Grizzo porque é a forma aproximada da palavra “grigio”, que em italiano significa grisalho. Era como um avô chamava o então menino de cabelos tão claros que pareciam cinza. Tom semelhante aos poucos fios atuais e que ficarão sob o assumido boné de comandante durante os 10 dias de interinidade da equipe do Criciúma. Auxiliar alçado a treinador temporário, Vitalino Adolfo Barzotto tem uma missão clara: fazer com que o torcedor do Tigre se orgulhe do time pelo menos um pouquinho nos últimos dois jogos da Série B do Campeonato Brasileiro, ainda que o sentimento seja bem distante da época em que se tornou ídolo do clube, há duas décadas e meia.
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Com o pedido de demissão de Beto Campos após o empate sem gols com o já rebaixado Náutico na última terça-feira, a direção do Tigre requisitou que o auxiliar de 54 anos guie o time profissional nos compromissos que restam no torneio nacional. Tarefa que o currículo comprova a capacidade de Grizzo para o maior desafio na atual jornada carvoeira. E não apenas pela identificação forte com o clube preto, branco e amarelo.
Grizzo era o camisa 10 do que é lembrado pelo torcedor carvoeiro com o melhor time da história do Criciúma. Meia armador e goleador, o jogador contribuiu no tricampeonato estadual de 1989 a 1991, no título da Copa do Brasil em 1991 e no elogiado quinto lugar na Libertadores da América de 1992. O Criciúma também fez parte do caminho depois das chuteiras penduradas. Voltou ao clube para o que chamou de estágio, em 2007, e iniciou a breve carreira de treinador, com passagem pelo Imbituba e Hercílio Luz nos dois anos posteriores.
Desde então ensinava garotos em Imbituba. Até que um ex-companheiro de campo do Tigre e atual gerente de futebol, Emerson Almeida, o convidou para trabalhar na base tricolor, em 2015. Voltou de vez ao clube e no ano passado retomou o trabalho no futebol profissional. Ele assumiu o posto de auxiliar na comissão técnica permanente e trabalhava ao lado de outro ex-colega de time, Roberto Cavalo. Na função, Grizzo é responsável por dar treinos aos atletas que não relacionados para jogos e prestar assistência aos treinadores, como fez com Deivid, Luiz Carlos Winck e Beto Campos.
Em nenhuma das trocas foi requisitado para estar na casamata como responsável pelo time. Porém, este será seu lugar nos dois jogos que faltam ao time na Série B. Vitalino, como é chamado até por outro ídolos, como Itá, Vanderlei e Sarandí, vai ter seu maior desafio profissional do Criciúma desde que deixou a maior conquista do clube na galeria de troféus do Heriberto Hülse.
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