Enquanto a torcida do Joinville Esporte Clube ia para casa lamentando o empate por 0 a 0 com o Icasa, pela Série B, na noite de 11 de outubro de 2013, a outra torcida do Joinville Esporte Clube fazia a festa nas ruas do bairro Tamarindo, em Sobral, no Ceará. No mesmo dia em que o JEC computou mais um tropeço dentro da Arena, o outro JEC conquistou o título mais importante da sua história.

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Calma, você não está maluco ou perdeu um fato importante da trajetória do clube que foi fundado em 1976 e foi octacampeão catarinense entre 1978 e 1985. A verdade é que na cidade cearense, a mais de 3.407 Km de distância, existe um xará do Joinville, que obteve, no ano passado, a honraria máxima que poderia alcançar: o título do Campeonato Sobralense de Futebol.

O Joinville Esporte Clube não se inspirou apenas no nome. O clube amador usa um uniforme semelhante – para não dizer igual – ao do JEC de Santa Catarina. Dez anos mais novo que o original, a equipe foi fundada em 16 de abril de 1986. Logo, não é difícil imaginar o porquê de o nome do Tricolor ter sido o escolhido. Octacampeão catarinense, a fama do JEC atravessou o Brasil para ir batizar a equipe que estava sendo formada por Raimundo Nonato Souza Sobrinho, o Pitu.

– Aqui em Sobral, todo mundo tem times com nome de Flamengo, Fluminense, Botafogo, essas coisas. Como não tinha ninguém chamado Joinville, reunimos a diretoria e achamos interessante o nome – conta Pitu, que conheceu a fama da equipe de Nardela, Ricardo Freitas, Alfinete e tantos outros craques por meio da revista Placar.

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Adotar o nome de Joinville parece dar sorte para as equipes. Se o JEC de Joinville conseguiu a façanha de conquistar nove títulos Catarinenses em dez anos, o JEC de Sobral foi além. De acordo com Pitu, o time foi campeão do subúrbio 23 vezes. Em 2012, o time disputou a segunda divisão do Campeonato Sobralense de Futebol e foi campeão, ganhando o direito de disputar a primeira divisão. Logo no primeiro ano na elite do futebol local, o Tricolor chegou ao título.

– Na nossa história, só tem vitória – garante o orgulhoso presidente.

Nomes iguais, diferentes realidades

O futebol amador em Sobral, assim como em qualquer outra cidade do País, convive com as dificuldades financeiras. Mas a diretoria do Joinville Esporte Clube cearense não mede esforços para manter a engrenagem da equipe rodando.

A folha salarial – elevada para um time amador em Sobral – varia entre R$ 600 e R$ 800 por partida. Os jogadores que mais recebem, que moram em uma cidade vizinha, recebem R$ 50 reais por jogo. Os atletas que são de Sobral, entre R$ 20 e R$ 30. Em termos de comparação, a folha do JEC, em 2013, era de R$ 800 mil por mês.

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Pelo esforço de Djalma Oliveira, o treinador que assumiu a equipe em 2011 com a missão de levá-la à primeira divisão, o clube já conseguiu reunir quatro patrocinadores.

– O que mais encarece antes das partidas, e até nos treinos, é o custo com a banana, a melancia, o suco, o café, o energético e a água. Temos que ter tudo isso preparado antes das partidas – explica Djalma, que também é treinador de futsal e chegou a fazer um curso ministrado pelo técnico Fernando Ferretti, da Krona.

Se a dificuldade de Pitu e de Djalma era grande, ela pode ficar um pouco menor, já que a partir de agora eles ganham um importante aliado para ir buscar o título do bicampeonato sobralense: a massa Tricolor, a de Joinville, que ganhou mais um JEC de presente para torcer e incentivar.

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