Com certeza você já ouviu falar nas síndromes com nomes inspirados em contos literários, mas, chegou a entendê-las? A seguir separamos e explicamos, com ajuda da revista Superinteressante, seis transtornos que afetam de forma problemática a vida das pessoas. O que no mundo literário parece ser incrível e maravilhoso, na vida real o caso pode se tornar sério. Confira os diagnósticos:

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1. Síndrome de Alice no País das Maravilhas

A Síndrome de Alice no País das Maravilhas (ou AIWS), também chamada de Síndrome de Todd, ganhou esse nome por causa do autor Lewis Carrol, e é um distúrbio de desorientação neurológica que afeta drasticamente a percepção dos seres humanos. A AIWS é resultado de uma mudança neural que afeta visão, sensações, tato e audição, além da própria imagem do seu corpo, que é o sintoma mais proeminente e perturbador. No livro, de 1865, Alice cresce e encolhe com ajuda de alguns cogumelos, alimentos e bebidas que encontra pelo seu caminho. Na vida real, quem sofre da síndrome não precisa tomar nada para entrar nessa “viagem”. A única diferença é que a magia descrita nos livros infantis faz com que a tal “viagem” pareça incrível. ?

2. Síndrome de Otelo

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É verdade o que você ouviu por aí: o ciúme pode mesmo ser uma doença. O sentimento angustiante tem uma explicação clínica – é causado pelo medo da perda de um objeto amado. Até aí, tudo bem. Mas, quando o ciúme passa a gerar perturbações e sofrimentos sérios, deixa de ser considerado normal. Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, quem sofre do Transtorno Delirante Paranóico do tipo ciumento tem convicção, sem motivo justo ou evidente, de que está sendo traído pelo cônjuge ou parceiro. O ciúme patológico e delirante se enquadra na Síndrome de Otelo, cujo nome remete à obra escrita por William Shakespeare em 1603. Em Otelo, o Mouro de Veneza, o personagem-título é devorado pelas suspeitas infundadas de que sua esposa, Desdêmona, estaria o traindo. Se você não sabe como termina a história, uma dica: ninguém vive feliz para sempre neste conto.

3. Síndrome de Peter Pan

“Ele é um homem devido a sua idade e um garoto por seus atos”, publicou o psicólogo Dr. Dan Kiley, em 1983. Quem aí não tem um amigo(a) ou o próprio(a) namorado(a) sofrendo desse transtorno? A Síndrome de Peter Pan caracteriza os adultos pela imaturidade psicológica, àqueles que nunca conseguiram dar adeus à infância e com isso acabam perdendo empregos, namorados(as) e, muitas vezes, dependendo para sempre dos pais. Assim como na história de J.M. Barrie, de 1911, em que o menino Peter Pan da Terra do Nunca que, por não queria crescer, deixou seu grande amor para viver sozinho em seu lar encantado. Considerada uma psicopatologia, a condição ainda não foi incluída na lista de distúrbios da Organização Mundial da Saúde. ?

4. Síndrome de Rapunzel

A princesa de longos cabelos dourados, que usa suas madeixas como corda para puxar seu príncipe até o topo de uma torre, só é mesmo uma heroína no conto escrito pelos Irmãos Grimm, publicado em 1812. A sua síndrome, descrita em 1968, está diretamente relacionada aos fios, mas não com a sua beleza, mas sim com a soma de dois transtornos: a tricotilomania, que torna irresistível a vontade de arrancar os próprios cabelos e a tricofagia, compulsão pela ingestão destes fios. O problema se agrava porque o corpo humano não é capaz de digerir o cabelo e com o seu acúmulo torna necessária sua remoção cirúrgica. ?

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5. Síndrome de Huckleberry Finn

Segundo o Steadman’s Medical Eponyms, a Síndrome de Huckleberry Finn seria despertada por sentimentos de rejeição e faz uma ligação entre a infância problemática e atitudes erráticas na vida adulta. O personagem de As Aventuras de Huckleberry Finn, livro escrito por Mark Twain em 1884, nunca conheceu sua mãe e sofria o abandonado diário do pai. Isso afetou diretamente o garoto, não só nos estudos como também na instabilidade profissional. ?

6. Síndrome de Dorian Gray

É a conhecida obceção pela juventude eterna. O Retrato de Dorian Gray, publicado em 1890, inspirou a descrição da condição que aflige àqueles que também não lidam nada bem com a ideia do envelhecimento estético, já que seu personagem, criado por Oscar Wilde, é narcisista ao extremo e faz escolhas impensáveis para manter a aparência jovem. Ainda não incluída no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, a síndrome descrita no International Journal of Clinical Pharmacology and Therapeutics, em 2001, aponta cirurgias plásticas e drogas como fontes mais comuns para os aflingidos pela condição. ?