Desde 2011, o Joinville Esporte Clube conta com o apoio especial de um torcedor que resolveu, por iniciativa própria, incorporar a figura do mascote do time. Mas pouca gente sabe quem está por trás da fantasia de Coelho do JEC. Eduardo dos Navegantes, de 28 anos, diz que só a família e amigos mais próximos sabem que, em dia de jogo do Joinville na Arena, ele se transforma numa espécie de super-herói da torcida.
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– E só não acompanho o time nas viagens para outras cidades porque tenho uma empresa de refrigeração e trabalho 24 horas com assistência técnica, então, não posso deixar a cidade -, justifica.
Há seis anos ele mora em Schroeder, mas a distância não é problema.
– Quando tem jogo, venho para Joinville.
Torcedor do JEC desde os três anos, ele conta que não perde uma partida do time em casa.
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– Quando era pequeno, ia com o meu pai, que era policial militar, para o Ernestão -, lembra.
– Teve uma época, em que o time estava passando por uma fase ruim, mas nem assim a gente abandonava o JEC. Tenho até uma foto do dia em que estávamos só eu, meu pai e cinco torcedores no Ernestão -, diz o torcedor, que sempre incentivou o time.
Eduardo conta que a ideia de se transformar no mascote do time surgiu num jogo entre Avaí e Joinville, em 2011. Pensando no que poderia fazer para empurrar o time para a vitória durante o clássico, ele decidiu: vou vestido de coelho.
– Comprei uma fantasia de coelho da Páscoa e adaptei, colocando uma camisa, uma bermuda e os meiões do JEC -, conta.
Eduardo foi trajado assim para a arquibancada e acabou sendo convidado para entrar em campo. E desde então ele exerce essa função, voluntariamente.
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– Não ganho nada, faço pelo prazer, pelo amor ao JEC e ao público -, ressalta
Eduardo, que fica feliz com o carinho da torcida, em especial das crianças.
– Por jogo, bato em média 50 fotos só com as crianças. É muito gratificante.
Neste ano, ele ganhou do JEC uma fantasia nova, mais “invocada” e menos calorenta.
– A cara do coelho é de mau, mas é só a cara -, brinca.
além disso, a nova cabeça do coelho conta com um dispositivo para refrescar.
– É um cooler, um ventiladorzinho desses de computador, ligado a quatro pilhas , explica.
Ainda assim, a fantasia de pelúcia é bem quente. Para quem pensa que a vida de Coelho do JEC é moleza, Eduardo revela que perde pelo menos dois quilos por jogo, transpirando dentro da fantasia.
– Em dias quentes, é ainda pior -, diz.
Mas a vida de mascote tem suas compensações.
– Tenho o privilégio de poder conversar com os jogadores e já fiz amizade com alguns deles -, revela o mascote, que é também uma espécie de amuleto do time.
Se a pata de coelho é um símbolo de sorte, a fantasia de Eduardo parece ter o mesmo efeito desta superstição.
– De todos os jogos que eu fui fantasiado, só perdemos dois -, diz o mascote, que é, acima de tudo, um torcedor fanático.
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