Com o jeitinho típico de um mineiro, Marcelo Oliveira vem conquistando seu espaço no futebol brasileiro. Tranquilo e com números impressionantes, o treinador do Coritiba é unanimidade entre a torcida, os jogadores e diretores do Coxa. Vendo a possibilidade de conquistar o seu primeiro título nacional, nesta quarta-feira, diante do Palmeiras, no Couto Pereira, o ex-jogador que se espelha no ?mestre? Telê Santana conversou com o LANCENET!.
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Com um discurso humilde e altruísta, falou sobre o Palmeiras, a Copa do Brasil e o seu próprio estilo. Confira a entrevista abaixo:
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Um título nacional pode coroar o seu ótimo trabalho pelo Coritiba?
Não penso que preciso deste título como algo individual. Deixo isso para os jogadores. É claro que ter um reconhecimento nacional é bom para todos. Trabalhamos pelo Coritiba e o título respinga para todo mundo.
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O que muda para o Coritiba não ter o Valdivia e o Barcos pela frente?
O Barcos já estava fora, e o Betinho entrou em Barueri e provocou um pênalti meio estranho, porque os dois jogadores se agarraram. O que muda em relação ao Valdivia. Ele é mais leve, joga por dentro, provoca muitas faltas, porque é driblador e é inteligente para meter as bolas.
Você disse que o Coxa jogaria no campo do Palmeiras. O segredo será marcar pressão?
Tentamos fazer isso sempre dentro de casa e acabamos fazendo isso em Barueri, no início do jogo. Às vezes é possível, mas depende também da ação do adversário, que pode impor uma condição da qual não conseguimos sair.
Até que ponto o Marcelo Oliveira é fundamental nesta campanha do Coritiba?
O técnico não perde nem ganha sozinho. Quando cheguei aqui encontrei um ambiente muito bom, que foi deixado pelo Ney Franco. Dei sequência e tive oportunidade de trabalhar em um clube bem organizado.
Marcelo sendo festajado na conquista do Paranaense-2012 (Foto: Felipe Gabriel)
Qual o tamanho da confiança que você sente neste grupo?
A confiança é total. Se tem uma coisa diferente neste grupo é que não temos astros, jogadores excepcionais, mirabolantes. Se viermos a perder, com certeza nosso time vai ser muito ativo, correndo o tempo todo, sempre em busca do resultado positivo.
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Os jogadores costumam dizer que você ?tem o grupo na mão?. É um diferencial?
Eu procuro tratar o atleta da forma que eu gostava de ser tratado quando jogava. E isso eu levo muito do Telê Santana, do Cláudio Coutinho. Respeito e cobro atitudes profissionais. Mas sou intolerante com indisciplina.
Falando no Marcelo Oliveira jogador, quais características você levou para ser treinador?
O futebol evoluiu muito no aspecto físico e tático. Eu era um jogador muito técnico, mas tinha dificuldade de marcação. Cobro isso. Como tive o Telê como técnico, cobro muito a perfeição técnica. Trabalho bastante passe, finalização, um bom lançamento e a defesa.
Você já é o quinto técnico que mais comandou o Coritiba. Pensa em ficar por muito tempo?
Eu penso em cumprir o meu contrato até o fim do ano. Não faço muitos planos, apenas vivo intensamente esses momentos que passo por aqui. Mas estando feliz e com o trabalho reconhecido, penso em ficar por muito tempo.
Isto é Marcelo Oliveira
Marcelo Oliveira é o 5° treinador que mais comandou o Coritiba. São 113 jogos desde janeiro de 2011, quando substituiu Ney Franco, o 10° da lista (85 jogos). O recordista é o uruguaio Felix Magno (cerca de 200 partidas nas décadas de 1950 e 60).
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As conquistas
Marcelo Oliveira soma dois títulos do Campeonato Paranaense (2011 e 2012) e um vice da Copa do Brasil (2011) pelo Coritiba.
Aproveitamento: 67,5%
Em 113 jogos, são 69 vitórias, 22 empates e 22 derrotas. Um aproveitamento de 67,5% dos pontos disputados com o Coxa.