Conhecido por trocar de cor e ser um berço da pesca em água doce, o Rio Araranguá é um dos principais pontos turísticos naturais no Sul do Estado. O manancial que já foi uma importante hidrovia, conecta-se diretamente ao mar, no Balneário Morro dos Conventos, em Araranguá, cidade de aproximadamente 71 mil habitantes. A coloração é alterada por ações humanas, como a mineração de carvão ou efluentes da indústria química e têxtil.
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Considerando a sua nascente, no Rio da Pedra, no Parque Nacional da Serra Geral no Rio Grande do Sul, e a sua foz, localizada no Balneário Morro dos Conventos, em Araranguá, são aproximadamente 110 quilômetros de extensão, o rio ainda margeia dunas de areia e a praia, até o encontro com o mar, formando a barra. Como o Rio Araranguá atravessa toda a cidade, é necessário o uso de balsa para passar de um lado ao outro do município.
Nas primeiras décadas do século XX, entre 1900 e 1920, o Rio Araranguá era ponto de navegação de barcos, vapores e iates.
Rio de cinco cores
O manancial possui cinco ou mais cores, e elas podem variar em tons de azul e verde. Essa mudança se dá devido a diversos fatores naturais. No entanto, Carlyle Torres Bezerra, engenheiro de minas e professor do curso de graduação em Engenharia Ambiental, na Universidade do Extremo-Sul Catarinense (Unesc), explica que essas alterações da coloração também são causadas por ações humanas, como a mineração de carvão ou efluentes da indústria química e têxtil.
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— Além dos fatores naturais, como a composição química e mineralógica da água e da geologia da região, além da decomposição da matéria orgânica, outros fatores influenciam a sua coloração. Entre eles, a presença de metais pesados, sulfatos, variação do pH, falta de saneamento e o uso intenso de agrotóxicos, além da presença de microrganismos. A cor sob determinadas condições pode indicar o crescimento de fitoplâncton ou algas devido ao aumento de nutrientes, processo conhecido como eutrofização — explica o professor.
O engenheiro ainda conta que variações de cores podem ocorrer em outros rios, que sofrem degradações por conta da mineração de carvão e outras atividades no seu entorno, tais como nas bacias hidrográficas dos rios Urussanga e Tubarão, além do complexo lagunar.
— É importante mencionar que esta degradação pela mineração se deve em grande parte aos passivos ambientais da mineração de carvão que ainda não foram recuperados, e os seus efeitos sobre os recursos hídricos da região. Essas questões não deveriam ser tratadas de forma simplista, sem buscar antes o conhecimento técnico e científico. Vários fatores contribuíram para isto, e exige muitas ações.
Gerador de economia
O Rio Araranguá é o principal ponto turístico da cidade, mas além disso, é um local de atividades econômicas. O manancial reúne pescadores de toda a região Sul do Estado, e até mesmo do Rio Grande do Sul. Rodrigo Correia, morador de Morro da Fumaça, é eletricista de caminhões e conta que tem as suas pescas durante as noites de sexta-feira na barra do rio como uma renda extra
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— Eu venho para o Rio Araranguá com o meu barco, geralmente com um amigo meu. Nós pescamos robalos, tainha, anchova, corvina, savelha, linguado e outras espécies. Nós pescamos de tarrafa, mas vemos muitos pescadores com vara e em caiaques. Eu levo para casa e a minha esposa faz filés para vendermos na cidade — conta Rodrigo.
O rio ainda é ponto de motos aquáticas, caiaques e outras pequenas embarcações. Pessoas fazem passeios e roteiros turísticos que passam por toda a extensão do manancial.
Veja fotos do rio Araranguá
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