Sete nomes estão na disputa pelo voto dos 326,2 mil eleitores de Florianópolis este ano. Com discursos clássicos de renovação, a grande maioria dos candidatos – sejam eles de esquerda ou de direita – emergem da pré-campanha com planos de governo consolidados tanto na vertente política, quanto no campo técnico.
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O tempo que antecedeu o curto período para a busca de votos, compactada em 45 dias, serviu para que os postulantes ao cargo de prefeito ouvissem não só o eleitorado, mas também a população. Entretanto, apesar da agilidade partidária, o ineditismo que ronda este pleito, seja na biometria, no uso das redes sociais ou nas novas regras eleitorais, parece não se repetir nas promessas de campanha, que seguem focadas em problemas antigos da cidade como a qualidade do transporte coletivo e a implantação de modais, como o transporte marítimo.
Veja as informações técnicas de cada um dos candidatos ao cargo máximo do Executivo municipal e as suas bases para planejar a Capital do futuro.
Angela Albino
Vice: Gabriel Kazapi
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Coligação: Unidade pela democracia Partidos: PCdoB / PT
Tempo de rádio e TV: 1min39s de programa e 6min58s em inserções ao longo do dia
Focada em conquistar os eleitores de esquerda, o mote de Angela Albino (PCdoB) é o futuro. Na pauta, a candidata à prefeitura da Capital e atual deputada federal elenca o desenvolvimento econômico, do plano educacional, das áreas tecnológicas e culturais, além das questões envolvendo a mobilidade urbana, que hoje, conforme a própria candidata, vive uma dramaticidade. Outra veia explorada por Angela é a da transparência. Ela pontua que, apesar da Capital ser um polo tecnológico, atualmente a estrutura administrativa da prefeitura é arcaica, dificultando o acesso do cidadão à informação.Mesmo sem propostas a curto prazo, Angela defende que o debate incitado por ela já foi pautado há mais de 20 anos e, por conta disso, essas questões já deveriam ter avançado, porém, o que se vê é um Executivo desconectado.
– Nós vivemos uma repetição. A questão do transporte marítimo, por exemplo, surge em toda a campanha e ela se mantém como questão atual porque não demos passo nenhum, não conseguimos avançar em nada. É preciso apontar para o futuro – diz.
Mesmo com pouco tempo no rádio e na televisão, Angela aposta que as inserções – a candidata terá quase sete minutos disponíveis – darão conta do recado e não elenca isto como o principal desafio da campanha. Pelo contrário, para Angela, o descrédito do eleitor na política e a economia na candidatura representa uns dos grandes desafios deste pleito.
Angela Amin
Vice: Rodolfo Pinto da Luz
Coligação: Pelo bem de Florianópolis Partidos: PP/PSD
Tempo de rádio e TV: 1min39s no programa e 6min58s em inserções ao longo do dia
Autodenominada legalista, além de retomar o planejamento do projeto de integração do transporte coletivo, implantado em 2003 durante seu último mandato como chefe do Executivo municipal, Angela Amin (PP) quer trabalhar no desenvolvimento econômico da cidade a partir da economia criativa. Para isso, Angela, que diz estar feliz em ser candidata mais uma vez, defende o diálogo com a população e, assim como outros candidatos, também foi ouvir a voz das ruas. Dessa jornada, surgiram 11 pilares, chamados pela própria candidata de guarda-chuva, já que cada um vai sustentar projetos específicos. Entre os temas que norteiam o que será o plano de governo, estão a gestão de resultados, cidadania, educação, mobilidade, integração e infraestrutura pública, meio ambiente, turismo, cultura e esporte, inovação, desenvolvimento econômico, segurança, saúde e educação.
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– Foram três meses de trabalho para buscar informações para o compromisso. Isso nós já apresentamos para a cidade e para o Tribunal Eleitoral como uma pré-proposta, que foi baseada nessa consulta popular que nós fizemos. Agora, dentro de cada um desses temas vamos montar grupos de trabalho para detalhar os projetos e disso vai sair o plano final de governo – explica.

Gean Loureiro
Vice: João Batista
Coligação: Um Novo Olhar para FlorianópolisPartidos: PMDB / PSDB / DEM / PDT / PRB / PRTB / PSC / PTB / PTN / SD / PR / PRP / PPS / PPL / PTC
Tempo de rádio e TV: 4min40s no programa e 19min37s em inserções ao longo do dia
Segundo candidato mais votado em 2012, Gean Loureiro (PMDB) volta às urnas tecendo críticas à atual administração. Tentando se firmar como o anti-Cesar Junior – atual prefeito que não disputa a reeleição – Gean foca na política e apresenta uma proposta que ele mesmo define como mais participativa e democrática. Para sustentar seu discurso, o advogado por profissão argumenta que, durante toda a pré-campanha, percorreu os bairros da cidade que pretende comandar a fim de ouvir os anseios de entidades e moradores. Segurança, educação, desenvolvimento econômico e político e políticas públicas são os principais temas defendidos por Gean. A campanha intensa, de porta em porta e nas ruas ao lado da militância, é outro ponto que, na visão do político, o torna mais competitivo em relação aos outras seis candidatos que correm ao seu lado na disputa pela prefeitura. Detentor de praticamente metade do tempo de televisão, o peemedebista promete um governo totalmente diferente da atual administração.
– Buscamos em todas as áreas sugestões mais setorizadas para poder ter um entendimento da economia e das profissões. O que a gente quer agora é ter a oportunidade de mostrar a todos os eleitores que temos a proposta mais participativa, mais democrática e com mais qualidade para Florianópolis. E temos uma vantagem competitiva para mostrar tudo isso que construímos junto à comunidade – conclui falando do tempo de TV e rádio.
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Murilo Flores
Vice: Coronel Edupercio Pratts
Coligação: Florianópolis com Inteligência e Coração Partidos: PSL / PSB / PHS / PROS / PMB
Tempo no rádio e TV: 1min11s no programa e 4min59s em inserções ao longo do dia
Na corrida pelo cargo máximo do Executivo municipal, Murilo Flores (PSB), diferente de Gean, se apoia no discurso técnico. Para ele, que já atuou como secretário estadual de Planejamento, na época da criação do Plamus, a visão de política e de politicagem que tem sido feito ao longo dos anos, se tornou um fator negativo que contribuiu para a estagnação de Florianópolis. Para Murilo, a chamada gestão técnica é tomar a melhor decisão para a cidade independente do que aquilo vai representar em termos de voto. Ele cita ainda, que para colocar essa estratégia em prática, a capacitação dos servidores públicos, por exemplo, é essencial.
– A gente, num primeiro momento, pensa na mobilidade, mas estamos com problemas de segurança, saneamento. Isso é fruto de 30 anos de falta de visão de planejamento, e uma falta de ação voltada para médio e longo prazo. Ninguém enxergou que isso ia acontecer e foi deixando acontecer – pondera ao ressaltar que, inicialmente, a proposta é agir focado no desenvolvimento de Florianópolis e não apenas correr atrás do prejuízo.
Murilo, que ainda cita a situação financeira da máquina pública como um dos seus principais desafios, caso eleito, afirma que a transparência perante a população é a única maneira de conseguir enfrentar esse tipo de obstáculo.
– A população está muito dentro da gestão. Mostrar aquilo que é viável fazer é botar luz nas relações politicas que, até hoje, prejudicaram Florianópolis – conclui.
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Elson Pereira
Vice: Fabio Botelho
Coligação: Vivacidade Partidos: PSOL / PV / REDE
Tempo no rádio e TV: 29s de programa e 2min03s em inserções ao longo do dia
Visando o eleitor de esquerda, Elson Pereira (PSOL) defende uma nova visão para Florianópolis. Quer uma cidade que consiga abrigar todo o tipo de vida. Pelo estreitamento da relação entre o poder público e a população, defende a ampliação da democracia. O candidato acredita na sustentação ecológica e ambiental, já que, segundo ele, o município possui um território extremamente frágil economicamente falando. Entre as outras estratégias de campanha de Elson, está ainda o desejo de construir uma cidade mais inclusiva, com espaços públicos de qualidade e, aliado a isso, melhorar a mobilidade urbana. Tema este muito criticado pelo candidato. – Por mais que possa parecer estranho, nossa candidatura apresenta quase as mesmas propostas de quatro anos atrás, por que a cidade não mudou. Não se fez nada para melhorar as questões ruins e perdemos quatro anos de oportunidade de construir uma cidade melhor – afirma. Concorrendo à prefeitura pela segunda vez, Elson ainda pontua que, neste ano, o grande desafio da coligação é a desproporcionalidade com relação às outras candidaturas. Para compensar a ausência na mídia tradicional, Elson deve apelar para as redes sociais.
Mauricio Leal
Vice: Marcos Vieira
Coligação: PEN
Tempo no rádio e TV: 11 segundos de programa e 46s em inserções ao longo do dia
Enxugar a máquina pública e tornar o transporte público gratuito para todos são as duas principais propostas de Maurício Leal (PEN). Ele, que se considera um líder comunitário e não um político, apesar de já ter sido candidato a vereador no pleito de 2012, ressalta em meio ao discurso político a participação em lideranças comunitárias, grupos de jovens e até escolas de samba e conselhos de saúde da Capital. Foram dessas experiências que, segundo o próprio Maurício, emergiu a vontade de ser prefeito.
O candidato detalha que do corte de 50% dos comissionados e das secretarias: vai surgir o recurso necessário para subsidiar o transporte coletivo gratuito para a população. Concorrendo por um partido que defende a sustentabilidade, Maurício ainda propõe a construção de uma sede própria para a prefeitura e bicicletários, igualmente gratuitos. Já para os setores da educação, saúde e segurança, o candidato acredita que o ideal é trabalhar com a prevenção na saúde e com a valorização dos professores na educação.
– Vejo uma campanha muito boa, com aceitação da população. Agora o nosso desafio maior é a nossa situação financeira, vamos mesmo é na cara e na coragem. Vai ser difícil também porque o tempo é curto – lamenta.
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Gabriela Santetti
Vice: José Alvarenga
Coligação: PSTU Partido: PSTU
Tempo no rádio e na TV: 8 segundos de programa e 36s em inserções ao longo do dia
Para Gabriela Santetti (PSTU), candidata mais jovem da corrida eleitoral de Florianópolis, o envolvimento da população é o ponto-chave da governabilidade de seu partido. Por isso, o plano da chapa se resume na criação de conselhos populares ou comunitários, onde cada um desses conselhos seria comandado por um `delegado¿ responsável. Um conselho deliberativo também existiria para decidir questões acerca do orçamento da cidade e leis. A proposta com viés socialista se desenhou por que, segundo Gabriela, 25 anos, hoje muitos dos políticos municipais estão envolvidos em escândalos de corrupção. Além disso, conforme a candidata, hoje ainda existe a valorização dos empresários por parte da atual administração, o que consequentemente, acaba atuando politicamente contra a população.
– Queremos garantir uma participação mais democrática da população. Esses delegados, por exemplo, não terão os privilégios que hoje os políticos da Câmara de Vereadores tem, como os altos salários. Isso norteia o plano de governo justamente por que o conselho vai definir para onde vai a verba do município e como serão feitas as outras estratégias – explica ao mencionar também que o partido defende a estatização do transporte coletivo.