De uma tarde, uma temporada, estilo ioiô, até duradouros. Ingrediente fundamental para um período de praia, os romances de verão podem acabar onde começaram, serem retomados nas férias seguintes ou durarem muitos anos. O que importa é que o cupido se atiça nesta época, sempre pronto para flechar os desavisados.
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Nesta edição, a equipe da Revista de Verão conta alguns romances que iniciaram na beira do mar e destaca lugares para curtir a temporada a dois.
O SOSSEGO DO PEGADOR
Quem disse que amor de verão não sobe a serra não conhece Meia Praia em Itapema. Basta conversar com veranistas costumazes para cada um mencionar pelo menos dois casais que se formaram nas areias da praia “crowdeada” de gente na temporada.
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Fernanda e Andreas Jumes, 33 e 37 anos, formam um desses casais. Moradores de Curitiba, os dois só foram se encontrar em Itapema, no verão de 2001 para 2002. Desde então, quase não se largaram. Quase porque o início foi bem confuso, típico das peças que prega o verão.
A seriedade com que Andreas conversa em alemão com o filho Gabriel de quatro anos definitivamente não é a mesma que ele se comportou no verão que conheceu Fernanda. O hoje funcionário público de conversa contida já viveu o verão como manda o figurino, segundo os pegadores.
Fernanda foi passar o verão em Meia Praia a convite de uma amiga de faculdade, que tinha apartamento no mesmo prédio da família de Andreas. Foi após uma confraternização entre os vários jovens do prédio que ficaram pela primeira vez.
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– Mas ele estava de olho numa outra menina, bem mais liberal – conta Fernanda enquanto Andreas apenas ri, encabulado.
Logo engataram um namorico de verão. O que Fernanda não imaginava, porém, era que o loiro de olhos claros também andava exalando seu perfume em outras freguesias. Ela estima que na época o atual marido tinha pelo menos outras três namoradinhas da praia.
– E tinha uma que era assim a oficial, mas eu só fui saber de tudo isso quando voltei para Curitiba, porque o pessoal da praia começou a me contar – recorda.
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Tanto estava desavisada que no carnaval de 2002 Fernanda fez a mãe alugar um apartamento em Itapema. Mal chegou e ao olhar pela janela viu Andreas de mãos dadas com a “oficial” na rua. Depois, esbarrou com eles em duas ocasiões.
Depois disso ela terminou o namorico com o garanhão da Meia Praia. Mas um email que abriu em um sábado de manhã mudou a vida de ambos:
– Ele dizia que não estava mais com a outra lá (risos). Em abril de 2002 começamos a namorar e em 2004 noivamos no mesmo prédio onde nos conhecemos.
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Andreas se defende. Diz que não tinha compromisso com nenhuma das namoradas da praia e garante que a partir do momento em que engatou o namoro se manteve na linha.
– Espero que sim, né – repreende Fernanda, risonha.
Fernanda e Andreas se casaram em novembro de 2005 e hoje moram em Florianópolis. Sobrou para o pequeno Gabriel a missão de, quem sabe, retomar o legado do pai e se tornar o próximo namorador de Meia Praia.
NO PRIMEIRO DIA
O verão de 2010/2011 foi cheio de surpresas para a argentina Heliana Saavedra, 29 anos. A morena veio com a família conhecer Bombinhas naquela estação e, jura, logo no primeiro dia de férias se apaixonou tanto pela cidade como por um salva-vidas, Meynor Inocente, 25.
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Eles se conheceram em um bar. O praieiro estilo “menino do Rio” tinha tanto em comum com a hermana que os dois não se desgrudaram. Heliana passou apenas uma semana na cidade, saindo com Meynor diariamente.
Não houve promessas de retorno no próximo verão. Os dois apenas se adicionaram em redes sociais e mantiveram contato.
Uma sequência xoxo para o que começou tão bem. Mas depois os dois mantiveram constantes e Meynor ofereceu a Heliana ajuda para que ela conseguisse uma vaga de salva-vidas, já que ela é formada em educação física.
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Em outubro de 2011 a argentina estava de volta. Pediu licença de cinco meses do trabalho em Buenos Aires e encarou o emprego de temporada na praia de Bombas.
Alugou um apartamento para morar sozinha, mas acabou praticamente dividindo o teto com Meynor. Em março do ano seguinte, ela teria que voltar para a Argentina mas resolveu ficar. Uma decisão difícil.
– Gosto muito daqui, mas é muito parado no inverno, bem diferente de Buenos Aires – diz
Ela, porém, não se arrepende. O casal passou a morar junto. Em 2013 abriram uma escola de surfe juntos e um espaço de treinamento funcional.
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Em abril do ano passado, o casal oficializou a união. O cenário escolhido, como não poderia deixar de ser, foi o entardecer da praia de Bombas.
FUGA DAS FLECHADAS
Mas claro que o verão também é, aliás é muito mais, daqueles que pegam e não se apegam. Homens e mulheres que se despem do uniforme enfadonho da rotina e se deixam conduzir pelo ar abafado das tardes e noites, melhores horários para paquerar, já que para a maioria deles a manhã foi feita para dormir.
As estratégias variam. Tem quem ataque primordialmente em ambientes de baladas, sejam noturnas ou day clubs. Tem quem apele para aplicativos como o Tinder, muitas vezes um atalho que dispensa a ida até grandes festas.
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O P12, em Florianópolis, é um dos day clubs preferidos dos solteiros. A programação é variada. Sorriso Maroto toca na casa no próximo domingo e a programação eletrônica de Carnaval está especial, com Tiesto e Bob Sinclair. O Sky Beach, na praia do Estaleiro, em Balneário Camboriú, segue na vibe eletrônica com muita gente bonita em um ambiente bem menor.
Durante a noite vale partir para os points eletrônicos, Milk e Posh (Florianópolis), Terraza (Balneário Camboriú), Green Valley (Camboriú)e Warung (Itajaí). Nas casas de música sertaneja, porém, o público é mais receptivo.
Tanto homens quanto mulheres estão para conversa nesses locais ou, no mínimo, um par para a próxima dança. Vale grudar cintura com cintura e ver no que dá. As opções mais famosas são Wood’s e Shed, em Balneário Camboriú, e Fields, em Florianópolis.
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Para quem o flerte vai além de troca de olhares e um sorriso safado, a Ilha também está cheia de opções onde rola conversinha no pé do ouvido. O pub Black Swan é um desses lugares.
– Fui no bar pegar uma cerveja e peguei uma gata – disse certa vez um colaborador da Revista de Verão, que teve a identidade preservada.