Eles são pequenos, muitas vezes fofinhos, mas não vieram a Joinville para brincadeira. Os primeiros, segundos e terceiros colocados da Mostra Meia Ponta voltam ao palco nesta quarta-feira, às 15 horas, para mostrar todo o seu talento na Tarde dos Campeões e receber seus troféus.

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A Mostra Meia Ponta ocorreu nas tardes de segunda e terça-feira e reuniu 44 coreografias nas categorias balé clássico de repertório, balé clássico, sapateado, danças urbanas e jazz. Foi um show de cenários e produção que lembravam o palco principal do Centreventos.

Pela primeira vez em Joinville, Igor Roberto Moreira Luiz, 11 anos, é o único menino do Sheilla’s Ballet, de São Paulo, na coreografia “Fragmentos de uma cena irlandesa: o pastorzinho e as ovelhinhas”. Ele foi o pastor e quer ser bailarino quando crescer.

Igor acha que a experiência no Meia Ponta vai deixá-lo mais confiante para enfrentar o palco principal do festival. É o que pensa a professora do grupo, Veronica Stanglini Machetti.

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– Viemos com 60 crianças e mais 40 bailarinos para a competitiva. Todos os anos estamos aqui e acho mesmo que o Meia Ponta é uma maneira de iniciar esses pequenos talentos no mundo da dança. É o início de tudo e é muito importante – diz Veronica.

Suzi Hellu é mãe de Giovanna, 11 anos, e veio acompanhar a filha pela segunda vez na Mostra Meia Ponta. Nesta época, mãe e filha se revezam nas correrias normais de festival, mas Suzi acredita que é muito importante para a filha participar do evento.

– O esforço vale a pena porque ver essas meninas lindas no palco não tem preço. É incrível o quanto elas se dedicam e o quanto aprendem cada vez que passam pelo palco – conta Suzi.

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Giovanna faz parte do Ballet Adriana Assaf e dançou a coreografia “En Scéne”, de balé clássico categoria conjunto.

– Eu fico ansiosa antes, mas na hora da apresentação, relaxo. Acho que é porque já estou acostumada e porque não é a primeira vez que participo – reforça Giovanna.

Ponta ou Meia Ponta?

A Mostra Meia Ponta foi feita para os pequenos bailarinos mostrarem seu talento antes de entrarem para a Mostra Competitiva. Funciona mesmo como uma preparação para as apresentações quando forem juvenil ou adulto. E a nomenclatura Meia Ponta não é limitadora do trabalho. Quer dizer que as coreografias podem apresentar trabalhos em ponta também.

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– O Meia Ponta é mais no sentido de mostrar essa transição das bailarinas que estão saindo da meia ponta e entrando na ponta. É uma parte de transição mesmo – explica de Sueli Machado, jurada da Mostra.

Mas ficar na ponta tão cedo não pode gerar problemas até físicos para as bailarinas que estão em fase de crescimento? Na opinião de Sueli, cada coreógrafo deve avaliar o seu bailarino.

– Há meninas que, geneticamente ou por atividades mesmo, possuem a musculatura mais desenvolvida e são mais precoces. Então, cabe ao professor perceber isso e utilizar da melhor maneira, sem entregar uma ponta e exercícios mais complexos que possam ser prejudiciais – diz Sueli.

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Para a professora e coreógrafa Adriana Assaf que participa do festival há sete anos com sua escola diz que não gosta de colocar as meninas na ponta antes do tempo.

– Tudo tem a idade certa e acho que forçar um grupo de crianças a ficar na ponta é muito complicado. Se você tem uma bailarina que se destaca por ter muita técnica e ser talentosa, apesar de ainda criança, vale a pena investir e tentar uma ponta, mas um conjunto inteiro, acho muito complicado.

Adriana diz que as crianças já precisam lidar com as novidades, o palco, a relação com a plateia e inserir a responsabilidade e técnica que uma apresentação na ponta exige pode ser muito complicado.

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– Não acho aconselhável, mas algumas bailarinas são precoces, talentosas e dá para iniciá-las na ponta, sem prejudicar o corpo – reforça.

VÍDEO: confira os passos graciosos dos bailarinos do Meia Ponta.

O QUÊ: Tarde dos Campeões, Mostra Meia Ponta.

QUANDO: quarta-feira, às 15 horas.

ONDE: Teatro Juarez Machado, anexo ao Centreventos Cau Hansen, avenida José Vieira, 315, América.

QUANTO: ingressos esgotados.