Na sequência da série que trata sobre as prioridades de Blumenau, o Santa ouviu os candidatos ao governo do Estado sobre segurança pública. O tema foi um dos colocados por quatro das principais entidades da cidade – Associação Empresarial de Blumenau (Acib), Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Sindicato da Indústria da Construção de Blumenau (Sinduscon) e Associação das Microempresas, Empresas de Pequeno Porte e Empreendedores Individuais de Blumenau (Ampe) – como os que precisarão estar na pauta do próximo governador de Santa Catarina. Confira:
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É possível garantir mais efetivo para Blumenau e região? Como o senhor aumentará o número de policiais militares nas ruas?
Comandante Moisés (PSL)
Com o projeto que temos para o Estado, vamos extinguir todas as agências de desenvolvimento regional (ADRs), diminuir em até 50% o número de secretarias, dispensar os cargos comissionados para sobrar dinheiro para a segurança. Com isso, teremos condições de incluir mais efetivos tanto na Civil quanto na PM, de modo a recompor os efetivos, investindo tanto na parte humana quanto em materiais. Tenho a certeza de que tendo um Estado mais saneado, teremos condições também de potencializar a atividade de inteligência, valorizar os agentes públicos, criar novos programas e fortalecer os de segurança pública, com melhorias e investimentos ao setor.
Décio Lima (PT)
Em 2007, havia 11.824 PMs, isto é, 496 por habitante. Hoje, passados 10 anos, são 10.406. Vamos ampliar o efetivo das polícias via concurso. Também iremos fazer concurso para bombeiros militares, pois há risco de batalhões fecharem por falta de efetivo. Hoje são 2.664 bombeiros militares, isto é, um bombeiro para cada 2.628 habitantes. Vamos também criar o Sistema Único de Segurança Pública (Susp), integrando as políticas, como mecanismo de combate ao crime organizado. Iremos sufocar o crime organizado, que exerce seu controle de dentro dos presídios, por meio de investimentos em um moderno sistema de inteligência e policiamento ostensivo. A cooperação tecnológica, técnica e de inteligência entre as polícias para enfrentamento de organizações criminosas, que atuam nos tráficos de drogas e armas e contrabando, é essencial.
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Gelson Merisio (PSD)
Cada comissionado a menos em uma secretaria regional é um policial a mais na rua. A conta é simples. E eu sei qual escolha quero fazer. Nós fizemos estudos e há hoje 5 mil policiais da reserva com aptidão física e psicológica para retornar à ativa, caso recebam um incentivo financeiro adequado para vestir novamente a farda. Essa é uma das nossas propostas, que permitirá aumentar de 10 mil para 15 mil o efetivo da Polícia Militar. E esse efetivo será alocado no policiamento motorizado nas cidades que concentram os maiores índices de criminalidade hoje. Blumenau é uma delas, ao lado de Joinville e Florianópolis. Aliado a isso, investiremos R$ 2 bilhões em tecnologia para a área de Segurança Pública nos três primeiros anos, com a criação de barreiras de segurança nas divisas e fronteiras de Santa Catarina.
Ingrid Assis (PSTU)
Defendemos a desmilitarização da Polícia Militar, com direito à sindicalização dos trabalhadores para que possam reivindicar melhorias nas condições de trabalho e salário, para que também possam questionar ou denunciar seus superiores em casos de corrupção. É necessária a unificação das polícias, com concursos públicos periódicos para que não haja defasagem no quadro funcional.
Jessé Pereira (Patriota)
Essa deficiência está estampada há muito tempo em nossas cidades. Vem governo e sai governo e nada de concreto acontece, e isso só tem uma resposta: tratar a segurança como prioridade. Primeiro que meu secretário de Segurança não será um político, e sim um Militar. E até adianto: o nome mais cotado está em Blumenau, o comandante Jefferson Schmidt. Ele, mais do que eu, sabe da realidade que se passa na cidade e também no Estado, onde há 30 anos o efetivo da PM era de 13 mil homens, e a população era metade do que tem hoje. SC com 7 milhões de habitantes, hoje, conta com pouco mais de 10 mil PMs. Isso é uma vergonha. Iremos sim priorizar a segurança. Vamos cortar a farra de cargos comissionados e todo desperdício do dinheiro público e aplicar onde realmente precisa. Com certeza Blumenau será contemplada.
Leonel Camasão (PSOL)
Existem muitas reclamações sobre problemas de infraestrutura, saúde, educação e efetivo. Isso ocorre pela falta de capacidade de investimento do governo do Estado nos serviços básicos. Além disso, existe o grande problema da isenção fiscal concedida a associações empresariais e seus dirigentes. E justamente quem mais pede as obras de infraestrutura são os setores que têm esse benefício e exigem que o governo dê um jeito. Essa é uma política completamente equivocada, no nosso entendimento. Nós precisamos que os grandes empresários paguem os seus impostos para que o governo do Estado possa fazer mais investimentos. É dessa forma que nós vamos trabalhar para poder ampliar o efetivo, não só da PM, mas em especial dos setores de inteligência e investigações, que também estão parados por falta de efetivo.
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Mauro Mariani (MDB)
Todos os anos, aproximadamente 600 policiais militares passam para a reserva. É meu compromisso repor esse efetivo anualmente, de forma escalonada, por meio de concurso público. A situação da segurança pública em Blumenau se deteriorou nos últimos sete anos, resultando num número recorde de 42 homicídios em 2017. A política de segurança pública exige uma atenção especial para os grandes centros urbanos, e Blumenau está incluída nesse processo. Também aumentaremos o efetivo da Polícia Civil, porque eles investigam, desmantelam as quadrilhas e instruem os processos. Criaremos unidades especializadas no combate às organizações criminosas à lavagem de dinheiro com equipe multidisciplinar. E vamos investir ainda na rede de câmeras públicas e privadas para monitoramento das ruas.
Rogério Portanova (Rede)
A questão de segurança não depende apenas do número de policias na rua. Nos países desenvolvidos a alta tecnologia é uma aliada fundamental para combater os crimes, em especial a violência cotidiana e os pequenos delitos. É preciso unificar as ações da polícia. Uma polícia técnica com capacidade de investigação e respostas rápidas e uma polícia ostensiva que sirva mais de prevenção. Promover a vigilância comunitária por meio de aplicativos específicos tanto nos bairros como nos grandes centros. Otimizar o trabalho burocrático e colocar mais policiais a fazer o trabalho ostensivo. Em caso de necessidade faremos mais contratações por concurso. Construir escolas em tempo integral e distribuir a renda e os benefícios é a melhor forma de ter uma sociedade mais equilibrada e menos violenta.
*Até o fechamento desta edição Ângelo Castro (PCO) estava com a candidatura impugnada, impedido de fazer campanha pelo TRE. Ele está recorrendo à Justiça Eleitoral e aguarda julgamento. Mesmo assim, o Santa encaminhou as questões para a equipe do candidato, mas até o prazo combinado não recebeu as respostas.
** As respostas estão em ordem alfabética.