De pé na areia, como o brasileiro gosta, o futevôlei surgiu nas praias do Rio de Janeiro (RJ) para driblar uma proibição da época da década de 1960. Décadas depois, o esporte ganha cada vez mais praticantes e não só no país de origem, mas no mundo todo. O NSC Total apresenta tudo que você precisa saber sobre a modalidade que está se popularizando entre os fãs do esporte.

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Como nasceu o futevôlei

O futevôlei nasceu na orla de Copacabana, na década de 1960. Na época da ditadura, a polícia havia proibido a prática de futebol na praia a partir de um horário definido. No entanto, um grupo de garotos cariocas inventou o futevôlei como uma alternativa de jogar futebol sem a repreensão dos policiais.

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O jogo é parecido com o vôlei de praia, exceto em uma grande diferença: mãos, antebraços e braços não podem, em hipótese alguma, encostar na bola. No futevôlei, os jogadores podem usar qualquer parte do corpo, menos essas.

Quais partes do corpo podem ser usadas no futevôlei

  • Pé;
  • Coxa;
  • Ombro;
  • Peito;
  • Cabeça.

A quadra do futevôlei é igual à do vôlei de areia, com o tamanho padrão de 16 metros x 8 metros, com uma rede no meio dividindo as duas equipes, com 2,20 metros de altura no masculino, ou 2,10 metros no feminino.

A bola é do mesmo tamanho que a de de futebol, de 68 a 70 centímetros de circunferência, mas é revestida com um material impermeável, mais macio e resistente.

A dinâmica do jogo do futevôlei começa no saque. O objetivo do jogador nessa é dificultar a recepção, para que a bola caia no chão do outro lado da quadra, e assim pontue.

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Fundamentos do futevôlei

  • Saque
  • Recepção
  • Passe
  • Ataque
  • Defesa

Na recepção, o jogador sucede em defender o ataque do time adversário, e prossegue com o jogo. Agora, a meta é lançar a bola de volta na quadra oposta, com o objetivo de atacar, pontuar ou dificultar a defesa. Para defender, a dupla deve evitar que a bola toque no chão da sua quadra.

Tipos de ataque

  • Shark attack: O jogador rebate a bola com o pé acima da rede;
  • Forte: Usar a força para aumentar a velocidade da bola e dificultar a defesa;
  • Curto:  Jogar a bola perto da rede, do lado adversário;
  • Longo: O participante jogar a bola para o fundo do lado adversário;
  • Diagonal: Rebater a bola diagonalmente;
  • Paralelo: O jogador rebate a bola paralelamente à linha lateral de marcação.

Outros jeitos de pontuar no futevôlei são quando a equipe adversária joga a bola para fora da quadra ou quando comete uma falta.

Faltas no futevôlei

  • Dois toques: A bola é tocada duas vezes seguidas por um jogador
  • Quatro toques: Uma equipe toca a bola quatro vezes ou mais antes de devolvê-la ao adversário;
  • Toque irregular: A bola encosta no braço, antebraço ou na mão do jogador
  • Toque apoiado: O jogador apoia no companheiro de time ou em qualquer outro objeto para alcançar a bola;
  • Toque na rede: O participante toca na rede;
  • Invasão de quadra: O jogador invade a quadra adversária por baixo da rede no ataque;
  • Invasão do espaço aéreo: O atleta golpeia a bola dentro do espaço aéreo do time adversário.

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O jogo de futevôlei é disputado em melhor de três sets. Vence a equipe que chegar nos 18 pontos primeiro. Não existe disputa de tiebreak no futevôlei. Caso empate em 17 a 17, o set vai até 19, se empatar em 18 a 18, vai a 20, e assim por diante, ou seja, é necessário abrir dois pontos da dupla adversária. O terceiro e final set fecha em 15 pontos, sendo com dois de diferença

A partida é oficialmente disputada em duplas, mas também pode ser jogada por três (3×3) ou quatro (4×4) jogadores de cada lado. Uma vez que a bola está de um lado da quadra, é permitido um máximo de três toques na bola com o objetivo de passá-la para o outro lado..

Vantagens e benefícios do futevôlei

Segundo o professor de futevôlei Murilo Pozza, estes são alguns dos benefícios da prática da modalidade:

  • Ajuda no condicionamento físico;
  • Melhora a coordenação motora;
  • Desenvolvimento da agilidade em tomada de decisão rápida;
  • Auxilia no emagrecimento.

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Pozza leciona futevôlei há três anos e, atualmente, dá aulas para cerca de 80 estudantes. Ele conta sobre algumas recomendações de cuidados e preparações para a prática do esporte.

Imagem mostra homem vestido com camiseta e calça preta e uma bola amarela em frente
Murilo Pozza começou jogando futevôlei e transformou o lazer em trabalho (Foto: Arquivo Pessoal)

Preparações para a prática do futevôlei:

  • Mobilidade antes de iniciar os jogos;
  • Movimentação e ativação antes de bater na bola;
  • Alimentação mais leve que forneça energia para a prática;
  • Ingestão de água durante as partidas.

Cuidados para a prática do futevôlei:

  • Respeito a limitação de cada jogador;
  • Adaptação das atividades para deixar o jogador mais confortável;
  • Fortalecimento muscular em academias ou funcionais, que ajudem no desempenho dentro da quadra.

— É um esporte que te desafia muito, a ser paciente e entender o processo de aprendizado, a ter respeito ao próximo assim como todo e qualquer esporte, quando começa a praticar é difícil querer parar — disse Pozza.

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Além de vantagens na saúde física, o futevôlei também proporciona benefícios na saúde mental. Por se tratar de um esporte em equipe, a prática estimula auto-superação. A estudante Patrizia Casagrande, de Florianópolis, começou a praticar durante a da pandemia do coronavírus, em 2020, como um refúgio para os tempos difíceis.

Imagem mostra mulher vestindo uma regata azul de costas e dominando uma bola no ombro
Patrizia começou a jogar futevôlei durante o período da pandemia e se apaixonou pelo esporte (Foto: Arquivo Pessoal)

— Desde a primeira aula eu achei incrível. O futevôlei é um esporte difícil, então desde o começo você cria um pique para querer evoluir, melhorar, treinar toda semana. A prática também foi importante por conta das novas amizades e mais do que saúde e qualidade de vida, o esporte me trouxe amizades. Esse aspecto estimula a querer ir treinar cada vez mais. – Eu nunca deixo de ir no treino porque eu sei que vou descarregar tudo de ruim e vai me fazer bem. É puxado e cansativo, mas faz bem, diverte, você dá risada. E eu amo esse esporte — disse Patrizia.

Wilson José da Veiga Júnior, conhecido como Juninho SC, considerado o maior atleta de futevôlei que já despontou em Santa Catarina. O atual 30ª colocado no ranking mundial do esporte, o Ranking da Liga Brasileiro de Futevôlei (LBF) 2023, contou sobre a rotina de um profissional da modalidade.

Imagem mostra Juninho SC com regata branca e uma pessoa de costas também vestido de branco e segurando uma bola
Juninho SC é considerado um dos melhores jogadores de futevôlei de Santa Catarina (Foto: Arquivo pessoal)

— A rotina é puxada e exige bastante. Eu faço treinos de força, de tática e dinâmicas de jogo, durante a semana inteira, conciliadas com os períodos de competição. O futevôlei é um recém-nascido, se comparado com outros esportes milenares. Ainda há muito por melhorar, mas vivemos um momento de difusão da modalidade. Os atletas ainda dependem de muito apoio, parceria e ainda tem muito por melhorar nesse quesito — explicou.

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O professor de Educação Física, Guilherme Freccia, da Universidade Estadual de Santa Catarina (Udesc), já pratica futevôlei há 12 anos e foi treinador do atleta Juninho SC. Atualmente, além de lecionar na academia, ele ensina o esporte no seu próprio centro de treinamento, o CT Gui Freccia FTV, em Florianópolis.

Imagem mostra cinco pessoas abraçadas em pé e outras duas agachadas e um muro azul no fundo
Guilherme Freccia, professor de futevôlei (regata cinza) dá aula em Florianópolis (Foto: Divulgação/Jurerê Sports Center)

— O futevôlei está em franco crescimento em todas as partes do mundo e já é jogado em todos os continentes. A modalidade está em fse ascendente, tanto em termos de popularidade quanto gosto popular. O número de arenas no Brasil inteiro está crescendo, inclusive em em — avaliou.

Apesar da popularidade, o professor Guilherme Freccia afirma que a modalidade ainda tem um caminho para traçar até ser considerado profissional.

— Nós temos duas confederações, órgãos a nível nacional, mas não são promovidos tantos eventos quanto poderiam ter. Inclusive, atletas de futevôlei não tem direito a Bolsa Atleta – finaliza o professor.

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