Promessa desde o 1º disco
Samara Furtado, 18, nasceu num ninho de esporte. Na família, havia tanto atleta quanto paratleta, o que abriu os olhos da menina para essa atividade. Ela entrou na pista pela primeira vez em 2010, quando tinha 12 anos. Primeiro, experimentou o dardo, mas não sentiu intimidade, até que se encontrou no arremesso de disco e de martelo. Nessa modalidade, existente desde a antiguidade, a atleta lança um disco metálico, de um quilo e aproximadamente 18 centímetros de diâmetro, pela maior distância possível.
Continua depois da publicidade
Na primeira competição estadual da qual participou, naquele mesmo ano, perdeu a medalha de ouro por apenas um centímetro. Isso a fez acreditar que, se treinasse mais, não demoraria para o troféu chegar.
Desde 2011, Samara tem colecionado bons índices em eventos como o Campeonato Internacional Escolar, Campeonato Sul-americano Escolar, Jogos Sul-americanos da Juventude e Jogos Olímpicos da Juventude. No início deste ano, ela foi medalha de ouro no Campeonato Brasileiro Interclubes Sub-20, no qual registrou sua melhor marca do ano no lançamento de disco: 44,99 metros. A atleta recebe patrocínio e bolsa da Felej para se manter nas competições.
Continua depois da publicidade
A rotina de treinos durante a manhã e tarde no primeiro semestre será diminuída em função dos estudos. Samara pretende ingressar no curso de nutrição para, futuramente, aliar esse conhecimento à prática esportiva. Ela afirma que, desde que iniciou no atletismo, teve mais senso de responsabilidade e disciplina para poder conquistar seu sonhos.
– Muitas crianças têm a oportunidade de melhorar de vida por meio do esporte. Porque, por meio dele, podemos conhecer o mundo, conhecer culturas, então é uma coisa que agrega muito para ti, como pessoa. Mesmo os atletas que não continuam, com certeza, são bons cidadãos – afirma.
Ela domina a América Latina
A história de Alexia Nakashima no esporte também começou muito cedo, brincando e vendo os pais jogarem na Associação Joinvilense de Tênis de Mesa. Desde os seis anos, a menina pratica o esporte e, com apenas dez, começou a treinar para se tornar atleta de rendimento e participar de competições. Dois anos depois, entrou para a Seleção Brasileira de tênis de mesa, onde permanece até hoje.
Continua depois da publicidade
Alexia Nakashima pratica tênis de mesa desde os seis anos
Em 2016, aos 17 anos, ela soma títulos como campeã sul-americana sub-18, tricampeã estadual e chegou às quartas de final na primeira edição do Pan-americano juvenil, que aconteceu no Canadá. As competições levaram a menina a conhecer lugares como Paraguai, China, França, Peru, Venezuela, Argentina e Israel. Segundo Alexia, o time brasileiro domina o esporte na América Latina.
A atleta afirma que a experiência no esporte ajudou a conquistar a maturidade, pois é a única integrante da Seleção que mora fora de São Paulo, portanto, teve de viajar sozinha desde muito nova. São vários aprendizados que ela leva para a vida pessoal.
– O tênis de mesa, para mim, é o melhor esporte, o mais completo. Muitos conhecem como pingue-pongue, mas quem está no meio sabe que é muito mais. Desde a parte física até intelectual, porque precisa de inteligência, concentração e foco. É o que me interessou mais, envolver tudo isso.
Continua depois da publicidade
Além da carreira promissora como atleta, ela cursa o último ano do ensino médio e sente a pressão de ter que decidir qual caminho seguir: o esporte ou a graduação. Os bons resultados com a raquete na mão têm causado indecisão.
– Não sei se vou continuar no esporte ou parar para estudar, não tenho certeza. Se eu continuar firme, acho que tenho chance de participar de uma Olimpíada – diz.
Alexia treina pelo menos três horas por dia e recebe patrocínio de empresas e bolsas dos governos municipal e federal para participar das competições.
Continua depois da publicidade
Forte por natureza
Há cinco anos, a professora de educação física da Escola Municipal Anaburgo, no bairro Vila Nova, levou os alunos a uma excursão para visitar a pista de atletismo da Univille. As crianças tiveram a oportunidade de experimentar as diferentes modalidades de prova desse esporte. No fim da atividade, o técnico da instituição chamou uma das meninas que se destacou na brincadeira para treinar com a equipe de competição.
Ana Lays Bayer arremessa um martelo de quatro quilos por 60,98 metros de distância
A chance foi dada a Ana Lays Bayer, que atualmente, aos 17 anos, é capaz de arremessar um martelo de quatro quilos por incríveis 60,98 metros de distância _ o que rendeu a quebra do recorde brasileiro na categoria sub-20 durante o Troféu Brasil Caixa de Atletismo 2016. O lançamento de martelo é uma modalidade olímpica na qual o atleta segura um cabo de aço, de aproximadamente um metro, com uma esfera metálica na ponta. O embalo se dá com dois ou três giros do atleta no próprio eixo. O técnico João Carlos dos Santos a define como ‘tecnicamente muito boa e muito forte por natureza’.
Desde a primeira visita à pista de atletismo até a quebra de recorde nacional, Ana Lays vivenciou experiências que não imaginava. A menina do bairro Vila Nova já competiu na Colômbia, Canadá e neste ano irá ao Peru. Ela recebe patrocínio, além de bolsas da Fundação de Esporte, Lazer e Eventos e do Ministério do Esporte, para manter o rendimento.
Continua depois da publicidade
– O esporte me abriu portas, me fez conhecer culturas novas, outros mundos, outras pessoas. Mudou tudo. Não digo que o esporte mudou a minha vida, porque a minha vida é o esporte. Hoje, tenho certeza de que nasci para isso – diz a atleta.
Com medalhas em campeonatos sul-americanos, pan-americano juvenil e o título de tricampeã brasileira de menores e tricampeã brasileira juvenil, Ana Lays iniciará em 2017 um novo ciclo. Os treinos se intensificarão para que a atleta chegue às Olimpíadas de 2020.
Nascido e criado nas quadras
Pedro Boscardin começou tão cedo no tênis que a história da infância e do esporte se misturam. Filho da ex-atleta joinvilense Carolina Boscardin, ele frequentava a academia onde a mãe lecionava e aos poucos foi pegando o jeito do esporte. O menino afirma que, como a maioria das crianças brasileiras, se interessou primeiro pelo futebol. Entretanto, as competições de tênis o levaram para dentro das quadras de saibro.
Continua depois da publicidade
Pedro treina a parte técnica e tática dentro das quadras três horas por dia
O primeiro título de campeão brasileiro veio aos nove anos – e continuou pelos quatro anos seguintes. Com 11 e 12 anos, Pedro foi bicampeão nos campeonatos sul-americano que aconteceram na Bolívia e na Venezuela. No ano passado, foi vice-campeão no Canadá e campeão nos Estados Unidos. Em 2016, aos 13 anos, subiu também ao lugar mais alto do pódio na Áustria, considerada sua mais difícil conquista.
Para chegar a esse rendimento, Pedro treina a parte técnica e tática dentro das quadras três horas por dia, de segunda a sexta-feira. Em seguida, mais uma hora de treinamento físico para trabalhar coordenação, prevenção de lesão e exercícios aeróbicos. Os treinos se intensificam ainda mais quando as competições se aproximam.
– Meu planejamento é me tornar profissional e conseguir ser realmente bom. Treinar e treinar cada dia mais – diz Pedro.
Continua depois da publicidade