Mamão, da Câmara Catarinense do Livro.
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Em seus enredos, não há a figura clássica do detetive. Ele é substituído por personagens do cotidiano como confeiteira, jornalista, proprietária de sebo, entre outras, que se vêem envolvidas nos mistérios e seguem as pistas para desvendá-los. Estas protagonistas são sempre femininas e narram em primeira pessoa. Diante da suspeita de leitores, Katia Rebello esclarece que nenhuma delas é autobiográfica.
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A escritora nasceu na tranquila Florianópolis de 1961, cresceu brincando pelas ruas da Ilha, estudou em escola pública e escolheu trabalhar rodeada de livros como bibliotecária em colégios e instituições da cidade. Depois de ter publicado alguns livros e após a segunda graduação em Letras, buscou aprofundamento no mestrado e doutorado em Teoria Literária na UFSC.
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Conciliou o trabalho e os estudos com a dedicação aos seus livros e a promoção da literatura participando de eventos e entidades. No ano passado, ingressou na Academia Catarinense de Letras. Já fazia parte da Academia São José de Letras, da Academia Desterrense de Literatura e do Instituto Histórico e Geográfico de SC.
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*Texto de Gisele Kakuta Monteiro
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