Depois de uma sessão de crossfit fica fácil entender por que o ex-ginasta Greg Glassman escolheu nomes de tempestades para batizar as séries do treinamento. Aquela sensação de que um tsunami acaba de passar por você é a melhor metáfora para traduzir a intensidade do exercício.
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Mas não se engane com o que você encontra em vídeos na internet. Não é preciso ser de aço para se dar bem no crossfit. A chave do treinamento é tomar consciência da sua própria força.
É que o crossfit tem como base o peso do seu corpo. Como são exercícios livres, a boa execução depende da postura correta. Eles reproduzem movimentos cotidianos, como agachar, deitar e erguer objetos. São exercícios funcionais.
– O objetivo geral é preparar seus praticantes para qualquer tipo de desafio físico a que possam ser submetidos ou simplesmente para as tarefas do dia a dia – resume o educador físico e crossfit trainer Jonas S. Spricigo, da Crossfit Floripa, academia credenciada ao ensino da metodologia.
Para isso, o treino mescla técnicas de levantamento de peso, ginástica olímpica e atletismo. Glassman desenvolveu o crossfit para melhorar o condicionamento físico de ginastas. O resultado foi tão bom que as Forças Armadas dos Estados Unidos incorporaram a técnica na formação dos soldados. Em 2000, Glassman criou a CrossFit Inc., empresa que certifica os treinadores da modalidade. Assim, a atividade foi se expandindo para o público em geral. Hoje, a CrossFit tem mais de 8 mil credenciados pelo mundo. No Brasil, são cerca de 120, apenas três em Santa Catarina.
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O sucesso do esporte, que ainda é novo por aqui, pode ser medido pela preferência de “fortões” como o consultor de vendas Tiago Pillar, 30 anos, que trocou a musculação pelo crossfit. Formado em Educação Física, Pillar já lutou boxe e jiu-jitsu, e diz ter encontrado no crossfit um exercício mais completo.
– Consigo trabalhar um grupo muscular maior na mesma série, e meu condicionamento aeróbico melhorou muito – diz Pillar.
Mulheres têm aprovado os resultados para a boa forma
Lutadores foram os primeiros a lotar boxes (como são chamados os locais credenciados na CrossFit) em busca de preparação física. Mas a procura de mulheres pelo esporte começa a chamar a atenção dos instrutores. De acordo com Jonas Spricigo, da CrossFit Floripa, 70% dos alunos são mulheres.
– A grande procura são por pessoas que querem se exercitar mais não aguentam mais a musculação tradicional. Elas reclamam da mesmice, dos exercícios rotineiros e do estereotipo maromba encontrado nas academias – afirma Spricigo.
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O encantamento feminino pela atividade é facilmente justificado pelo exemplo da estudante, e agora atleta, Sara Faccio, 30 anos, de Florianópolis, que rapidamente teve seu índice de massa corporal reduzido. Ela começou a fazer aulas em dezembro de 2012 com o crossfit trainer Jonas Machado. Inicialmente com um índice de 21%, hoje está em 13%.
– Uma das coisas mais legais do crossfit é que não há espaço para a monotonia. Cada treino é diferente do outro – afirma Sara.
A variação de estímulo é o grande diferencial do crossfit, segundo o educador físico e crossfit trainer Rafael Merck Lopes. Diferente de uma academia convencional, a série muda a cada aula, o que coloca o aluno sempre diante de um desafio novo. Em vez de um circuito por aparelhos, o crossfitter realiza exercícios livres, usando cordas, argolas e caixas como acessório. E não há espelhos por todos os lados.
– Os exercícios trabalham o abdômen e a lombar, a parte estrutual do corpo. A estética é uma consequência – explica Lopes.
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“Não há espaço para corpo mole”
Legenda: Sara Faccio, de 30 anos, acha que por mais agressivo que possa parecer, o esporte respeita os limites de cada um (Crédito fotos: Daniel Conzi)
Cansada dos mesmos treinos de musculação e por sentir que havia uma limitação na sua evolução, Sara Faccio começou o crossfit em dezembro de 2012 com treino ministrado por Jonas Machado, profissional que hoje é treinador na Salt Lake City Crossfit, Utah, nos Estados Unidos.
Em menos de dois meses Sara já sentiu a diferença no seu corpo, hoje com aparência muito mais forte. O resultado, claro, veio a partir de muito esforço e determinação. Sara treina todos os dias, de duas a três horas, com exceção de domingo.
– A diferença estética no meu corpo é clara e posso dizer que nunca me senti tão bem fisicamente com outro esporte quanto com o crossfit. Um dos pontos que me atrai neste exercício é que a mulher sai da sua condição de sexo frágil por trabalhar a parte superior do corpo e, muitas vezes, levantar mais peso que o homem. Treinamos nosso lado impetuoso, destemido, coisas que antes só eles faziam – diz a atleta.
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Com gasto calórico comparado a treinos olímpicos, o crossfit é conhecido por levar o corpo ao limite da exaustão e, sem acompanhamento, pode gerar lesões. Sara se recuperou recentemente de uma inflamação no joelho fruto de um treino que fez sozinha.
– Não há riscos para quem treina como uma atividade física com acompanhamento do treinador credenciado. O meu treino, claro, é mais puxado, de atleta mesmo, e por culpa minha acabei me lesionando um dia. Com a correção de movimento e tratamento adequado orientado pelo meu treinador, já me recuperei e estou 100%.
Cada treino é diferente do outro e apenas com a evolução da força que o treinador aumenta o peso. De acordo com Sara, o esporte respeita o limite de cada um.
– A única certeza que você pode ter antes de começar é que no crossfit não tem há espaço para corpo mole e nem frescura, você sempre terá que dar o seu máximo em cada treino – diz.
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“AS GAROTAS”
The Girls são as séries que servem para gerar parâmetros de performance dos crossfitters. O aluno registra seu tempo em cada série em um caderno de notas, assim pode acompanhar sua evolução ou comparar seu desempenho com o de outros praticantes. Greg Glassman afirma ter se inspirado na lógica do departamento meteorológico, que usa nomes de mulheres para batizar tempestades, pois, para ele, exercícios são como tempestades. Você pode conhecer Angie, Elizabeth, Eva, Fran, Grace, Helen, Linda, Nancy, Tabata e todas as “garotas” no site oficial da CrossFit, que disponibiliza vídeos de demonstração de cada série. Acesse em crossfit.com
Academias credenciadas ao ensino crossfit em SC
FLORIANÓPOLIS
CrossFit Floripa
Rua Lauro Linhares, 1250, Trindade.
(48) 3209-3315
LOT CrossFit
Rua Professor Ayrton Roberto De Oliveira, 64, Itacorubi.
(48) 3371-8021
JOINVILLE
CrossFit Joinville
Rua Blumenau, 1281, América.
(47) 3435-2098