No pé do Morro do Mocotó tem uma galera fazendo sua parte por um futuro melhor para quase uma centena de crianças de Florianópolis. Quando chega a noite, 16 professores voluntários ensinam jiu-jitsu, boxe, judô e muay thai para a molecada. Tudo é feito no amor. Por isso, o projeto faz jus ao nome: Eu Faço A Minha Parte.

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O prédio de dois andares, que já foi posto de saúde e ficou por anos abandonado, hoje abriga dois tatames, um em cada piso. Quem vê a estrutura bem cuidada pode pensar que é particular, mas tudo que o projeto tem é fruto de doação, e nada é cobrado dos alunos. O Eu Faço A Minha Parte nunca teve apoio do poder público nem de outras entidades. Pelo menos até agora, já que a iniciativa é uma das selecionadas pela campanha Esporte Faz Bem, da NSC Comunicação.

O atual mentor do projeto, que começou em 2007, é o Ederson Manoel de Souza, o Nene, que, mesmo estando desempregado, tira do próprio bolso quando um atleta precisa de recursos para disputar um campeonato fora. Para pagar inscrições, exames de faixa, passagens de ônibus, os professores fazem de tudo: rifa, festa beneficente, até vender o próprio celular e os filhotes do cachorro o Nene já fez.

— Se eu não estivesse cercado de gente comprometida, jamais teria como tocar o projeto. Falta pra gente uma assistente social, um psicólogo. Muitas crianças desistem no meio do caminho e a gente não sabe por quê. Os pais são ausentes, muitas vezes, e o problema está dentro de casa.

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Segundo Nene, quase todos os alunos que abandonam o projeto acabam indo para o mundo das drogas. É uma realidade que frustra o morador do Mocotó.

Já os que vão até o fim viram professores, vão para a faculdade ou para o mercado de trabalho. É o que sonha o jovem Kauê Andrade, de 14 anos, lutador de jiu-jitsu. Ele entrou no projeto aos 9 e logo já ganhou um quimono, que incentivou o moleque. Desde então, conquistou 35 medalhas em campeonatos catarinense e já foi campeão sul-brasileiro na categoria dele.

— Vou levar o jiu-jitsu para a vida. Quero abrir uma academia aqui no Mocotó pra salvar toda a gurizada das drogas — deseja.

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Já a boxeadora Mayara Kelen, 19, sonha em representar o Brasil. Recentemente, ela conquistou o cinturão de ouro até 60 kg na categoria elite em Balneário Camboriú.

— Quero uma vaga na seleção brasileira e continuar trazendo títulos para o projeto.

O que é a campanha Esporte Faz Bem?

Em clima de Copa de Mundo, a NSC Comunicação entra em campo de mãos dadas com a Associação de Clubes de Futebol Profissional de Santa Catarina e com as principais equipes do Estado para um jogo em que não há um rival, mas um objetivo em comum: auxiliar entidades que promovam a inclusão social por meio do esporte.

Para entrar nessa grande seleção do Esporte Faz Bem – a campanha iniciou nesta semana e vai até 16 de julho – você também pode fazer a sua parte, doando materiais esportivos em bom estado (novos ou usados) para quem vai fazer um bom uso deles.

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É possível doar todo tipo de material: bolas de diferentes modalidades, camisetas, chuteiras, bombas, quimonos, raquetes, coletes, luvas de lutas, sapatilhas de corridas, entre tantos outros itens. Só é preciso estar em bom estado para a utilização. Entidades de todo o Estado serão agraciadas pela bondade dos catarinenses, com centenas de crianças beneficiadas pelas doações.

Em Florianópolis, os pontos de doação são nos estádios Orlando Scarpelli e Ressacada e a sede da NSC Comunicação, no Morro da Cruz.