“Interessada em tudo o que gira e se move”. É assim que a japonesa Nidec, que comprou a catarinense Embraco por 1,08 bilhão de dólares, se apresenta. Fundada em 1973 pelo japonês Shigenobu Nagamori, atual presidente da companhia, a então Nippon Densan Corporation começou produzindo pequenos motores de precisão para utensílios como máquinas de barbear e produtos eletrônicos. Após quase 45 anos, apenas o CEO permanece o mesmo.
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A Nidec, nome incorporado em 1976 para fortalecer o escritório de vendas nos Estados Unidos, tem atualmente 297 unidades espalhadas pelos cinco continentes, e emprega 10 mil pessoas de forma direta e indireta. O faturamento da companhia em 2016 foi de 11,15 bilhões de dólares e o lucro estimado em 1,04 bilhão.
Apesar de ainda ter como especialidade a fabricação de motores, a Nidec expandiu as áreas de atuação nos últimos anos. De acordo com o relatório corporativo de 2017, a maior parte das vendas (36,5%) segue sendo de pequenos motores de precisão utilizados em discos rígidos de computador e baterias de celular. Outros setores importantes de atuação é o de utensílios para equipamentos industriais, que corresponde a 25,9%, e de produtos automotivos, responsável por 21,8% das vendas.
Para diversificar as áreas de atuação, a Nidec fez negócios bilionários nos últimos anos. Antes da Embraco, o mais recente havia sido a compra da empresa francesa Leroy-Somer, líder mundial em alternadores industriais e fabricante de geradores. A subsidiária tinha 9 mil funcionários, inclusive no Brasil, e o negócio foi concretizado em janeiro de 2016 por 1,2 bilhão de dólares.
Unidades no Brasil
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A Nidec e suas subsidiárias têm cinco unidades no Brasil, sendo todas no estado de São Paulo. Entre essas está a fábrica de bombas automotivas de Indaiatuba, localizada há cerca de 100 quilômetros da capital paulista. Na mesma cidade há um centro de vendas do mesmo produto e um escritório comercial da subsidiária Leroy-Somer. Em São Caetano, na região metropolitana, a Nidec conta com o escritório comercial de uma subsidiária de produtos automotivos, a Sankyo. Na capital há uma repartição especializada em fazer a importação e exportação de redutores utilizados em equipamentos industriais.
Com exceção da fábrica, os escritórios comerciais da Nidec no Brasil são pequenos e têm poucos funcionários, de acordo com uma funcionária que conversou com a reportagem. Ela trabalha há dois anos na unidade de São Paulo capital, onde ainda trabalham duas pessoas com carteira assinada e oito terceirizados. A situação nos demais escritórios não é muito diferente, com o número de empregados variando entre oito e vinte.
Apesar de todas pertencerem à Nidec, as empresas são geridas por diferentes subsidiárias e por isso os funcionários não têm muito contato ou integração entre as unidades. Há unidades que se reportam diretamente ao Japão, como a paulistana, enquanto outras têm diretores nos Estados Unidos ou na Europa.
— A nossa divisão tem um diretor no Brasil e outro no Japão. Ambos são bem abertos ao diálogo e sempre avaliam as nossas sugestões. Nunca tivemos problema com a sede da Nidec, e acredito que a cultura que eles tentam passar é essa de empresa moderna e aberta para quem trabalha aqui — comentou uma funcionária, que pediu para não ser identificada.
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