Faltavam quatro dias para Victor Gomes Duarte completar 17 anos, a idade mínima para jogar no adulto do Campeonato Amador de Biguaçu. Mesmo assim, o menino de ouro do Biguá foi escalado para a partida contra o Prainha, no dia 24 de julho. Mal sabia o jovem e o time que isso iria paralisar o torneio por quase um mês.

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— Na hora de ver a carteira o treinador olhou para a data de nascimento e só prestou atenção no ano, não viu mês nem dia. Foi um erro — explica o presidente do Biguá, Valdir Carvalho.

Victor por sua vez não sabia da idade mínima. Na verdade ele nem chegou a jogar essa partida. Ficou no banco e saiu de campo após 15 minutos de bola rolando. Tinha jogado mais cedo pelos juniores e estava com uma lesão no pé. Mas no jogo de estreia do campeonato, na derrota para o Fundos por 2 a 0, ele entrou no segundo tempo.

O campeonato continuou por mais duas rodadas até que foi feita uma denúncia na Licob (Liga de Futebol da Comarca de Biguaçu). Além do Victor, havia outro atleta que também havia jogado de forma irregular: Fernando Sagaz, do Pescador. Ele foi expulso no último jogo do ano passado e deveria ter cumprido suspensão na primeira partida desse ano, o que não aconteceu.

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Com isso o presidente da Licob, Juliano Barros, decidiu paralisar o campeonato até que os dois atletas sejam julgados. A audiência acontece na noite de amanhã na Câmara de Vereadores da cidade. A Licob garante que a bola volta a rolar no próximo final de semana.

Quem é o menino que joga como adulto

— Eu prefiro jogar com os mais velhos porque eu tenho mais espaço e não é tanta correria como nos juniores, é um jogo mais técnico. Nos amistosos eu jogo com os adultos — explica o atleta, que joga no meio-campo.

O adolescente começou no futsal aos cinco anos. Com 9 foi jogar campo em uma escolinha em Biguaçu. Aos 13 anos já estava no Figueirense, onde foi três vezes campeão sub-15: Copa do Brasil, Catarinense e Liga de Florianópolis. Mas em março de 2015 a carreira foi freada por uma lesão na vértebras: teve três hérnias de disco. Acabou ficando sete meses sem jogar.

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Voltou em outubro no Biguá, o time que fica na outra quadra de casa. E é dali que pretende reerguer a carreira para se tornar profissional. Para isso, conta com o apoio do ex-lateral da Seleção André Santos, criado em Biguaçu.

— Ele e o pai são amigos de infância, e quando eu comecei a jogar campo ele me ajudou a me levar pro Figueirense. Agora vou acabar o terceiro ano e procurar algum clube — espera.

Assim como André Santos, Victor quer ser o mais novo nome de Biguaçu a despontar no esporte e vê o atleta como uma referência. Por enquanto prefere ir para um time em Santa Catarina, ficar perto da família. Mas agora já sabe que pode e tem idade para isso.

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