A gente cresce ouvindo frases descontextualizadas. Uma delas é: “Há algo de podre no reino da Dinamarca”. Com origem na peça Hamlet, do escritor inglês William Shakespeare, a expressão refere-se à trágica história em que o príncipe descobres conspirações e traições praticadas no palácio em que vive.

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Provavelmente cunhada entre 1599 e 1602, a frase nada tem a ver com a encantadora Dinamarca de hoje. No topo do ranking das Nações Unidas de países mais felizes do mundo – os demais são Suécia, Holanda, Suíça e Noruega -, esse pedaço de terra da península da Escandinávia cativa os visitantes. Sobram-lhe belezas em suas cidades ricas de cultura, nos seus castelos medievais, nas suas costas repletas de centenas de praias de areia branca e nas 400 ilhas de natureza primitiva. Por sinal, dizem que, na Dinamarca, nunca se fica a mais do que 80 quilômetros do mar.

MENOS CARROS, MAIS BEM-ESTAR

História, contemporaneidade; passado, futuro; patrimônio, natureza. Cheiros, cores e sabores. Copenhague, a capital, dá a partida nessa exuberância. A cidade parece não ser um lugar para carros. Pedalar é preciso nas ruas da capital dinamarquesa. São muitos os postos onde os usuários podem alugar ou deixar suas bikes.

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Por sinal, em 2013, os trajetos desse tipo aumentaram 35% em relação a anos anteriores, devido à melhora das condições para os ciclistas, com o incremento na rede cicloviária e a projeção de diversas pontes para bicicletas. Além disso, o tráfego de automóveis foi restrito em diversas ruas importantes. Em outro dado importante, desde 2007, o uso de transporte público cresceu de 28% a 32%. Mas o visitante também pode caminhar pela bonita Copenhague. Na primavera, parques e jardins floridos pedem por isso.

É bom chegar sabendo: a exemplo de outros belos países da Escandinávia, como Noruega, Finlândia e Suécia, a Dinamarca é cara. O país tem sua moeda oficial, a coroa dinamarquesa, e, em vez de usar euro, aconselha-se a troca.

A moeda é diferente até na forma: tem um furinho no meio. Para se ter uma ideia dos preços, um copo de cerveja ou um McDonald’s custam em torno de R$ 30.

Bem, você acha que esse papo de felicidade é furado na Dinamarca? Engana-se! Por lá, a felicidade é levada tão a sério que até criaram o Instituto da Felicidade para tentar descobrir o que faz uma pessoa feliz. Visitar o país pode ser um bom começo.

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HOTEL D?ANGLETERRE

Mesmo que você não se hospede neste hotel, ele merece uma visita. No imponente prédio, costumam ficar artistas e autoridades famosos. Uma curiosidade é que ali está a única piscina de Copenhague, uma das atrações do spa. Dizem que os dinamarqueses adoram praia. Quando é verão, correm para se banhar em suas águas ainda que um pouco frias para os costumes tropicais. Outra atração que com certeza tira o desejo de uma piscina, nem que seja em casa, é o gosto pelos parques. Piquenique nas áreas verdes é um hábito que os dinamarqueses cultivam desde criança.

ODENSE

Nesta cidade está o Hans Christian Andersen Museum, que reúne acervo, objetos pessoais e estátuas do autor de histórias infantis traduzidas para mais de 150 idiomas. Uma parte foi especialmente pensada para os leitores mirins, o Fytojet. Enquanto a criançada brinca, os adultos podem visitar o lugar mais despreocupados.

Entre outras atrações de Odense, está o rio de mesmo nome, que tem cerca de 60 quilômetros. Suas águas servem para passeios de caiaque e pedalinho. Por seu leito, é possível chegar ao zoológico Munke Mose, um dos locais mais visitados da cidade. Pelo seu curso também se chega ao Funen Village, um parque cheio de estradas e com muitas árvores, onde os corvos parecem não temer a aproximação das pessoas.

CASTELOS

A Dinamarca é bastante conhecida por seus castelos medievais. O Broholm, que funciona como hotel, é um deles. O caminho para se chegar até lá é muito bonito, com as margens das estradas cobertas de flores amarelas, a colza.

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Nas paredes e na mobília do castelo, é contada parte de seus 700 anos de história. Para quem gosta de arqueologia, o hotel tem um acervo de milhares de pedaços de pedras e rochas.

TIVOLI

Este parque de diversões de Copenhague é uma atração imperdível. Se você não quiser encarar algumas das maiores montanhas-russas do mundo, pode apreciar os belos jardins de papoulas ou sentar-se em um dos 40 restaurantes do complexo. Também há uma ampla programação nos palcos, nos aquários e em áreas temáticas.

O Tivoli é o segundo maior parque de diversões mais antigo do mundo (o primeiro é o Dyrehavsbakken, também na Dinamarca) e o terceiro mais visitado da Europa. Dizem até que Walt Disney se inspirou no parque para construir a Disneylândia.

TORRE REDONDA

Rundetårn é um dos mais antigos observatórios astronômicos da Europa e o mais antigo ainda em uso. Situa-se no centro de Copenhague e foi erguido no reinado de Christian IV, talvez o mais famoso monarca da Dinamarca.

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A construção da torre começou em 1637 e foi concluída em 1642. O complexo Trinitatis (torre, igreja e biblioteca) foi projetado como um lugar para estudar os céus no observatório e orar para os céus na igreja. Já a biblioteca foi usada pela Universidade de Copenhague por cerca de 200 anos, até 1861.

A torre tem uma enorme passagem em espiral para o topo. A passarela é de 210 metros de comprimento. À noite, de meados de outubro a meados de março, o público é convidado a ver as estrelas e os planetas pelo poderoso telescópio do observatório. Já, no verão, o destaque da observação é o Sol.

*A repórter viajou a convite do VisitDenmark