A demanda por candidatos mais preparados exige sempre contrapartida das empresas. Conforme pesquisa da ManpowerGroup, publicada neste ano, em 2020 a Geração Milênio, composta por nascidos entre 1982 e 1996, deverá representar 35% da força de trabalho mundial e, 93% deles veem o constante desenvolvimento de habilidades como parte importante de suas futuras carreiras. Eles gostam de superar desafios. Além disso, questões como dinheiro (92%), segurança (87%) e tempo livre (86%) estão entre as prioridades.
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Esse “jeitão“ moderno já tem exemplos positivos em Joinville, como nas empresas de tecnologia ContaAzul e na plataforma de cobranças ASAAS. Basta entrar no ambiente para se surpreender. Primeiro com a integração que se dá entre as áreas devido a uma redução de hierarquias, depois com o investimento interno em capacitação dos trabalhadores e, por fim, com benefícios que tornam o serviço mais atrativo.
Geladeira cheia à disposição dos funcionários, ‘happy hour’, vestimenta informal, sala de jogos e de vídeo game, espaço para massagens, horários flexíveis e até auxílio academia e educação. Propostas que ajudam a demonstrar um pouco de como a realidade das empresas e dos profissionais nelas inseridos estão se transformando.
— Isso vem muito da cultura do Vale do Silício e que está muito alinhada com o que essa nova geração espera de uma relação de trabalho. Então você vê que é um ambiente onde as pessoas têm liberdade para decidir as coisas, têm alinhamento de propósito e uma estrutura hierárquica baixa. Essa autonomia faz com que elas consigam entregar o seu potencial maior — considera Vinicius Roveda.
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O mesmo pensa o CEO da ASAAS, Piero Contezini, que atesta que os métodos geram resultados significativos e de forma rápida tanto para o colaborador quanto para a companhia.
— Acredito que mais do que um negócio, somos uma comunidade e como comunidade a gente tem que viver bem e gostar de estar aqui, porque no final do dia o funcionário passa 60% a 70% do seu dia no trabalho, então criamos esse ambiente para que as pessoas estejam confortáveis. Assim elas conseguem resolver os problemas de forma orgânica, gerando uma grande diferença nos negócios — garante.
Existem oportunidades para todos neste mercado
Engana-se quem pensa que em empresa inovadora só trabalha o público jovem. De acordo com os setores de RH das companhias é preciso desmistificar a ideia de que as oportunidades na área de tecnologia são restritas aos novos profissionais.
– O que conta é o espírito jovem, independente da idade – defendem os recrutadores de talentos Ananda Armani e Diego Contezini.
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Um dos referenciais é o diretor comercial Otávio Fontoura, que aos 60 anos deixou o trabalho nos moldes tradicionais em mais de três décadas de carreira para “surfar na onda” das startups. Uma reinvenção de carreira que hoje possibilita a troca de experiências com outras gerações.
– Está sendo uma experiência enriquecedora porque estou cercado de pessoas dispostas à mudança. É um ambiente de trabalho em equipe, em que as pessoas se respeitam, têm propósitos e liberdade de falar direto com o presidente da empresa e vice-versa, e isso gera resultados positivos – conta.
A visão de quem vive a inovação
A principal diferença de cultura com relação às empresas tradicionais é a liberdade de propor ideias e de executá-las, está na liberdade da equipe montar os seus próprios indicadores e se comprometer com os resultados. Mesmo já atuando na área há mais de dez anos, sinto hoje como se estivesse fazendo um MBA por semana.
João Menezes, 27 anos, designer
Este ambiente é muito dinâmico e as decisões tomadas no dia a dia têm uma velocidade muito grande. A grande diferença (para o mercado tradicional) está na nossa relação, a gente tem um ambiente de muita comunicação e colaboração tanto entre as pessoas como entre os times e de também com a liderança, na definição das estratégias. Há aprendizado acelerado e, principalmente a oportunidade de entregar soluções que fazem a diferença na vida das pessoas. Isso atrai muito.
Fernando Avelar, 31, gestor de produtos
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Nesse modelo não existe ‘dresscode’, os horários são flexíveis e as pessoas trabalham como elas se sentem bem, o que torna a equipe mais produtiva. É um ambiente também mais informal, sem tanta burocracia e pressão, então isso acaba tornando o trabalho mais prazeroso. Esse diferencial invariavelmente impacta na nossa qualidade de vida e as pessoas percebem e valorizam isso e, naturalmente elas são muito comprometidas em entregar valor para a empresa.
Fernando Chagas, 31, diretor de tecnologia