Uns chamariam de loucura, outros de sucata, eles de paixão. Os colecionadores do Clube Autos & Clássicos do Vale se reúnem mensalmente para falar do assunto que mais gostam: carros antigos. Com modelos raros e quase originais, os veículos chamam atenção por onde passam.

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Desde 2012, um grupo de amigos criou o clube para unir o gosto por carros antigos. Atualmente são 37 sócios do Vale do Itapocu, sendo que a maioria é de Jaraguá do Sul e Guaramirim. Eles participam de eventos, encontros e levam como carona a família.

A compra do primeiro carro antigo é o pontapé inicial para a paixão e para um hobby. Assim foi com Alexandre Sachet, que por ter uma forte recordação do primeiro carro que dirigiu fez com que buscasse durante seis meses por um fusca idêntico ao antigo carro da mãe. O modelo encontrado é de 1974 e ele é o terceiro proprietário do carro.

– Busquei um carro que eu pudesse participar de toda a restauração. Queria um carro da época, costumo dizer que é um brinquedo de gente grande – enfatiza.

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Ao questionar “porque um fusca?”, Alexandre responde rapidamente que foi um dos carros antigos mais acessíveis a população. Sem falar que muitas pessoas aprenderam a dirigir em um fusca e foi o carro que teve mais tempo de produção em série no Brasil. Para restauração, ele estudou toda biografia do automóvel.

– É o xodó brasileiro. Todo mundo tem alguma história para contar sobre um fusca. É uma paixão inexplicável.

O fusca só sai para passear em dias ensolarados e em boas estradas. Alexandre conta que tem bastante ciúme do possante, porque é um carro que não tem mais seguro e que é difícil encontrar as peças. Conforme Alexandre, é um idoso que precisa de muita atenção e carinho.

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No clube, os colecionadores aproveitam para trocarem informações onde comprar um bom carro ou conseguir aquela peça rara. Alexandre afirma que quando se reúnem serve para esse complemento de informação.

– O que eu mais gosto mesmo é de ir até o encontro e voltar. Pois, apesar dos olhares das pessoas, o que eu mais gosto é dirigir – declara.

A marca preferida

Outro amante por carros antigos é Adailton Carlos Volkamann, com um diferencial tem que ser Ford. Há 29 anos Adailton trabalha em uma concessionária da Ford, seu primeiro e único emprego, e foi lá que aprendeu a amar carros.

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– Antigamente, quando fazíamos carteira levávamos o carro. Fui com o corcel do meu pai. Lembrou exatamente de tudo, por isso Corcel modelo um de 1975 era o primeiro da minha lista _ relembra.

Para aventura de colecionador, Adailton conta com a participação da esposa e dois filhos que ajudaram a procurar o carro por três anos. Segundo ele, a família foi incentivadora do sonho de ter um carro antigo e auxiliam nos cuidados do possante.

Um fato que marcou o amante de carros foi quando mostrou o corcel para sua mãe. Ele recorda que ela achou que fosse o carro do marido, já falecido. Segundo Adailton, o valor sentimental que tem pelo automóvel é impagável.

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Adailton gosta dos olhares e dos elogios por onde passa. Assim como Alexandre o que mais encanta é dirigir. Ele afirma que o corcel era de uma época que precisava de mecânicos, não era tudo informatizado. Outro prazer em ter o carro antigo é a união na família. Neste ano, compraram um Scorte 87 para esposa também entrar na brincadeira.

Um carro presidenciável com uma elegância única. Esses foram os fatores que levaram há 12 anos Josué Leal Júnior a realizar o sonho de ter um Ford Galaxie, ano 1971. Neste período, o automóvel foi sendo restaurado aos poucos. Hoje, Júnior afirma que o automóvel está exatamente como imaginava e já está pronto para o próximo carro antigo, pretende comprar uma Mercedes de 1973 branca.

– Não imaginava que ia conseguir restaurar o carro, porque foi feito por partes. É caro achar peças, refazer motor – conta.

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Como Júnior teve que modificar um pouco o carro durante a restauração, teve a ideia de utilizar o automóvel com motor encorpado para levar noivas até a cerimonia. Segundo o proprietário, as pessoas se sentem únicas ao andar em um carro como Galaxie pelo estilo próprio do automóvel.

– A partir do meu hobby criei um negócio. Hoje, tenho um motorista que me ajuda nos finais de semana – explica.

No negócio, Júnior conta que apesar de ser um carro antigo, o Galaxie tem estofamento em couro, iluminação especial, dvd, ar condicionada, espumante, taças e placa do carro personalizado. Conforme o dono, o carro é um detalhe fundamental no dia do casamento que compõe o cenário da festa.

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Júnior espera que as pessoas se sintam tão bem como ele quando anda de Galaxie. Ele relata que prefere andar com o automóvel antigo do que com novos carros.