Ser o sócio mais antigo do time do coração é um orgulho sem tamanho para o advogado José Acácio Piccinini. Tanto que ele guarda com carinho a carteirinha número 12, conquistada logo após o surgimento do JEC em 1976. A história entre torcedor e clube tem quase 39 anos, mas as lembranças da relação ainda estão bem vivas na memória.

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Nascido em Rio Negrinho, o advogado mudou-se para Joinville em 1972 e acompanhou de perto o nascimento do JEC. Ele trabalhava na Companhia Hansen Industrial, cujo presidente foi um dos idealizadores da fusão entre América e Caxias, e interessou-se em ser sócio do novo clube desde o início.

Os outros 11 torcedores que estavam à frente de Piccinini na lista de sócios morreram ou deixaram de contribuir com o time ao longo das últimas quase quatro décadas.

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O advogado assistiu, no Ernestão, à primeira partida da história do time: o empate em 1 a 1 com o Vasco. Também viu o primeiro jogo do JEC na Série A do Brasileirão contra o Grêmio e ainda acompanhou todos os títulos do octacampeonato no Catarinense. No entanto, durantes os últimos 39 anos, houve apenas uma vez em que ele parou de ir ao estádio para ver os jogos do JEC.

– Uma época, fiquei quatro anos pagando mensalidade, mas sem assistir a um jogo. Era uma diretoria de que eu não gostava e não concordava com o trabalho deles – esclarece.

No entanto, Piccinini voltou aos estádios e hoje acompanha praticamente todos os jogos na Arena com uma turma de seis amigos autointitulada “Camisa 12” – em homenagem ao número da carteira de sócio. Quando as partidas ocorrem fora de casa, o grupo se reúne no bar ou na casa de um deles para não perder nenhum lance.

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– Quem não vai manda mensagem comentando o jogo ou perguntando como está. Agora, na Série A, estamos nos programando para assistir a jogos em Porto Alegre, São Paulo, Belo Horizonte, Goiânia e Rio de Janeiro – conta.

Nos últimos anos, a expectativa de Piccinini tem sido grande em relação ao Campeonato Brasileiro e também ao Campeonato Catarinense. Agora, o desejo dele é de ver o JEC se manter na Série A e voltar a ser campeão do torneio estadual após 14 anos de jejum.

Parceria desde o começo

O JEC faz parte da vida do torcedor Brasilino Catarino há quase 39 anos. O cadastro de sócio existe desde 2 de fevereiro de 1976, apenas quatro dias depois da fundação do clube, fazendo dele um dos mais antigos associados tricolores.

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Mas a relação de amor entre o professor de 68 anos e o Joinville teve um início complicado, afinal ele era torcedor do América e não foi tão fácil aceitar a fusão com o grande rival, o Caxias. O começo vitorioso do novo clube com o título do Campeonato Catarinense facilitou o amadurecimento dessa parceria que dura até hoje.

A presença nos jogos do JEC é algo sagrado para Brasilino. O lugar em que se posiciona na Arena também é sempre o mesmo: ao lado dos amigos atrás do gol dos fundos do estádio. A paixão pelo clube é tão grande que outros compromissos já foram adiados para que ele pudesse assistir de perto o time do coração. Ele chegou a fugir de um retiro e até perder reuniões importantes para acompanhar o Joinville.

– Uma vez eu estava em um retiro no Dom Bosco. Controlei a hora e, quando percebi que estava na hora de ir para o JEC, saí de fininho como se fosse ao banheiro. Eu não podia ligar o carro porque ia fazer muito barulho então fui até a praça e peguei um táxi para ir ao estádio – recorda.

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Apesar de ser um apaixonado pelo clube, o torcedor admite que não é fanático, daqueles que brigam por causa do time. Em casa, ele guarda com carinho as camisas do clube e até uma bandeira do JEC, mas não tem mais a primeira carteirinha de sócio que fez há quase quatro décadas.

A mulher Lindanir, casada há 42 anos com Brasilino, conhece bem a relação do marido com o clube e conta que ele costuma ficar bravo quando o Joinville sofre uma derrota.

– Quando o JEC perde, todo mundo sabe. Ele fica sério e ninguém fala com ele – conta.

O sócio acompanhou o time nos últimos 39 anos e nunca deixou de pagar a contribuição mensal, até mesmo quando o JEC ficou sem calendário nacional. Mas agora a realidade é diferente, com a disputa da Série A e em busca do título no Catarinense.

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A expectativa de Brasilino é a melhor possível: ele acredita que ninguém vai segurar o Joinville no Estadual e que o clube conseguirá se manter na elite do futebol brasileiro neste ano.