A história da caça a uma onça-pintada na década de 1950 foi contada a um grupo de estudantes da Escola Municipal Professora Rosa Maria Berezoski Demarchi. Para ajudar a relembrar esta história, os filhos do caçador foram convidados a participar de um evento que celebrava o Dia do Folclore, no dia 22 de agosto. Embora a história seja verdadeira – saiu até no jornal “A Notícia” na época – os professores trabalharam tudo como se fosse uma lenda.
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Foi em 1957, relembram Olívio Cristino, 68 anos, e Antonio Davi Cristino, 71, filhos do homem que matou o animal. Vale destacar que uma caça como esta hoje é proibida por lei, mas na época não havia nenhuma restrição legal. Os irmãos ainda lembram do medo que a onça causou nos moradores, inclusive neles, que ficaram semanas sem ir às aulas. A onça teria até matado alguns animais. Por isso, o pai de Olívio e Antonio, Maximiliano Leopoldino, foi à caça do animal, até então desconhecido por muitos moradores.
– Nunca tinha ouvido falar e nem sabia o que era uma onça. Ficamos quase um mês sem ir para a escola – lembra Olívio, também conhecido como Tino.
Quem decidiu trazer à tona essa história de 60 anos atrás foi o professor Rogério Fiedler, que trabalha na biblioteca da escola. Os filhos do caçador são tios da mulher de Rogério e foi assim que ele ficou sabendo da famosa caçada. No dia do evento no colégio, o esqueleto da cabeça da onça foi levado para os alunos conhecerem. Além da carcaça, fotos e recortes de jornais sobre o caso enfeitam a sala de Olívio.
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Antonio lembra que as arapucas armadas com o pai não foram suficientes para pegar o animal. A onça só foi morta, segundo Antonio, quando o pai, alguns cachorros e um grupo de moradores da Vila Cubatão saíram armados em busca do felino. Ele conta que a onça foi encontrada numa árvore e atingida por um tiro certeiro.
– Tinha mais de vinte caçadores. Eles voltaram da caçada bem felizes – conta Antonio, lembrando que a onça tinha 80 quilos.
Os irmãos contam detalhes da caça e lembram que, depois de morta a onça foi levada ao ginásio que hoje se chama Abel Schulz. A população ficou sabendo da caça e foi até lá ver o animal. Tinha até quem pagasse para entrar. No local, Maximiliano, que morreu há 38 anos, posou para fotos ao lado da onça. Eles lembram que um delegado chegou a sair em defesa dos caçadores, já que a onça trazia riscos à população e a caça havia sido feita com o objetivo de proteção da comunidade.