Após a premiação do Grammy no último domingo, uma pergunta ficou no ar: quem é Bon Iver? O nome da banda que ganhou o prêmio de Artista Revelação e Melhor Álbum Alternativo, com o disco homônimo, se espalhou pelas redes sociais em questionamentos e críticas sobre a escolha do prêmio. Mas quem, afinal, é Bon Iver?
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Justin Vernon, fundador da banda e confundido com o nome que deu a ela, começou Bon Iver solitário. Após o fim de sua antiga banda, DeYarmond Edison, ele voltou da Carolina do Norte, onde foi buscar uma cena musical diferente, para o seu estado de origem, o Wisconsin. No inverno gelado do Meio-oeste americano, ele se trancou na cabana de caça de seu pai por quatro meses e saiu de lá com o seu primeiro álbum, For Emma, Forever Ago, lançado por ele mesmo em 2007 e relançado pela Jagjaguwar no ano seguinte.
A história verdadeira não é exatamente como conta a lenda, sobre o músico recluso em seu mundo de criação. Vernon fez alguns serviços para o pai enquanto estava na cabana, e diz que viu vários DVDs. Algumas gravações também receberam um novo tratamento depois, com contribuições de outros músicos e ajustes em sua voz em falsete. Mas o sentimento do álbum continuou intacto, e o mito do músico eremita contribuiu para o clima criado pelas melodias de Vernon.
Como disco de estreia, For Emma fez muito menos barulho o sucessor Bon Iver, de 2011. Mas o folk introspectivo de Vernon conquistou fãs e chamou atenção de Kanye West. Após ouvir Woods, uma das músicas de seu EP Blood Bank, o rapper entrou em contato com Vernon e sugeriu uma colaboração, que saiu em seu quinto álbum de estúdio My Beautiful Dark Twisted Fantasy, gravado em sessões coletivas no Havaí.
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Bon Iver também já tinha mostrado as caras no mainstream na trilha sonora de séries de televisão americanas e do filme Lua Nova, da saga Crepúsculo. Mas a colaboração com West, que levou Vernon ao palco junto a ele, aumentou a visibilidade da banda. O lançamento do segundo álbum teve maior projeção na mídia e, em julho de 2011, Bon Iver chegou ao topo da lista de álbuns digitais mais vendidos da semana.
O som de Bon Iver é menos solitário e melancólico que em For Emma, tanto no processo de produção quanto no resultado, porém mantém a forte capacidade de gerar sensações. Vernon mesmo diz que as suas letras – muitas vezes pouco inteligíveis – não são o aspecto mais importante de sua música. A atmosfera envolvente marca os dois álbuns, e é uma das características aclamadas pela crítica.
Já o Grammy, não era esperado. Ao ser questionado sobre a possibilidade de indicação pelo New York Times no começo de 2011, Vernon disse que era possível porém não fazia sentido para ele. Ele ainda disse que faria um discurso de agradecimento, em consideração aos seus pais, mas que sua vontade seria de dizer:
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– Todo mundo deveria ir para casa, isso é ridículo. Nós não deveríamos estar reunidos em um salão olhando uns para os outros e fingindo que isso é importante.
Redes sociais
No Twitter, posts* de confusão e revolta marcaram a premiação de Bon Iver. Os ouvidos desatentos até criticaram a banda usando a errônea alcunha “Bonny Bear”.
@jayypeadee09 Quem é esse Bon Iver, que parece um homem das cavernas? E ele ganhou? Quem é ele? Smh #Grammys
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@thatRamosgirl Então aparentemente Bon Iver é uma banda, e não mobiliário da Ikea como eu pensei primeiro.
@MarryTheNite Eu ainda não sei quem é Bon Iver… ele é filho do Bon Jovi?
@TDice4 Bon Iver?!? Você está brincando comigo?? Quem é esse? Ele parece um lenhador, volte para o Canadá! #Smh
@KOOLAIDKLEFF Esse Bonny Bear precisa atirar no seu barbeiro.
@layzmahogany QUEM É ESSE BONNY BEAR!! BONNY AIR… BONNY MARE ???
* Traduzidos do inglês