“Se a Björk tivesse nascido no Pará¿” – o comentário postado em um clipe de Jaloo no Youtube tenta resumir o trabalho do artista, tão difícil de se definir. O som com referências nada óbvias do pop, eletrônico, tecnobrega e experimental do paraense vai poder ser conferido ao vivo em show nesta quarta-feira, no Cabaret Club, no Centro de Florianópolis.

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— É o repertório do primeiro disco (#1, lançado em 2015) e as músicas são bem mais soltas. A experiência é ao vivo, por mais que seja um show de música eletrônica, a gente preza muito por isso. Tem algumas surpresas, como mashups ao vivo, e algumas músicas do primeiro disco já têm uma roupagem diferente, uma experimentação, um calor maior, que só o ao vivo proporciona. Tô louco pra conhecer a cidade, pena que vai ser no frio — conta o artista em entrevista por WhatsApp.

Como sua música, a história de Jaloo também desperta curiosidade. Nascido Jaime Melo em Castanhal, no Pará, ganhou seu primeiro computador aos 18 anos e só aí começou a baixar músicas e a mexer em softwares de produção musical. Então, o compositor, cantor e produtor ficou conhecido na internet por fazer versões inusitadas para hits. Ele já juntou Flora Matos com MIA, transformou a Wreckin Ball de Miley Cyrus em Bai Bai e “abrasileirou” músicas de musas como Beyoncé e Grimes.

— Antes de eu virar um colecionador de músicas, por assim dizer, eu até ouvia música mas não era nada de mais, e eram até coisas bem questionáveis para o que eu faço hoje em dia. Eu tive uma pré-adolescência muito legal, de brincar na rua, e jogava muito videogame.

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Escute Chuva:

Em 2012, Jaloo se mudou para São Paulo e trabalhou em um projeto social na Zona Leste da Capital, em que produzia artistas que não tinham condições de pagar por um estúdio e produção. Lá, conheceu a cena do funk paulista, que até inspirou uma faixa de seu primeiro disco, Fluxo. Quando ele lançou #1 e começou a estourar, ainda que em em circuito restrito, chamou a atenção da crítica. O blog especializado em resenhas Miojo Indie disse que desde a estreia do Cansei de Ser Sexy, em 2005, “um registro pop brasileiro não parecia tão divertido, descomplicado e aberto aos mais variados públicos”. 

— Profissionalmente, só fui entender quando comecei a viver disso, quando mergulhei na gravação do meu primeiro disco e fui fazendo shows. Hoje é o que eu faço pra existir e até não gosto muito de colocar o que eu faço como um trabalho, pelo menos a questão criativa e artística, porque isso pode acabar me desmotivando e tornar o processo meio obrigatório — diz Jaloo. 

Nesse meio tempo, o músico conta estar ouvindo o disco I Remember, da dupla AlunaGeorge, Number 1 Angel, mixtape da cantora inglesa Charli XCX, e os singles da dinamarquesa MO, enquanto prepara seu segundo álbum e ainda aguarda o lançamento do filme Paraíso Perdido, de Monique Gardenberg, onde interpreta a trans Imã. 

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— O segundo disco tem previsão pra sair no começo de 2018, assim como o lançamento do filme. Tenho um papel muito chave. Foi muito prazeroso, vai ser uma surpresa pra quem curte meu trabalho e até pra quem não me conhece. Pra mim também foi, mergulhei de cabeça, nem acredito até agora no que eu fiz. 2018 vai ser um ano muito louco e eu tô bem empolgado pra ele — finaliza Jaloo.

Agende-se
Jaloo
Quando: quarta-feira (14), com abertura da casa às 23h
Onde: Cabaret Club (Rua Menino Deus, 47, Centro, Florianópolis)
Quanto: R$ 30 antecipado na Cantina do Joel, na Udesc, e na Livros & Livros, na UFSC, ou R$ 40 na hora
Mais informações pela página do evento no Facebook