O cravo é um instrumento raro e praticamente desconhecido do grande público, mas tem feito sucesso no Festival de Música de Santa Catarina (Femusc), em Jaraguá do Sul. Ele viveu dias de glória nos séculos 17 e 18, sendo considerado como um “avô do piano”, com formato igual, mas menor em estrutura.

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O cravo é um instrumento de cordas e tem um som muito característico, que remete ao de harpas, tendo ganhado destaque durante as apresentações dos recitais de Câmara do Femusc. Também apareceu na programação diária, realizada no Pequeno Teatro da Scar.

Pelas mãos do professor gaúcho Fernando Cordella, um dos principais cravistas de sua geração, reconhecido como o melhor da América Latina, o cravo foi enaltecido e ganhou alunos tão disciplinados quanto apaixonados durante o Femusc.

– A procura pelo instrumento cresceu nos últimos 10 anos e ainda mais nos últimos cinco. A curva está bem ascendente e espero que venha uma ótima geração de cravistas, gente se dedicando exclusivamente a esse instrumento – diz Cordella.

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No Femusc, as cinco vagas disponíveis para o aprendizado do cravo foram preenchidas. Os alunos têm à disposição oito unidades do instrumento que foram trazidos especialmente para o festival.

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Femusc quer ter seu próprio cravo

De acordo com Alex Klein, idealizador e diretor criativo do festival, o objetivo é que o Femusc tenha seu próprio cravo. Para isso, a organização está em contato com William Takahashi, que fabrica desde os anos 1990 instrumentos baseados em peças do século 18. Ele tem a planta do cravo que foi do compositor e cravista alemão Johan Sebastian Bach, expoente do instrumento.

– Não queremos ter um cravo, queremos ter o cravo – enfatiza Klein.

Um cravo custa cerca de R$ 60 mil. Para efeitos de comparação, uma harpa custa R$ 150 mil – o Femusc possui um acervo com 17. Já um piano Steinway, como também tem o festival, custa R$ 500 mil.  

– A questão de um cravo em Jaraguá é mais uma questão de ambição cultural desta cidade, vamos deixar as capitais terem a grande cultura ou vamos fazer que Jaraguá tenha tudo que uma grande cidade tem e oferecer aos nossos professores e alunos o que existe de primeiríssima qualidade? – questiona Klein.

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