O casal de Araranguá, no sul de Santa Catarina, Francisco de Assis Martins e Raquel de Matos Joaquim, viu a produção de leite diária aumentar em 57% em um ano. A produtividade por vaca também atingiu ganho de 80% no período e as despesas caíram 16% na propriedade. A família que tem um rebanho de 33 animais atingiu uma produção média de 9,6 mil litros de leite por mês, quase 4.000 a mais que no mesmo período do ano anterior, utilizando a mesma área.

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Na outra ponta do Estado, no município de Formosa do Sul, na região oeste, os produtores Sidimar da Silva e Sibele Grutka também comemoram os resultados da atividade. Sem fazer investimentos altos e com número menor de vacas, eles aumentaram em mais de 70% a produtividade em um ano e meio. Com um rebanho de 32 animais, o casal produzia 11.700 litros de leite por mês e uma média de 12,19 litros diários por vaca. Com adequações de manejos, a produtividade saltou para 24,31 litros por animal ao dia.

As duas famílias fazem parte dos grupos de produtores atendidos pelo programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) na bovinocultura de leite do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC), órgão vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc).

O programa, em parceria com 51 sindicatos rurais de todo o Estado, atende 62 grupos e 1.785 propriedades em 144 municípios. O objetivo é acompanhar a produção leiteira, auxiliar os produtores no trabalho de campo e orientá-los no gerenciamento das atividades e na gestão dos negócios. Toda essa demanda é atendida por 62 técnicos de campo, quatro supervisores técnicos e sete supervisores regionais.

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Desde 2016, o ATeG leite já atendeu 3.639 produtores e tem alcançado resultados impactantes para a cadeia produtiva. Segundo a coordenadora estadual do programa, Paula Araújo Dias Coimbra Nunes, a assistência técnica e gerencial ajudou a aumentar em 14% a produtividade média de todas as propriedades atendidas no Estado em apenas um ano de atendimento.

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— O programa acompanha de perto os produtores, capacitando-os sobre os diversos aspectos da cadeia leiteira como nutrição animal, alimentação, sanidade, reprodução, criação de bezerras, qualidade do leite, manejo de pastagens e administração das propriedades. São técnicas que qualificam a produção e melhoram a produtividade — destaca Paula.

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(Foto: Freepik)

Como a ATeG funciona

Na ATeG em pecuária de corte os profissionais auxiliam os produtores a encontrarem soluções para o plantio e manejo de pastos de inverno, além do controle sanitário e nutricional dos rebanhos e do planejamento de engorda do gado.

A assistência técnica e gerencial nas propriedades acompanha os produtores em todos as etapas, desde atividades de campo até processos gerenciais. Durante dois anos, os técnicos fazem visitas mensais aos produtores e controlam de perto a evolução da atividade. O trabalho tem transformado os manejos, através de orientações sobre controle da nutrição, sanidade, genética, manejo dos espaços, controle populacional e análise de gestão.

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Mesmo em tempos de quarentena, o serviço é essencial. De acordo com o vice-presidente de finanças da Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc), Antônio Marcos Pagani de Souza, que coordena o programa estadual da ATeG de pecuária e ovinocultura de corte, os técnicos também estão trabalhando a gestão das propriedades frente ao cenário econômico mundial alterado pela pandemia.

— Há a necessidade ainda maior de o produtor rural ser eficiente na gestão dos negócios para aumentar a produtividade e reduzir os gastos no momento de crise. Essas orientações também estão sendo repassadas pelos nossos técnicos — destaca Pagani ao ressaltar que o atendimento remoto é uma medida paliativa para manter a assistência técnica e gerencial no período de isolamento.

Nada substitui a presença do técnico de campo diretamente nas propriedades, customizando atendimento e atuando de forma prática.

— Mas essa é uma importante medida que fomenta a economia do Estado, pois não apenas estimula a produção agropecuária gerando renda, como também faz com que o comércio voltado para o setor continue aquecido, como o mercado de insumos agropecuários, medicamentos para os rebanhos, rações, adubos, combustíveis e prestação de serviços — sublinha Pagani.

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De acordo com a coordenadora estadual da ATeG nas cadeias de pecuária leiteira, apicultura, olericultura, piscicultura e maricultura, Paula Araújo Dias Coimbra Nunes, o atendimento virtual dá suporte e mantém o vínculo com os produtores que necessitam de acompanhamento contínuo no campo.

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— O trabalho no meio rural não parou e a nossa assistência técnica precisa acompanhar as atividades dos produtores para auxiliá-los na tomada de decisões, no planejamento das propriedades e nas ações práticas da produção. O atendimento virtual se tornou uma medida de apoio eficiente neste período — enfatiza Paula.

Segundo ela, o contato entre técnicos e produtores está sendo feito semanalmente por videochamadas, com acompanhamento de toda equipe de supervisores regionais e supervisores técnicos da ATeG.

Saiba mais sobre o setor acompanhando o canal Agro de Valor.

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