Desde a lendária Fender Stratocaster de Eric Clapton até a icônica gaita de Bob Dylan, todo músico tem um instrumento histórico – e caríssimo – que gostaria de tocar. Mas às vezes o som mais bonito pode sair de um objeto simples, feito em casa com menos de R$ 300. É o que afirma Benny Westphal, 31 anos.

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O marinheiro de Itajaí fabrica instrumentos musicais por puro hobbie, usando materiais como caixas de charuto, canos de PVC e outros recicláveis. Até agora ele produziu cinco guitarras, um contrabaixo e um clarinete.

– Instrumentos artesanais geram sons únicos, mágicos, enquanto instrumentos comuns são meios padronizados. Talvez esteja aí a diferença entre eles – comenta.

Fã de blues, jazz e rock clássico, Benny começou a investir na ideia por incentivo dos amigos. Ele conta que dois deles, integrantes da banda The Headcutters, também de Itajaí, tinham vontade de tocar um washtub (baixo de pau), utilizado antigamente pelos escravos nos Estados Unidos. Foi então que o baterista da Handmade Blues Benny juntou o que tinha em mãos e decidiu tentar remontar o instrumento:

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– O baixo de pau é feito com aquelas bacias antigas de zinco que se usa para lavar roupa. Como não achamos esse material, fui no ferro velho e encontrei uma churrasqueira estilo americana. Foi daí que partiu tudo. Eu e meu pai fizemos o projeto e executamos juntos. Ele é artista plástico, por isso sempre me interessei por arte, artesanato – explica Benny.

O marinheiro que gosta de fazer música nas horas vagas conta que o interesse por esse universo veio cedo, ainda na infância:

– Iniciei a vida musical aos cinco anos. Meu tio tinha um aparelho de vinil e, quando ele ia trabalhar, eu entrava no quarto dele e escutava Black Sabbath – relembra.

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A Handmade Blues Benny veio anos mais tarde, a quinta banda no currículo do músico.

– A gente colocava os instrumentos dentro do carro e saía pela cidade se oferecendo pra tocar nos bares por diversão – diz Benny.

Cenário em crescimento

Para ele viver só de música é possível, mas o baterista se preocupa com a falta de valorização do artista brasileiro. Quanto à cena musical catarinense, não tem dúvidas:

– O cenário catarinense está crescendo cada vez mais, em todos os gêneros. Temos variedade de bandas boas e músicos ótimos. Respeito muito o cenário daqui.

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Quem quiser conhecer o trabalho de Benny tem um encontro marcado domingo: a banda dele é uma das convidadas do Wollstein Blues, tarde totalmente dedicada ao gênero que rola domingo no Butiquin Wollstein, em Blumenau. A entrada custa R$ 10.

– O Butiquin é cultural, amistoso, cheios de referências ótimas sobre arte. Todos que forem prestigiar um bom blues sairão realmente felizes por terem presenciado uma forte e única expressão de sentimentos – garante Benny.