A história da heroína catarinense Anita Garibaldi é repleta de acontecimentos curiosos. Um deles é o fato da revolucionária ter sido sepultada sete vezes. Apesar de ser natural de Laguna, no Sul do Estado, nenhum desses enterros aconteceu em Santa Catarina.

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Anita casou-se com Giuseppe Garibaldi com quem participou de conflitos importantes e teve quatro filhos. Ela faleceu aos 27 anos, grávida do quinto filho. Confira, a seguir, a história de seus sete sepultamentos contada pelo historiador Adilcio Cadorin, no livro “Anita, Guerreira das Repúblicas e da Liberdade”.

A morte e o primeiro sepultamento

Ana Maria de Jesus Ribeiro, nome verdadeiro de Anita, morreu em 4 de agosto de 1849, na Itália, poucos dias antes de completar 28 anos. Ao lado do marido, a guerreira adoeceu enquanto fugia de perseguidores e faleceu em uma fazenda de Mandriole.

Giuseppe, assim como quem o acompanhava, não podia ficar no local por muito tempo por conta das tropas austríacas. O corpo de Anita foi arrastado por uma corda no pescoço e enterrado em uma cova rasa. Seu marido fugiu, mas prometeu que um dia voltaria para lhe dar um sepultamento digno.

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Mulher “desconhecida”

Dias depois, a mão da guerreira ficou aparente fora da terra, o que chamou a atenção de uma menina que passava pelo local. O fato foi comunicado à polícia e surgiu a suspeita de que a mulher, desconhecida para eles, poderia ter sido estrangulada.

Após a autópsia, que confirmou a morte natural, o corpo foi entregue ao padre Burzatti. Os restos mortais foram enterrados no cemitério local, nos fundos da Igreja de Mandriole.

Dez anos após, garibaldinos preocupados com possível violação da sepultura pelos adversários, sequestraram os restos mortais e enterraram Anita, pela terceira vez, em um local desconhecido para protegê-la.

O sequestro, porém, foi descoberto pelo padre. Ele ordenou que o corpo fosse recuperado e prometeu enterrá-lo na igreja ao lado do altar, o que foi feito. Esse foi o quarto sepultamento de Anita.

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Promessa cumprida

Em 22 de setembro de 1859, Giuseppe Garibaldi desenterrou a esposa ao voltar do exílio. Levou os restos mortais em cortejo fúnebre para serem sepultados em Nizza, junto à mãe, pela quinta vez. O cortejo passou por várias cidades, honrou a memória da heroína e inspirou a luta pela unidade italiana.

A cidade de Nizza, contudo, foi transferida ao poder da França e passou a se chamar Nice. Já em 1931, por solicitação do Governo Mussolini, a França consentiu no traslado dos restos mortais para Roma. Porém, o local definitivo ainda não estava pronto e Anita foi temporariamente sepultada, pela sexta vez, em Gênova, no Cemitério de Staglieno.

Por fim, seu sétimo e definitivo sepultamento ocorreu em 2 de junho de 1932. Anita Garibaldi foi enterrada em um monumento na Passeggiata del Gianicolo, em Roma, e é lá que ela está até hoje.

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