Para entender quais são as principais demandas de Blumenau pelos próximos quatro anos, o Santa ouviu quatro das entidades de maior relevância na cidade. Associação Empresarial de Blumenau (Acib), Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Sindicato da Indústria da Construção de Blumenau (Sinduscon) e Associação das Microempresas, Empresas de Pequeno Porte e Empreendedores Individuais de Blumenau (Ampe) expuseram os temas que precisarão pautar o trabalho do governador que assumir a Casa d’Agronômica, na Capital, no dia 1º de janeiro do ano que vem.

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A reportagem compilou as demandas e trará, a partir desta segunda até a próxima sexta-feira (28), as propostas de cada um dos candidatos sobre temas como segurança pública, infraestrutura, mobilidade urbana, economia e turismo. O primeiro assunto em pauta é saúde. Confira:

Os hospitais de Blumenau sempre reclamam de falta de recursos e apelam ao Estado para liberação de mais verbas. O senhor vai aumentar os repasses ao Hospital Santa Isabel, Santo Antônio e Misericórdia? Como garantir que o atendimento seja prestado com qualidade?

Comandante Moisés (PSL)

Vamos avaliar as parcerias com as organizações sociais e as exitosas serão incentivadas. Firmaremos convênios para potencializar serviços de saúde no Santa Isabel, Santo Antônio e Misericórdia. Pensando nesta realidade e no que estamos buscando para SC está também a garantia da funcionalidade na saúde pública das pequenas localidades, de modo a se dispor de várias especialidades nas cidades menores, evitando o transporte para os grandes centros de pessoas com a saúde fragilizada, agravando ainda mais o seu sofrimento. Vamos investir em saúde básica preventiva, diminuindo a morbidade, o sofrimento e os custos do sistema de saúde. Propomos a valorização da categoria de profissionais da saúde, o que resultará em um melhor atendimento à população de Blumenau.

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Décio Lima (PT)

Vamos criar o Sistema Único de SC (Susc) nos moldes do SUS. Não é possível que um Estado considerado desenvolvido tenha 500 mil catarinenses na fila de espera. É um descaso. Além do mais, o governo não tem cumprido a aplicação do valor mínimo constitucional em ações de saúde e tem negado atendimento ao cidadão. Vou zerar a fila de espera, seja ela de média e ou alta complexidade e vou garantir os medicamentos à população. O problema de saúde é de gestão e o sistema que vou criar dará um tratamento digno aos hospitais filantrópicos em SC, como os importantes da nossa Blumenau. Hoje o déficit com elas chega a quase R$ 1 bilhão. Vamos zerá-lo e buscar com responsabilidade e autoridade a isonomia na partilha dos recursos devido a SC pelo SUS, que priorizam o RS e o PR, em detrimento do nosso Estado.

Gelson Merisio (PSD)

Nós vamos criar um Hospital-Espelho que será a referência para o custo em funcionários por leito, número de atendimentos de média e alta complexidade, entre outros itens que serão usados para avaliar a eficiência de cada hospital de SC. Estamos construindo o formato ideal, mas o princípio básico está desenhado: meritocracia. Aqueles hospitais que são mais eficientes, que certamente será o caso das unidades filantrópicas de Blumenau, receberão valores melhores nos convênios como uma forma de premiar os que melhor atendem a sociedade. Quanto mais próximo da meta estabelecida pelo Hospital-Espelho, melhor será o reconhecimento do Estado pelo trabalho prestado. Não posso deixar de registrar que os repasses para os hospitais de Blumenau aumentaram durante a gestão do João Paulo Kleinübing (prefeito de Blumenau de 2005 a 2012).

Jessé Pereira (Patriota)

Com toda certeza daremos suportes e investimento na saúde pública, não por questão de ser bonzinho ou não, a Constituição tem que ser respeitada e seguida, e ela enfatiza com muita clareza o direito à saúde de cada cidadão. É de ficar irritado quando a gente descobre que em vez de os nossos governantes investirem em saúde para o seu povo, preferem investir em coisas politiqueiras para seus grupos. Vamos lacrar todas as ADRs, que consomem média de R$ 400 milhões/ano, e repassaremos esta verba para saúde, e com toda certeza nossos hospitais públicos serão contemplados.

Ingrid Assis (PSTU)

Defendemos garantir o SUS 100% público, estatal e com qualidade. Saúde pública não pode ser mercadoria, e sim, um direito universal. Somos favoráveis a dar todo o suporte necessário para o funcionamento do hospital dentro dessa perspectiva. Defendemos que hospitais mantidos pela iniciativa sejam estatizados. Verba pública somente para a saúde pública.

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Leonel Camasão (Psol)

É necessário que Blumenau tenha um hospital regional estadual. É a única grande região que não possui hospital de responsabilidade do governo do Estado. No meu governo, vamos investir mais em saúde e com o consequente aumento de repasses para os hospitais de Blumenau e o estudo da possibilidade da estadualização de um destes hospitais.

Mauro Mariani (MDB)

Os hospitais de Blumenau realizam um grande serviço, consideradas todas as dificuldades. Eles estão dentro do modelo que oferece melhores índices de resolubilidade, que é o filantrópico. Infelizmente os 13 hospitais estaduais – nenhum deles fica em Blumenau – consomem quase 70% dos recursos, mesmo realizando apenas cerca de 30% dos atendimentos. Precisamos acabar com a ineficiência da rede pública, que custou R$ 671 milhões apenas em 2016, segundo relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Nossa intenção é inverter essa lógica e prestigiar os hospitais que entregam resultados, como o Santa Isabel, Santo Antônio e o Misericórdia. É possível, assim, garantir que os hospitais da cidade contem com mais recursos ao longo dos próximos quatro anos.

Rogério Portanova (Rede)

Em primeiro lugar modernizando com inovação tecnológica e telemedicina que pode baratear os custos hospitalares, principalmente em exames de alta e média complexidade. Reconhecemos a excelência da cidade na área médico-hospitalar, sendo o Hospital Santa Isabel um centro de referência quando se trata de transplantes. Como os hospitais de Blumenau atendem também pacientes de muitos outros municípios, vai haver todo o apoio possível do governo estadual. A questão dos repasses vai entrar no planejamento participativo de acordo com a arrecadação de cada região e por escolha dos consórcios para destinação das verbas em obras prioritárias.

* Até a publicação desta matéria, Ângelo Castro (PCO) estava com a candidatura impugnada, impedido de fazer campanha pelo TRE-SC. Ele está recorrendo à Justiça Eleitoral e aguarda julgamento. Mesmo assim, o Santa encaminhou as questões para a equipe do candidato, mas não recebeu as respostas até o prazo combinado.

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