Acabou o Carnaval. É hora de guardar as fantasias e recolher os confetes e as serpentinas. Mas o que fazer com tudo isso? As escolas de samba de Florianópolis já têm destino certo para todo o material utilizado na confecção das roupas e dos carros, que começam a ser levados para os barracões nesta quarta-feira.

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Na Unidos da Coloninha, a maior parte é reaproveitada no ano seguinte: dos panos e paetês das alegorias ao figurino dos bonecos. Todos os costeiros – as peças que ficam nos ombros dos componentes – também devem voltar à Nego Quirido no próximo desfile. O que não serve mais para a escola vai para a reciclagem.

– Só não conseguimos reutilizar os ferros, porque nosso barracão fica próximo ao mar e as peças enferrujam – conta a vice-presidente, Tânia Ramos.

Muita coisa também perde-se no caminho até o Centro e na passagem pela avenida. São plumas molhadas por causa da chuva, papéis rasgados, enfeites quebrados. Outras são abandonadas pelos próprios foliões, que saem da passarela e deixam as fantasias ali mesmo, pelas ruas. É quando entram em cena os dirigentes das escolas, que recolhem tudo o que encontram, e os turistas em busca de lembranças da festa na cidade.

Segundo o diretor de Carnaval da Protegidos da Princesa, José Carriço, cerca de 20% do figurino das cinco agremiações é descartado pelos componentes.

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– É uma pena, porque o tecido das fantasias de uma ala inteira de baianas, por exemplo, dá para confeccionar três alas – compara.

Segundo ele, cerca de 30% do material usado pela escola vice-campeã este ano era reciclado. O boneco que representava o soldador do carro da Revolução Industrial foi um sheik em 2009. E, quem sabe, ele esteja na passarela mais uma vez em 2011. A escola fará uma reunião na semana que vem para discutir o próximo enredo.

Transformar o que já se tem em algo inédito é quase unanimidade entre as agremiações. Quase. A vencedora do Carnaval 2010, Embaixada Copa Lord, prefere investir em materiais saídos da loja para conquistar os jurados e o público.

Depois da folia, as peças são todas vendidas para outras escolas ou blocos. As fantasias foram para Londrina, no Paraná, e Santo Amaro da Imperatriz, na Grande Florianópolis. Já os tecidos também foram comprados pela Coloninha e pela escola de samba mirim Mensageiros da Alegria. Uma forma de reaver parte do R$ 1,2 milhão gasto no desfile.

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– Arrecadamos cerca de R$ 40 mil com a venda do material – conta o presidente, Antônio Leopoldo Jacaré.

As escolas têm até sábado para retirar os carros alegóricos do estacionamento do Centrosul, no Centro. Menos de uma semana para recomeçar os trabalhos. Desta vez, pelo caminho inverso.