Em Santa Catarina, a indústria da construção busca por engenheiros civis comprometidos e proativos. Portanto, os recém-formados na área devem apresentar essas habilidades para se destacarem no mundo do trabalho. Gabriela Siqueira vai se formar em Engenharia Civil, pela UniSociesc, no fim deste semestre, e sabe disso. Ela conta que buscou o aprendizado de qualidade e a experiência profissional desde que começou a graduação.
Continua depois da publicidade
– Percebi que precisava aprender mais na prática e comecei a buscar uma vaga em alguma construtora maior, para que eu pudesse aprender com engenheiros experientes e ter "bagagem" no setor. Foram inúmeros currículos enviados e algumas entrevistas feitas, pelo menos cinco, até que, em 2018, tive a oportunidade de fazer um estágio na construtora que eu continuo atuando até hoje – conta a estudante.
Apesar de a teoria e o conhecimento técnico serem fundamentais, o mundo do trabalho busca por profissionais que tenham experiência fora da sala de aula.
– A busca por profissionais qualificados, que tenham vontade de aprender habilidades em gestão e, claro, que tenham também conhecimento técnico, está crescendo, mas a falta de experiência é um dos principais obstáculos para entrar no mercado – pondera Gabriela.
>> Especialista fala sobre habilidades que o mundo do trabalho exige dos profissionais
Continua depois da publicidade
A estudante destaca que o setor da construção civil está em constante evolução e que se manter atualizado é essencial, pois ficar parado não é mais uma opção.
– É preciso que o engenheiro seja capaz de executar um projeto com excelência, menos recursos e saiba fazer gestão ambiental, trazendo a sustentabilidade para o setor. Enfim, deve buscar constante aperfeiçoamento e atualização, tendo em vista que o estudo deve continuar fazendo parte da rotina desse profissional, mesmo após o término da graduação -, avalia a estudante.

Importância de dominar as competências socioemocionais
Para acompanhar as demandas do mundo do trabalho é preciso que os engenheiros civis tenham mais do que o conhecimento técnico. É fundamental que esses profissionais dominem também as competências socioemocionais.
– Responsabilidade, liderança, visão futurista, engajamento e ser um profissional humanizado são aptidões que o engenheiro, na formulação das suas competências e habilidades, na graduação e em toda vida profissional, deve aplicar em suas atividades – , acrescenta o coordenador dos Cursos de Engenharias, Arquitetura e Gestão da UniSociesc de Jaraguá do Sul, Marcelo Pita.
Continua depois da publicidade
Dessa forma, o engenheiro civil tem que ser um profissional completo. Esse profissional precisa ter conhecimento em liderança, gestão de pessoas e recursos e saber dialogar com colaboradores, clientes e fornecedores.
– Entendo que, para hoje e nas próximas décadas, o engenheiro deve ter uma visão futurista, ampla e inovadora, entendendo os problemas da sociedade e buscando as soluções. É preciso sustentabilidade na utilização de matérias-primas, buscar novas tecnologias e, principalmente, buscar constantemente a destinação sustentável dos resíduos gerados pela humanidade – , pondera Marcelo.
Construção civil gerou empregos mesmo na pandemia
Mesmo com a pandemia, o setor da construção civil registrou aumento no número de empregados em Santa Catarina no primeiro semestre deste ano. Foi o que apontou o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia. Diferentemente do que aconteceu com outros setores, a construção fechou o período de janeiro a agosto com 3.699 novos empregos no estado. Isso mostra a força do setor e a sua facilidade para se adaptar mesmo durante as crises.
– O setor foi um dos primeiros que retornou com força total, se ajustou e criou dentro de todos os cenários um modelo que tivesse segurança, empenho e tecnologia. Sua retomada de crescimento é contínua. Percebo isso pelo trabalho dos acadêmicos em suas empresas e construtoras e pelo número de vagas disponíveis, que é cada vez maior -, destaca a coordenadora do curso de Engenharia Civil da UniSociesc Joinville, Dilarimar Maria Costa.
Continua depois da publicidade
Desafios para a profissão de engenheiro civil
O desenvolvimento de novos materiais e tecnologias trouxe novos desafios para os profissionais de engenharia civil, que tiveram que se adaptar e conhecer outras formas de execução de obras. – Os planejamentos utilizam novas tecnologias para que se obtenham resultados reais com o menor desperdício possível. A busca pela melhoria contínua nos impulsionou a conhecer e utilizar normatizações que valorizem cada vez mais as construções – , destaca Dilarimar.
A inovação e a destinação dos resíduos, bem como o uso de tecnologias acessíveis a toda população mundial, estão entre as capacidades mais demandadas dos engenheiros do novo século. No Brasil, os principais desafios são saneamento básico para todos, destinação dos resíduos de forma correta e sustentável, mobilidade urbana e cidades inteligentes e, principalmente, a busca por inovação tecnológica.
Perspectivas positivas para a engenharia civil
A engenharia civil cresceu e se desenvolveu com o passar dos anos, fruto da necessidade de empreendimentos mais modernos, automatizados e mais confortáveis. Segundo Dilarimar, a tendência é que, no próximo ano, as demandas por profissionais formados em engenharia civil aumentem.
– Temos perspectivas bastante positivas nesta área. Além disso, o engenheiro civil é um profissional empreendedor pela própria natureza de sua formação. Seus investimentos para abrir seu próprio negócio são relativamente pequenos. Portanto, em qualquer lugar do país, existe possibilidade da oferta de seus serviços em projetos, execução, laudos técnicos, perícias técnicas, planejamento, consultorias e ensino. De qualquer forma, o cenário de oportunidades em empresas privadas e públicas continua em franco crescimento – , finaliza Dilarimar.
Continua depois da publicidade