O jovem Alex Miranda Ramos dedica a maior parte do seu tempo ao futuro – e tem sido assim desde os 16 anos. Foi com essa idade, em 2010, que ele iniciou o primeiro curso de aprendizagem, de mecânica de usinagem, no Senai Norte, em Joinville. Desde então, não parou mais de estudar para o mercado de trabalho.

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O curso lhe rendeu uma vaga como jovem aprendiz na Uniplast no setor da qualidade. A rotina puxada não o assustou. De manhã, estudava mecânica, à tarde ia para o trabalho e à noite cursava o ensino médio. Ia de um lado para o outro de bicicleta.

Ao encerrar o primeiro curso de aprendizagem, começou outro logo em seguida, de manutenção eletrônica. O conhecimento abriu as portas para a experiência de jovem aprendiz na Embraco, na área de mesmo nome.

No ano seguinte, avançou para o curso técnico de mecatrônica e foi admitido como estagiário na empresa Minipa do Brasil, de instrumentação eletrônica. Quatro meses depois, foi efetivado como auxiliar de produção. Recentemente, recebeu a notícia da promoção para trabalhar na área comercial como vendedor.

Hoje, aos 20 anos, Alex diz que se identificou com a nova área, gosta de sanar as dúvidas dos clientes e ainda consegue aplicar o conhecimento técnico. Parou de estudar? Não. Está no primeiro ano da graduação em engenharia elétrica na Unisociesc.

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– Não quero dar um passo maior do que a perna, vou seguir passo a passo e um dia virar diretor – afirma o jovem, continuando a olhar para o futuro.

O diretor de desenvolvimento e negócios da companhia, Cláudio Von Doconal, confirma o perfil batalhador de Alex e o destino de profissionais como ele. Quando alguém constrói uma formação sólida na área técnica, conquista seu espaço no mercado de trabalho.

Doconal percebe uma demanda muito maior por profissionais de nível técnico do que para os de ensino superior. Em sua equipe, são quatro técnicos formados para um com diploma de bacharel.

Com 30 anos de experiência na área de recursos humanos, o vice-presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-SC), Pedro Luiz Pereira, observa cenário semelhante.

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– Há mais profissionais com nível superior esperando por uma vaga do que os de nível técnico. E é na manufatura que falta mais gente – afirma.