Tóquio é uma loucura. São inúmeros bares e restaurantes oferecendo sushi, sashimi, gyoza, rámen e muita carne. Porém, pouquíssimos oferecem uma iguaria cara e rara, o Kobe Beef.
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A um preço de 350 dólares, por um jantar para duas pessoas, Kobe Beef é uma experiência única. Kobe e Wagyu são nomes famosos no mundo das carnes de primeira linha, porém pouquíssimos restaurantes fora do Japão (menos de dez nos Estados Unidos) conseguem oferecer Kobe Beef certificados.
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Em Tokyo encontramos o restaurante Kobe Beef Ikuta, que oferece um menu repleto da iguaria. A carne se derrete na boca e pode incrivelmente ser degustada sem sal.
O restaurante serve de tempero um cubo de molho shoyo que derrete com o calor (tradicional de Kyoto, o cubo de molho shoyo era servido para as Gueixas, para não sujarem seus caros Kimonos), real wasabi, molho de pimenta e sal com algas. Geralmente você cozinha sua carne, que vem cortada como Sashimi. Com dez segundos de cada lado, está pronta!
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Escolhemos um Merlot Francês e um Whisky Japonês para acompanhar. Aliás, o Whisky do país está muito na moda, sendo apreciado em várias partes do mundo.
Qual a diferença entre Kobe e Wagyu?
Primeiramente, a tradução de Wagyu é literalmente “vaca japonesa”. Uma vaca pode ser vendida por até 30 mil dólares e um prato para duas pessoas em um restaurante sai na média de 300 dólares.

Mas, veja bem, nem toda a carne do Japão é Wagyu.
Tecnicamente, Wagyu se refere a qualquer um dos quatro tipos de vacas japonesas: Japanese Black, Japanese Shorthorn, Japanese Polled e Japanese Brown. Kobe Beef vem exclusivamente das Japanese Black. Outra vaca japonesa, fora destas quatro raças, não pode ser chamada de Wagyu. Resumindo, todo Kobe é Wagyu, mas nem todo Wagyu é Kobe.
Kobe Beef possui regras restritas e só pode vir de Wagyu chamado Tajima-Gyu e criado na província de Hyogo, cuja capital é Kobe. Apenas 3 mil vacas se classificam ao ano para ter sua carne considerada Kobe Beef.
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Muitas vacas até tomam sakê ou cerveja, recebem massagens para aliviar a tensão e deixar os músculos relaxados e chegam até mesmo a escutar música clássica. Lenda urbana ou não, alguns produtores afirmam que é verdade e que estes procedimentos alteram o sabor da carne.
A carne dos Wagyu é famosa por ter gordura marmoreada, impregnada na carne. Esta gordura possui um sabor melhor, chegando a ser adocicada, além de derreter a uma menor temperatura.
Além de ter um sabor e textura únicos, Wagyu é mais saudável, sendo rica em ômega 3 e 6. Wagyu beef recebem uma classificação que vai de A1 a A5, sendo A5 considerada excelente. Essas categorias são para cor e brilho, firmeza e textura e qualidade da gordura.
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Para atingir a categoria Kobe, a carne precisa ser A4 ou A5 e seguir um protocolo de “marblin” que é a gordura empregada na carne, ou gordura intramuscular, de no mínimo 6 pontos (tabela BMS vai de 1 a 12).
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A Kobe Beef é “marca registrada” do Japão, assim como champagne é da França. Outros países, como os EUA, tentam vender Kobe Beef sem ser do Japão, são imitações.
Mas, afinal, vale a pena?
Sim! Ao menos uma vez na vida você deve se dar a oportunidade e o luxo de provar o top dos Wagyu. Não existe nenhuma outra carne no mundo que consiga integrar maciez e sabor como um autêntico Kobe Beef.
*Por Loco por Vino