A revitalização do Centro de Joinville começa a passar do campo das ideias para o das realizações. Por meio de um projeto capitaneado pela Secretaria de Planejamento Urbano e Desenvolvimento Sustentável (Sepud) cresce a possibilidade de transformar a região central da cidade em um espaço mais humano e funcional. O projeto arquitetônico “Caminhos de Joinville”, que reúne ações propositivas para a região central, foi detalhado ao Prefeito Udo Döhler e aprovado nesta quarta-feira (20).
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Saiba quais são as 11 principais propostas de revitalização do Centro de Joinville
Essa proposta tem como objetivo fortalecer a história de Joinville por meio de intervenções centradas no núcleo formador da cidade e assim requalificar a ocupação da área. A intenção é dar uma nova roupagem ao Centro de Joinville e evidenciar seu legado cultural por meio da arte da dança, além de sua herança histórica – presente em seus imóveis tombados, dentre eles a Rua das Palmeiras; o Museu do Imigrante e o Palacete Schlemm; e locais símbolos da cidade, como a Catedral; o Monumento à Barca e o Mercado Municipal.
O escopo do projeto começou a ser construído em outubro de 2017 por meio de um Hackathon de ‘desenhos urbanos colaborativos’, que contou com a participação de cerca de 80 pessoas de diferentes tribos. Este foi o ‘start’ para o compartilhamento de ideias de intervenções factíveis a serem aplicadas a curto e médio prazo. A consolidação da proposta ocorre depois de vencidas as etapas de políticas públicas como a nova Lei de Ordenamento Territorial (LOT), a Outorga Onerosa e a Transferência do Direito de Construir, consideradas essenciais para o futuro que se desenha na região.
Em um plano que visa explorar os potenciais da economia criativa, valorizar a história da cidade e promover a participação social na construção de um espaço mais humano, o desejo da administração municipal é conseguir dar início na execução das intervenções já nos próximos dois anos.
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— O bom urbanismo traz de volta a vida para ambientes degradados, que é o que infelizmente acontece com o Centro hoje. O que a gente propõe é fazer uma série de ações coordenadas nesse tempo para montar um plano de ocupação do centro até que esse projeto de requalificação urbana venha a acontecer — declara Danilo Conti, secretário de Desenvolvimento Urbano de Joinville.
Nosso sonho é que o Centro seja um distrito cultural.
A idealização é de que no futuro, com a consolidação da transformação do Centro, as principais vias da região se entrelacem e formem uma espécie de shopping a céu aberto tendo como valor competitivo os legados do município.
— A cultura e a história são nossos grandes ativos e vão guiar essa proposta de revitalização e, hoje Joinville já está se posicionando como um pólo cultural relevante. Somos a Cidade da Dança e temos o maior Festival de Dança do Mundo, a Escola do Teatro Bolshoi, o Instituto Internacional Juarez Machado e o Harmonia Lyra, que é uma âncora da cultura da cidade. Então nosso sonho é que o Centro seja um distrito cultural e será certamente — projeta Conti.
Propostas para um centro mais humano
A arquiteta Rafaela Rodrigues, do Sepud, ressalta que devido a amplitude de longo prazo de transformação do Centro, as primeiras propostas a serem implantadas concentram o núcleo de interesse cultural. Com isso, a Rua do Príncipe foi priorizada por causa de seu alto fluxo de pessoas e o comércio local e por ter conexão direta com o cartão postal da cidade: a Rua das Palmeiras. Os dois locais fazem parte da primeira área de intervenções, que deve englobar ainda as ruas Jerônimo Coelho; São Joaquim e Engenheiro Niemeyer; e Travessa Bachmann.
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— Nas primeira quinzena de Abril vamos testar a Rua das Palmeiras como um ambiente gastronômico e cultural. Se der certo, as ações devem passar a ocorrer com mais frequência e marcar o início dessa revitalização — aponta a arquiteta.
Segundo Rafaela, apesar de neste primeiro momento as ações se concentrarem em um perímetro pequeno em termos de espaço, com o passar do tempo a ideia é expandir as intervenções para os diferentes caminhos tomados pelos primeiros colonizadores de Joinville e que hoje levam aos bairros e a área rural da cidade – criando uma identidade visual padronizada.
Dentre as iniciativas planejadas está o nivelamento da pista de rolamento com a calçada, formando vias compartilhadas nas quais o pedestre é valorizado. “Desde que o automóvel se tornou o modal de transporte principal, todas as alterações de requalificação do Centro foram pensadas no carro e esse é o primeiro projeto que está pensando nas pessoas. A ideia é que que o cidadão tenha uma experiência diferenciada quando for para o centro”, aponta a administração municipal.
— Nosso papel é criar um urbanismo convidativo para que o joinvilense viva a cidade e se sinta parte dessa transformação. Me arrisco a dizer que quando atingirmos nosso objetivo, o Centro nunca na história foi tão bom quanto será a partir da revitalização — defende Danilo Conti.
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FICHA
PROPOSTA DE REVITALIZAÇÃO DO CENTRO
AUTORIA: SEPUD
NOMEAÇÃO: Caminhos de Joinville
ÁREA CENTRAL: 512.900 metros quadrados
PERÍMETRO: Constituído por áreas ou imóveis de interesse do patrimônio cultural da cidade (de interesse histórico e icônicos), inclusive as áreas do seu entorno paisagístico, como a Rua do Príncipe, a Rua das Palmeiras e o Moinho Joinville.
NÚCLEO INICIAL: Ruas das Palmeiras; Príncipe; XV de Novembro; 9 de Março; Princesa Izabel; Abdon Batista. Travessas Sergipe e Mato Grosso. NÚCLEOS RURAIS: Ruas Dr. João Colin; XV de Novembro; Visconde de Taunay; Dona Francisca. Avenidas Beira-rio e Getúlio Vargas.
1ª ÁREA DE INTERVENÇÃO: O ponto de partida, em micro escala, compõe a Rua das Palmeiras; Rua do Príncipe; Rua Jerônimo Coelho; Travessa Bachmann; Rua São Joaquim e Rua Engenheiro Niemeyer, com o nivelamento da pista de rolamento à calçada. O percurso contempla marcos importantes como a Praça Nereu Ramos, a Biblioteca Municipal e o Museu do Imigrante.
STATUS: Em 2019 segue em fase de planejamento e primeiros testes; em 2020 devem ser abertos editais de licitação para as mudanças; em 2021 são previstas as primeiras intervenções efetivas.
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