Quem é amante da cultura germânica faz tudo o que é possível para manter a tradição. E é na época da Schützenfest que esta paixão costuma ficar mais evidenciada, com a apresentação de grupos folclóricos e o uso de trajes que representam o dia a dia dos colonizadores alemães.

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Exemplo disso é a coordenadora de dança do Centro Cultural Neue Heimat, Ilka Mahnke Schmidt, 65 anos. Além de participar do grupo há 25 anos, Ilka já viajou cinco vezes para a Alemanha e participou de cursos com professores alemães para aprender mais sobre a cultura do país.

Ilka explica que o traje típico germânico e os usados pelos grupos folclóricos são inspirados nas vestimentas usadas pelos imigrantes alemães, que eram bastante pesadas. Cada região da Alemanha adotava um tipo de traje, mas alguns eram usados só em casa e outros eram específicos para festas. Em Jaraguá do Sul, a colonização alemã aconteceu em maior volume a partir de 1876, ano de fundação da cidade.

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-No Brasil, as roupas foram adaptadas por causa do calor e começou a se usar tecidos mais leves. As mulheres passaram a vestir blusas de manga curta-, comenta.

Na Festa dos Atiradores, quem vestir o traje típico alemão ou dos grupos folclóricos ou o uniforme das sociedades não paga entrada. No entanto, Ilka destaca que algumas pessoas costumam adaptar os trajes, usando saias e vestidos mais curtos e decotados, o que não representa a tradição germânica.

O professor de história Daniel Wischral, 24 anos, tem três trajes para ir à Schützen. Um deles é o do Grupo Folclórico Der Weg, que representa as vestimentas usadas na região Norte da Alemanha.

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Daniel é descendente de alemães, fala o idioma desde pequeno e ensaia todos os domingos para as apresentações de dança, que se intensificam durante as festas de outubro. A colega do grupo folclórico, Luiza Kowalski, 16 anos, também faz questão de ir à festa trajada.

-A base da cultura da cidade é alemã. É importante não deixar a tradição se perder- avalia Daniel.

Dicas para ir trajado na Schützenfest

Traje masculino:

– Camisa branca ou xadrez de manga comprida. A gola depende do traje, pode ser gola de padre ou gola social para gravata;

– Calça comprida ou curta abaixo do joelho (com punho), de preferência preta. Pode ser de couro ou um tecido mais grosso;

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– Suspensório da cor que preferir;

– Meia até o joelho branca, verde-escura ou cinza; ou polaina de cor escura;

– Chapéu de feltro de tons mais escuros (cor depende da região de onde é o traje);

– O uso do penacho no chapéu depende da região de onde é o traje.

Traje feminino:

– Saia e colete ou vestido, com comprimento abaixo do joelho, da cor que preferir. A barra de veludo ou grega é opcional;

– Blusa branca, com manga curta ou comprida, geralmente de acabamento com renda (de preferência manga bufante);

– O avental deve combinar com o restante da roupa e deve ter quatro dedos acima da saia;

– Meia branca até o joelho;

– Sapato preto, específico para dança;

– O uso do chapéu depende do traje usado, assim como a cor;

– Roupas debaixo: usa-se ceroula até o joelho com babado, e anágua;

– O cabelo deve estar preso com trança ou coque, e não solto; as moças solteiras podem usar a tiara enfeitada ou flores;

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– Como acessório, pode ser usado colar e um brinco discreto. A maquiagem deve ser leve.

Fonte: Ilka Mahnke Schmidt, coordenadora de dança do Centro Cultural Neue Heimat