Estudar no exterior é um sonho comum. Oportunidade para aprender novas línguas, conviver noutra realidade, conhecer pessoas diferentes. E incentivos não faltam. Além dos financiamentos federais existem muitos programas, agências de intercâmbio e bolsas para estrangeiros em universidades pelo mundo. O primeiro passo é saber o que se quer. O segundo, é investir em línguas.
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Todo estudante que deseja fazer uma pós-graduação fora do Brasil precisa comprovar domínio do idioma falado no país de destino (com raras exceções). As nações de língua inglesa exigem normalmente o Test of English as a Foreign Language ( Toelf) ou o International English Language Testing System (Ielts). Algumas aceitam os testes de Cambridge ou de Michigan. A França pede o Diploma Approfondi de Langue Française (Dalf) e o Diplome d?Etudes em Langue Franceise (Delf), a Alemanha o Kleines Deutsches Sprachdiplom (KDS).
Para disputar as bolsas do governo – Capes, CNPq, Ciências sem Fronteiras -, é preciso estar matriculado na pós-graduação e se informar com a coordenação do curso sobre os trâmites para transferir os estudos para o exterior. Há também o Ministério das Relações Exteriores, que incentiva pesquisas relacionadas à cooperação educacional entre o Brasil e outros países, para lato e stricto sensu. As informações sobre as bolsas oferecidas, os países com oportunidades e o procedimento para inscrição estão no site www.dce.mre.gov.br.
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Foi pelo programa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) que Eder Sumariva Rodrigues e Michele Louise Schiocchet, alunos do doutorado em Teatro da Udesc, foram estudar fora do Brasil. Eder levou para Lisboa a tese sobre Ruth Escobar, dama do teatro luso-brasileiro. Lá ampliou a bibliografia e fez contato com professores para desenvolver futuros projetos de pesquisa.
Michele é bolsista de carteirinha. A graduação foi dividida entre uma bolsa na Universidade de Bolonha, na Itália, e o financiamento do Erasmus, na Alemanha.
No mestrado, na Inglaterra, teve de trabalhar o tempo inteiro, o que segundo ela enfraqueceu a pesquisa. Já o doutorado, parte foi feito em Nova York, parte em SC, custeado com verba federal.
Como conseguir uma bolsa
Interessados em fazer pós-graduação e conseguir uma ajuda financeira devem saber que existem três fontes principais de financiamento: a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e as fundações estaduais de amparo à pesquisa. Eles estão disponíveis apenas para cursos stricto sensu, já que o governo entende que nestes cursos é preciso dedicação exclusiva ao estudo.
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Na maioria dos casos, as bolsas de mestrado têm duração de dois anos e as de doutorado, quatro anos. Os valores variam em algumas fundações estaduais de amparo, mas no geral se usa como base a remuneração da Capes e do CNPq: R$ 1,5 mil para mestrado, R$ 2,2 mil para doutorado e R$ 4,1 mil para pós-doutorado.
O ex-ministro da Educação Henrique Paim aprovou em junho do ano passado uma portaria que estende o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) aos cursos de mestrado, mestrado profissional e doutorado em instituições privadas, antes válido apenas para graduação. Apesar da expectativa, a portaria, no entanto, ainda não entrou em vigor.
SC tem fundo específico
Na Capes, agência do Ministério da Educação, as bolsas são oferecidas diretamente às instituições de ensino superior, particulares ou públicas, avaliadas com nota igual ou superior a três. Assim como na Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), que oferece financiamento para 19 instituições de ensino de Santa Catarina. Em 2013, foram 105 bolsas de mestrado e 86 de doutorado concedidas pelo programa.
Já o CNPq, ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, é mais flexível, pois pode oferecer financiamento a outros centros de pesquisa, como instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Para disputar o incentivo é preciso entrar em contato com o coordenador do projeto, que é quem firma repasse com as fontes e apresentar a documentação exigida.