Dar nome a uma banda pode ser mais difícil do que propriamente montá-la. Pode ser algo condicionador do próprio destino – para o bem ou para o mal. Veja o exemplo dos Paralamas do Sucesso: o nome premonitório chegou a render uma célebre anedota de Raul Seixas, que, criticando a obsessão dos roqueiros pelo que se costumava identificar como êxito comercial, sugeriu que passassem a se chamar Parachoques do Fracasso.
Continua depois da publicidade
Este universo é tão rico em histórias, reais e inventadas, que é difícil selecioná-las para este espaço. Muitos causos estão no universo do punk rock, de onde já despontaram, por exemplo, Ratos de Porão, Cólera e Condutores de Cadáveres. Isso em São Paulo. No Rio: Didi Subiu no Cristo, Seu Barriga e a Maleta, A Kombi que Pega Crianças. E o Rio Grande do Sul não fica para trás.
De Brasília vieram a Plebe Rude e a Elite Sofisticada – por óbvio, a segunda batizada em homenagem à primeira, mais ou menos como o Camisa de Vênus reverenciou o Sex Pistols. Há as galhofices e também os nomes de caráter político. Outro exemplo da capital federal, nesse sentido, é o Aborto Elétrico, banda embrionária da Legião Urbana que pode ter recebido essa alcunha, se não for lenda, em referência a uma estudante grávida torturada pelos agentes do governo depois de um protesto contra o regime militar.
LEIA MAIS:
>> Os 21 nomes curiosos de bandas gaúchas do século 21 (e de um pouquinho antes)
Continua depois da publicidade
>> De Atahualpa y us Panqui a Tarcísio Meira’s Band: a origem curiosa dos nomes de bandas gaúchas
>> Leia 10 histórias de nomes de banda locais e 10 de bandas globais
É como se uma banda montada hoje, em Porto Alegre ou em qualquer outra das grandes cidades do país, se chamasse Gás Lacrimogênio. Ou Balas de Borracha. Ou Gás Lacrimogênio & As Balas de Borracha. Tem a ver com isso uma das histórias por trás do nome da Apanhador Só.
O Kid Abelha já foi Kid Abelha & Os Abóboras Selvagens, preciosidade escolhida em 1981, com a colaboração de ouvintes da Rádio Fluminense FM. Ao vivo.
E que tal Kães Vadius (de Curitiba)? Velhas Virgens (São Paulo)? Vai Tomaz no Acaju (parte recifense, parte paulistana)? PELVs e The Feitos (ambas do Rio de Janeiro)? Imigrantes Italianos do Século XXI e Nem Liminha Ouviu (outras duas de São Paulo, a última referência ao renomado produtor musical brasileiro)? E Parentes da Vítima (esta tirada de uma expressão comum em textos do jornalismo policial)?
Continua depois da publicidade