A estação mais quente do ano acaba de estrear. Verão é tempo de pés descalços, de descanso, de água de coco, e de encontrar um cantinho novo para relaxar. Para brindar a chegada da nova estação, O Sol Diário estreia uma série de reportagens com roteiros alternativos – lugares que, em meio a algumas das cidades mais visitadas pelos turistas, ainda se mantêm quase escondidos.
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Todas as sextas-feiras, até o final do verão, delicie-se com praias, recantos e trilhas que são a cara da estação. A série inicia com a vista deslumbrante da Praia da Solidão, em Itajaí.
Cercada pelas praias Brava e Cabeçudas, duas das mais conhecidas e movimentadas da região, a pequenina faixa de areia está protegida por morros cobertos pela mata atlântica e preservada pela dificuldade de acesso: um deleite para os olhos de quem se atreve a enfrentar os caprichos da maré para acessá-la.
A praia está cercada por terreno da União, sob responsabilidade da Marinha, e tem acesso restrito. O único caminho permitido é pelo costão do Morcego, no canto da Praia Brava. É preciso esperar a maré baixa ou seguir pela água, algo que muitos surfistas fazem com o auxílio da prancha quando procuram um local tranquilo para encarar as ondas.
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– Quando bate o vento Sudeste, o mar da Solidão fica bom para o surfe. A vantagem da praia é que é mais reservada, dá para ficar mais tranquilo – diz o surfista Alex Viana, 42 anos, que ontem curtia a praia na companhia da mulher, Renata Ribeiro.
Sem estresse
As águas esverdeadas e transparentes são um convite a um banho de mar. Na areia, livre do lixo comum nas praias mais frequentadas, os siris se multiplicam – e, com um pouco de paciência e silêncio, é possível vê-los brincar de esconde-esconde nas tocas.
– Chegar aqui faz bem para a cabeça, tira o estresse. A Solidão é a coisa mais linda do mundo – diz o enfermeiro Luís Andriel, 43 anos, que vive em Cabeçudas e faz da Solidão o quintal de casa.
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Na manhã de ontem, ele levou a filha e um casal de amigos para conhecer a praia – algo que faz questão de repetir sempre que recebe visitas: uma forma de dar as boas-vindas à região com uma paisagem de encher os olhos. ??
Praia pode virar parque ambiental
As belezas da Praia da Solidão e da Mata Atlântica que a cerca já são protegidas por lei. Mas a Fundação do Meio Ambiente de Itajaí (Famai) pretende ir além, tornando o local uma unidade de conservação.
Diretor de recursos naturais, resíduos e projetos ambientais da Famai, Francisco Carlos do Nascimento explica que a ideia faz parte do Projeto Orla, mas ainda não tem data para efetivação.
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Hoje é o difícil acesso e o fato de estar cercada de áreas de responsabilidade da Marinha que protegem a Solidão de ter o mesmo destino de outras praias da região, que viraram alvo da especulação imobiliária.
– A área é super protegida, o que dificulta a ocupação – diz Nascimento.
Parte da proteção se deve ao fato de o morro que contorna a praia abrigar um dos mais antigos faróis da região, que orienta a décadas a navegação na região de Itajaí. O acesso ao farol só é permitido com autorização da Marinha.
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Como chegar à Solidão ?
Siga para a Praia Brava Norte, ponto final para chegar de carro. Vá pelas pedras até a Praia do Morcego e, dali, siga pelo costão. O caminho só pode ser feito se a maré estiver bem baixa, o que não tem ocorrido nos últimos dias. Outra opção é acessar a Solidão de barco ou com auxílio da prancha de surfe.??
Dicas do Sol ?
Embora esteja indo para a praia, prefira usar tênis ao invés de sandália de dedos, porque alguns trechos podem estar escorregadios. Faça um kit com água, comida e protetor solar e carregue de preferência em uma mochila, para ficar com as mãos livres. Não esqueça de levar um saco plástico para trazer de volta o lixo, já que a praia não tem lixeiras. A Solidão tem mar grosso e ondas fortes. Além disso, não tem guarda-vidas, portanto exige cuidado.