Alguns moradores de Palhoça tem o hábito incomum de ostentar grandes esculturas de animais. É comum ver no comércio e nas casas representantes da nossa fauna, como onças, aves e peixes. Mas também é possível encontrar espécies do período Jurássico: pelo menos três dinossauros habitam a cidade.

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Dois deles foram construídos pelo empresário e escultor Valmir Walmor Schwinden. O último é um brontossauro de 20 metros de comprimento e sete de altura que decora o quintal de sua casa, no Aririú. Ele conta que, de vez em quando, crianças pulam os muros dos vizinhos só pra ver o bicho colossal.

— Eu tenho essa paixão por dinossauros desde criança. E tendo essa habilidade de esculpir, eu comecei a fazer. Como são animais muito grandes, é uma boa maneira de mostrar o meu trabalho.

Para construir o réptil, foram necessários mais de 40 sacos de cimento, além de incontáveis metros de tela e ferro. Valmir não sabe mensurar quanto gastou ao longo dos quatro meses de obras, que encerraram em setembro do ano passado.

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Por dentro, o brontossauro ainda não está pronto. A ideia do dono é transformar o espaço em uma pequena sala de aula, com cadeiras e uma televisão, onde crianças do ensino fundamental poderão aprender sobre a pré-história.

Esse foi o segundo dinossauro do empresário em Palhoça. Nos anos 80, Valmir ergueu um tiranossauro no Alto Aririú. O animal fica às margens da Avenida São Cristóvão e esse, apesar de menor, é mais acessível para os curiosos.

Valmir tem diversas esculturas de animais espalhadas por Santa Catarina e também no Rio Grande do Sul. É dele o famoso Tijussauro, de Tijucas, e o policial que engana os motoristas apressados no posto da Polícia Rodoviária Estadual em Gaspar. No entanto, a vida como escultor não deu retorno financeiro, e o artista resolveu investir em uma loja de tintas.

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A ideia do dono é transformar o espaço em uma pequena sala de aula Foto: Marco Favero / Agencia RBS

Brontossauro do Passa Vinte

Outro exemplar de brontossauro habita o bairro Passa Vinte. Esse, um pouco maior: tem 29 metros do rabo à cabeça e seis de altura. Segundo o criador, o empresário da construção civil Fernando Miranda, foram R$ 150 mil gastos em sacos de cimento, areia, tela e ferro.

Dentro do réptil há uma suíte, com cama, mesa de escritório, computador e até um vaso sanitário. Tem luz elétrica ou natural que vem do sol e passa pelas escotilhas instaladas na barriga do bicho.

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Tanto Valmir quando Fernando tem o mesmo plano para os seus brontossauros: levar para um lugar com mais visibilidade, para que mais pessoas possam admirar as suas obras de arte. Quem sabe um dia os dois brontossauros não se encontram?

Brontossauro de Fernando Miranda Foto: Marco Favero / Agencia RBS

Dinossauro em Palhoça: só de mentira

Pelo menos para a ciência, os únicos dinossauros que um dia habitaram Palhoça são esses de concreto. O professor de geologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Breno Leitão Waichel garante que não existe nenhuma evidência dos répteis em Santa Catarina.

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_ Nos períodos Cretáceo e Jurássico, aqui era muito árido, e os dinossauros foram para o sul, na Argentina, ou para o norte. Em São Paulo, por exemplo, já é possível encontrar registros de dinossauros. Pelo menos é isso que se tem até agora. Porque ainda pode ser que cientistas encontrem alguma evidência deles por aqui.

Quem duvida?

Cauda do brontossauro em comparação com o cachorro Zeus Foto: Marco Favero / Agencia RBS
Cabeça do brontossauro fica escondida entre as folhagens Foto: Marco Favero / Agencia RBS
parte interna do brontossauro de Miranda Foto: Marco Favero / Agencia RBS