Sob os aplausos do público e diante dos olhos repletos de brilho das companheiras de time, em uma fração de segundos a brusquense Ruth Mosimann Hoffmann entrou para a história do esporte, ao segurar a bola de vôlei com a mão esquerda e com a direita golpeá-la rapidamente para dar início ao clássico regional entre Brusque e Blumenau. A camisa 21 do Moda Brusque Vôlei deu o saque inicial do confronto válido pela 3ª rodada da Superliga B de vôlei feminino, no último dia 4, na Arena Brusque.
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O rally de pouco mais de 20 segundos terminou com ponto favorável ao adversário. Mas isso pouco importa. O que valeu mesmo é outro resultado: aos 85 anos, Ruth tornou-se a jogadora mais velha a atuar em uma partida oficial de todos os tempos. A marca deve ser incluída na próxima edição do Guinness Book of World Records, o livro dos recordes.
Passados uns dias do feito histórico, a experiente jogadora não mediu palavras para definir aquele momento:
– Foi engraçado, emocionante e inusitado. Espero que ajude a popularizar ainda mais o vôlei em Brusque, trazer mais povo para o ginásio – diz ela.
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Confira o vídeo do momento histórico em Brusque
Dona Ruth tem história no vôlei. Natural de Brusque, ela lembra que sempre gostou de esporte e que era fissurada por bola. Nas palavras dela, “a única chance de jogar bola era jogar vôlei”.
– Comecei a jogar quando entrei para o ginásio (últimos anos do ensino fundamental). Depois, comecei a treinar e jogar no Bandeirantes – conta ela.
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Em 1960, aos 24 anos, ela disputou a 1ª edição dos Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc), em Brusque. Mas não foi pela cidade natal. Ela vestiu as cores de Florianópolis, onde atuava no Clube Universitário. Conquistou o título e ganhou muito mais do que uma medalha: naquele ano, Ruth casou e decidiu voltar para o Vale do Itajaí. Foram mais 12 edições de Jasc em quadra, até a aposentadoria das quadras.
– Estava de resguarda da minha filha mais velha. Quase nem joguei, em 1972 – recorda-se a experiente atleta.
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Ruth é mãe de três filhos, duas meninas e um rapaz. E fala com alegria sobre a relação de todos com o esporte:
– As duas jogaram vôlei e o rapaz jogou futebol – diz ela, contente.
O legado de Ruth não para por aí. A camisa 21 do time de Brusque e avó de sete netos e bisavó de cinco bisnetos. No mês que vem completa 86 anos, e não se vê longe do vôlei:
– Sempre que tem jogos em Brusque eu vou assistir. E acho que esse time do Brusque deste ano está forte, tem condições de subir (para a Superliga) – projeta.
E se depender da Dona Ruth, o acesso da equipe brusquense virá, e não só pela torcida dela. Pois, o jogo em que ela deu o saque inicial, o time da casa levou a melhor sobre a equipe da cidade vizinha e venceu por 3 sets a 2, com parciais de 18/25, 25/19, 26/28, 28/26 e 15/9.
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A Superliga B feminina de vôlei neste ano conta com 10 times, que brigam por duas vagas na elite nacional da próxima temporada. Santa Catarina tem dois representantes: Blumenau e Brusque.
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