O Trio Rédea Solta une a poesia regional e nativista da Serra Catarinense às milongas urbanas, instrumentação contemporânea e letras que falam da terra, da vida no interior, das cenas do campo. O grupo formado por Arthur Boscato, Felipe Silveira e Rafael Vieira em 2013 apresenta seu trabalho no primeiro disco, Frutificando, eleito álbum do ano no Prêmio da Música Catarinense, realizado em Florianópolis na noite da última quarta-feira.

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Com o coração regional e mente universal (autodefinição dos compositores e instrumentistas), eles vêm diminuindo distâncias entre o interior e a cidade. Desconstruindo conceitos limitantes sobre o gênero nativista e mostrando que a nova geração pode ser desapegada sem necessariamente deixar de cultivar a tradição.

Ouça o álbum completo:

A amizade é o elo entre os três músicos, no entanto a origem interiorana (Boscato é de Joaçaba; Silveira, de Bom Retiro; e Vieira, de Urubici) e a afinidade sonora e para compor os uniu em um projeto musical genuíno.

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– A gente compunha música regional, só que mais tradicional, e veio a ideia de compor de um jeito mais aberto, de levar a milonga para uma cena mais universal – diz Boscato, que faz parte também de outro grupo reconhecido, o Entrevero Instrumental.

As influências passam pela música do Sul do continente – da Argentina, do Rio Grande do Sul – e também por sonoridades contemporâneas, como a música eletrônica. O fato de dois dos integrantes morarem em Florianópolis há quase 10 anos impingiu a pegada urbana, jazzística, com influência também de rock progressivo.

– A música nativista foi nossa primeira escola. Milonga, chamamé. Nossa raiz está voltada para o regional. Com o tempo vieram as outras referências – explica Vieira.

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MÚSICA CATARINA

Frutificando foi lançado em outubro do ano passado. Traz o regionalismo catarinense com sotaque urbano. Uma característica marcante são as letras, que retratam a vida no campo, cenas da natureza, do homem rural. As melodias trazem milongas e ritmos folclóricos ressignificados.

– A gente nem se aproxima da música gaúcha. É catarina. De gente que é do interior. Temos referências que vão de Lupicínio Rodrigues a Victor Ramil. E temos bastante arranjo vocal. Como somos os três cantando e tocando violão, cada um faz um arranjo diferente, como peças de uma grande engrenagem – conta Silveira.

As apresentações não são restritas a fãs de música nativista – o trio vem provando que música ou é boa ou não é, independentemente do gênero ou estilo. Eles fazem shows em tradicionais casas de rock em Florianópolis, como Célula ShowCase ou General Lee. E o público adora.

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